ATA DA CENTÉSIMA VIGÉSIMA
SEXTA SESSÃO ORDINÁRIA DA TERCEIRA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA SEXTA
LEGISLATURA, EM 21-12-2015.
Aos vinte e um dias do mês
de dezembro do ano de dois mil e quinze, reuniu-se, no Plenário Otávio Rocha do
Palácio Aloísio Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre. Às quatorze horas e
quinze minutos, foi realizada a segunda chamada, respondida por Airto
Ferronato, Carlos Casartelli, Dr. Raul Torelly Fraga, Fernanda Melchionna,
Guilherme Socias Villela, João Carlos Nedel, Jussara Cony, Kevin Krieger, Mauro
Pinheiro, Mônica Leal, Paulinho Motorista, Paulo Brum e Prof. Alex Fraga.
Constatada a existência de quórum, o Presidente declarou abertos os trabalhos.
Ainda, durante a Sessão, compareceram Alberto Kopittke, Bernardino Vendruscolo,
Clàudio Janta, Delegado Cleiton, Dr. Cristaldo, Dr. Goulart, Dr. Thiago,
Elizandro Sabino, Engº Comassetto, Idenir Cecchim, Lourdes Sprenger, Marcelo
Sgarbossa, Márcio Bins Ely, Mario Manfro, Mendes Ribeiro, Nereu D'Avila,
Paulinho Rubem Berta, Reginaldo Pujol, Rodrigo Maroni, Séfora Gomes Mota, Sofia
Cavedon, Tarciso Flecha Negra e Waldir Canal. A seguir, transcorreu o período
de Grande Expediente, sem pronunciamentos. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER,
pronunciaram-se Alberto Kopittke, Jussara Cony e Clàudio Janta. Às quatorze
horas e trinta e sete minutos, constatada a existência de quórum deliberativo,
foi iniciada a ORDEM DO DIA. Em continuidade, foi aprovado Requerimento verbal
formulado por Airto Ferronato, solicitando alteração na ordem de apreciação da
matéria constante na Ordem do Dia. Em prosseguimento, foram apregoadas as
Emendas nos
02, assinada por Airto Ferronato, 03 e 04, assinadas por Airto Ferronato e
Marcelo Sgarbossa, ao Projeto de Lei do Legislativo nº 232/15 (Processo nº
2362/15), e foi apregoado Requerimento de autoria de Marcelo Sgarbossa,
deferido pelo Presidente, solicitando que estas duas emendas fossem votadas
destacadamente. Em Discussão Geral e Votação, foi apreciado o Projeto de Lei do
Legislativo nº 232/15 (Processo nº 2362/15). Foram votadas destacadamente e
aprovadas as Emendas nos 03 e 04 apostas ao Projeto de Lei do
Legislativo nº 232/15. Foi aprovada a Emenda nº 01 aposta ao Projeto de Lei do
Legislativo nº 232/15, após ser encaminhada à votação por Airto Ferronato,
Marcelo Sgarbossa, Jussara Cony, Engº Comassetto, Lourdes Sprenger, Dr. Thiago,
Kevin Krieger, Paulinho Ruben Berta e Fernanda Melchionna. Foi aprovada a
Emenda nº 02 aposta ao Projeto de Lei do Legislativo nº 232/15. Foi aprovado o
Projeto de Lei do Legislativo nº 232/15, por trinta votos SIM, em votação
nominal solicitada por Engº Comassetto, tendo votado Airto Ferronato, Alberto
Kopittke, Bernardino Vendruscolo, Carlos Casartelli, Clàudio Janta, Dr.
Goulart, Dr. Raul Torelly Fraga, Dr. Thiago, Elizandro Sabino, Engº Comassetto,
Fernanda Melchionna, Guilherme Socias Villela, Jussara Cony, Kevin Krieger,
Lourdes Sprenger, Marcelo Sgarbossa, Márcio Bins Ely, Mario Manfro, Mendes
Ribeiro, Mônica Leal, Nereu D'Avila, Paulinho Motorista, Paulinho Rubem Berta,
Paulo Brum, Prof. Alex Fraga, Reginaldo Pujol, Rodrigo Maroni, Sofia Cavedon,
Tarciso Flecha Negra e Waldir Canal. Em Discussão Geral e Votação, foi
apreciado o Projeto de Lei do Executivo nº 006/14 (Processo nº 0279/14), após
ser discutido por Engº Comassetto. Na oportunidade, foram apregoadas as
seguintes Emendas ao Projeto de Lei do Executivo nº 006/14: nº 12, assinada por
Waldir Canal; nº 13, assinada por João Carlos Nedel, Mario Manfro e Mônica
Leal; nº 14, assinada por Engº Comassetto e Kevin Krieger; e nº 15, assinada
por Idenir Cecchim. Também, foram apregoados os seguintes Requerimentos,
deferidos pelo Presidente, solicitando votação em destaque para Emendas apostas
ao Projeto de Lei do Executivo nº 006/14: de autoria de Engº Comassetto, com
referência às Emendas nos 01, 04, 05, 06, 07 e 14; de autoria de
Fernanda Melchionna, com referência às Emendas nos 02 e 08; de
autoria de Mônica Leal, com referência à Emenda nº 09. Ainda, foi apregoado
Requerimento de autoria de Idenir Cecchim, deferido pelo Presidente,
solicitando a retirada de tramitação da Emenda nº 11 aposta ao Projeto de Lei
do Executivo nº 006/14. Foi
votada destacadamente e aprovada a Emenda nº 01 aposta ao Projeto de Lei
do Executivo nº 006/14, após ser encaminhada à votação por Engº Comassetto. A
seguir, o Presidente declarou parcialmente prejudicada a Emenda nº 12 aposta ao
Projeto de Lei do Executivo nº 006/14, em face da aprovação da Emenda nº 01.
Foi votada destacadamente e rejeitada a Emenda nº 02 aposta ao Projeto de Lei
do Executivo nº 006/14, por oito votos SIM e vinte e quatro votos NÃO, após ser
encaminhada à votação por Fernanda Melchionna, Kevin Krieger, Sofia Cavedon,
Airto Ferronato, Idenir Cecchim, Clàudio Janta, Delegado Cleiton, Alberto
Kopittke, Mônica Leal e Jussara Cony, em votação nominal solicitada por Clàudio
Janta, Kevin Krieger e Mônica Leal, tendo votado Sim Alberto Kopittke, Carlos
Casartelli, Engº Comassetto, Fernanda Melchionna, Jussara Cony, Marcelo
Sgarbossa, Prof. Alex Fraga e Sofia Cavedon e Não Airto Ferronato, Clàudio
Janta, Delegado Cleiton, Dr. Cristaldo, Dr. Goulart, Dr. Raul Torelly Fraga,
Dr. Thiago, Elizandro Sabino, Guilherme Socias Villela, Idenir Cecchim, João
Carlos Nedel, Kevin Krieger, Márcio Bins Ely, Mario Manfro, Mendes Ribeiro,
Mônica Leal, Nereu D'Avila, Paulinho Motorista, Paulinho Rubem Berta, Paulo
Brum, Reginaldo Pujol, Rodrigo Maroni, Tarciso Flecha Negra e Waldir Canal. Foi votada destacadamente e aprovada a Emenda nº 04
aposta ao Projeto de Lei do Executivo nº 006/14. Foi votada destacadamente e
rejeitada a Emenda nº 05 aposta ao Projeto de Lei do Executivo nº 006/14, por
vinte e nove votos NÃO e três ABSTENÇÕES, após ser encaminhada à votação por
Engº Comassetto, em votação nominal solicitada por Clàudio Janta, tendo votado
Não Airto Ferronato, Carlos Casartelli, Clàudio Janta, Delegado Cleiton, Dr.
Cristaldo, Dr. Goulart, Dr. Raul Torelly Fraga, Dr. Thiago, Elizandro Sabino,
Engº Comassetto, Guilherme Socias Villela, Idenir Cecchim, João Carlos Nedel,
Jussara Cony, Kevin Krieger, Marcelo Sgarbossa, Márcio Bins Ely, Mario Manfro,
Mendes Ribeiro, Mônica Leal, Nereu D'Avila, Paulinho Motorista, Paulinho Rubem
Berta, Paulo Brum, Reginaldo Pujol, Rodrigo Maroni, Sofia Cavedon, Tarciso
Flecha Negra e Waldir Canal e optado pela Abstenção Fernanda Melchionna,
Lourdes Sprenger e Prof. Alex Fraga. Foi
votada destacadamente e aprovada a Emenda nº 06 aposta ao Projeto de Lei do
Executivo nº 006/14, por vinte e nove votos SIM, em votação nominal solicitada
por Lourdes Sprenger, tendo votado Airto Ferronato, Carlos Casartelli, Clàudio
Janta, Delegado Cleiton, Dr. Goulart, Dr. Raul Torelly Fraga, Dr. Thiago,
Elizandro Sabino, Engº Comassetto, Guilherme Socias Villela, Idenir Cecchim,
João Carlos Nedel, Jussara Cony, Kevin Krieger, Lourdes Sprenger, Marcelo Sgarbossa,
Márcio Bins Ely, Mario Manfro, Mendes Ribeiro, Mônica Leal, Nereu D'Avila,
Paulinho Motorista, Paulinho Rubem Berta, Paulo Brum, Reginaldo Pujol, Rodrigo
Maroni, Sofia Cavedon, Tarciso Flecha Negra e Waldir Canal. Foi votada
destacadamente e aprovada a Emenda nº 07 aposta ao Projeto de Lei do Executivo
nº 006/14, por dezesseis votos SIM, dois votos NÃO e treze ABSTENÇÕES, após ser
encaminhada à votação por Dr. Thiago, Waldir Canal, Engº Comassetto, este duas
vezes, e Fernanda Melchionna, em votação nominal solicitada por Clàudio Janta,
Dr. Thiago e Mônica Leal, tendo votado Sim Airto Ferronato, Alberto Kopittke,
Carlos Casartelli, Delegado Cleiton, Engº Comassetto, Fernanda Melchionna, João
Carlos Nedel, Jussara Cony, Marcelo Sgarbossa, Mario Manfro, Mônica Leal,
Paulinho Motorista, Paulinho Rubem Berta, Prof. Alex Fraga, Sofia Cavedon e
Waldir Canal, votado Não Dr. Goulart e Dr. Thiago e optado pela Abstenção
Clàudio Janta, Dr. Raul Torelly Fraga, Elizandro Sabino, Guilherme Socias
Villela, Idenir Cecchim, Kevin Krieger, Lourdes Sprenger, Márcio Bins Ely,
Mendes Ribeiro, Paulo Brum, Reginaldo Pujol, Rodrigo Maroni e Tarciso Flecha
Negra. Em continuidade, o Presidente declarou parcialmente prejudicada a Emenda
nº 08 aposta ao Projeto de Lei do Executivo nº 006/14, em face da rejeição da
Emenda nº 02. Foi votada destacadamente e aprovada a Emenda nº 09 aposta ao
Projeto de Lei do Executivo nº 006/14, por vinte e dois votos SIM, três votos
NÃO e cinco ABSTENÇÕES, após ser encaminhada à votação por Mônica Leal, Idenir
Cecchim e Clàudio Janta, em votação nominal solicitada por Clàudio Janta, tendo
votado Sim Carlos Casartelli, Dr. Cristaldo, Dr. Goulart, Dr. Raul Torelly
Fraga, Elizandro Sabino, Engº Comassetto, Guilherme Socias Villela, Idenir
Cecchim, João Carlos Nedel, Jussara Cony, Kevin Krieger, Márcio Bins Ely,
Mendes Ribeiro, Mônica Leal, Nereu D'Avila, Paulinho Motorista, Paulinho Rubem
Berta, Paulo Brum, Reginaldo Pujol, Rodrigo Maroni, Tarciso Flecha Negra e
Waldir Canal, votado Não Airto Ferronato, Clàudio Janta e Mario Manfro e optado
pela Abstenção Delegado Cleiton, Fernanda Melchionna, Lourdes Sprenger, Marcelo
Sgarbossa e Prof. Alex Fraga. Foi votada destacadamente e aprovada a Emenda nº
14 aposta ao Projeto de Lei do Executivo nº 006/14. Foi aprovada a Emenda nº 03
aposta ao Projeto de Lei do Executivo nº 006/14, por vinte e nove votos SIM, em votação nominal solicitada
por Lourdes Sprenger, tendo votado Airto Ferronato, Carlos Casartelli, Clàudio
Janta, Delegado Cleiton, Dr. Cristaldo, Dr. Goulart, Dr. Raul Torelly Fraga,
Elizandro Sabino, Fernanda Melchionna, Guilherme Socias Villela, João Carlos
Nedel, Jussara Cony, Kevin Krieger, Lourdes Sprenger, Marcelo Sgarbossa, Márcio
Bins Ely, Mario Manfro, Mendes Ribeiro, Mônica Leal, Nereu D'Avila, Paulinho
Motorista, Paulinho Rubem Berta, Paulo Brum, Prof. Alex Fraga, Reginaldo Pujol,
Rodrigo Maroni, Sofia Cavedon, Tarciso Flecha Negra e Waldir Canal. Foi aprovada a
Emenda nº 10 aposta ao Projeto de Lei do Executivo nº 006/14, por vinte e sete votos SIM e uma
ABSTENÇÃO, em votação nominal solicitada por Clàudio Janta, tendo votado Sim
Airto Ferronato, Carlos Casartelli, Clàudio Janta, Delegado Cleiton, Dr.
Cristaldo, Dr. Goulart, Dr. Raul Torelly Fraga, Elizandro Sabino, Engº
Comassetto, Guilherme Socias Villela, Idenir Cecchim, João Carlos Nedel,
Jussara Cony, Kevin Krieger, Marcelo Sgarbossa, Márcio Bins Ely, Mario Manfro,
Mendes Ribeiro, Mônica Leal, Nereu D'Avila, Paulinho Motorista, Paulinho Rubem
Berta, Paulo Brum, Reginaldo Pujol, Sofia Cavedon, Tarciso Flecha Negra e
Waldir Canal e optado pela abstenção Lourdes Sprenger. Foi aprovada a
Emenda nº 12 aposta ao Projeto de Lei do Executivo nº 006/14, por trinta votos SIM, em votação
nominal solicitada por Clàudio Janta, tendo votado Airto Ferronato, Carlos
Casartelli, Clàudio Janta, Delegado Cleiton, Dr. Cristaldo, Dr. Goulart, Dr.
Raul Torelly Fraga, Elizandro Sabino, Engº Comassetto, Fernanda Melchionna,
Guilherme Socias Villela, Idenir Cecchim, João Carlos Nedel, Jussara Cony,
Kevin Krieger, Lourdes Sprenger, Marcelo Sgarbossa, Márcio Bins Ely, Mario
Manfro, Mendes Ribeiro, Mônica Leal, Nereu D'Avila, Paulinho Motorista,
Paulinho Rubem Berta, Paulo Brum, Prof. Alex Fraga, Reginaldo Pujol, Rodrigo
Maroni, Sofia Cavedon e Tarciso Flecha Negra. Foi aprovada a Emenda nº 13 aposta ao
Projeto de Lei do Executivo nº 006/14,
por trinta e três votos SIM, em votação nominal solicitada por Clàudio Janta,
tendo votado Airto Ferronato, Carlos Casartelli, Clàudio Janta, Delegado
Cleiton, Dr. Cristaldo, Dr. Goulart, Dr. Raul Torelly Fraga, Dr. Thiago,
Elizandro Sabino, Engº Comassetto, Fernanda Melchionna, Guilherme Socias
Villela, Idenir Cecchim, João Carlos Nedel, Jussara Cony, Kevin Krieger,
Lourdes Sprenger, Marcelo Sgarbossa, Márcio Bins Ely, Mario Manfro, Mauro
Pinheiro, Mendes Ribeiro, Mônica Leal, Nereu D'Avila, Paulinho Motorista,
Paulinho Rubem Berta, Paulo Brum, Prof. Alex Fraga, Reginaldo Pujol, Rodrigo
Maroni, Sofia Cavedon, Tarciso Flecha Negra e Waldir Canal. Foi aprovada a
Emenda nº 15 aposta ao Projeto de Lei do Executivo nº 006/14, por vinte e sete votos SIM e um voto
NÃO, em votação nominal solicitada por Clàudio Janta, tendo votado Sim Carlos
Casartelli, Clàudio Janta, Delegado Cleiton, Dr. Cristaldo, Dr. Goulart, Dr.
Raul Torelly Fraga, Dr. Thiago, Elizandro Sabino, Engº Comassetto, Guilherme
Socias Villela, Idenir Cecchim, João Carlos Nedel, Jussara Cony, Kevin Krieger,
Lourdes Sprenger, Marcelo Sgarbossa, Márcio Bins Ely, Mario Manfro, Mendes
Ribeiro, Mônica Leal, Nereu D'Avila, Paulinho Motorista, Paulinho Rubem Berta,
Reginaldo Pujol, Rodrigo Maroni, Sofia Cavedon e Tarciso Flecha Negra e Não
Airto Ferronato. Após, foram apregoados o Memorando nº 051/15, de autoria de
Waldir Canal, e documento s/nº, de autoria de Engº Comassetto e Kevin Krieger,
solicitando correções na Redação Final das Emendas nos
12 e 14, respectivamente,
apostas ao Projeto
de Lei do Executivo nº 006/14. Foi aprovado o Projeto de Lei do Executivo nº
006/14, por vinte e nove votos SIM e duas ABSTENÇÕES, em votação nominal solicitada
por Engº Comassetto, tendo votado Sim Airto Ferronato, Alberto Kopittke, Carlos
Casartelli, Clàudio Janta, Delegado Cleiton, Dr. Cristaldo, Dr. Goulart, Dr.
Raul Torelly Fraga, Dr. Thiago, Elizandro Sabino, Engº Comassetto, Guilherme
Socias Villela, João Carlos Nedel, Jussara Cony, Kevin Krieger, Lourdes
Sprenger, Marcelo Sgarbossa, Márcio Bins Ely, Mario Manfro, Mendes Ribeiro,
Mônica Leal, Nereu D'Avila, Paulinho Motorista, Paulinho Rubem Berta, Reginaldo
Pujol, Rodrigo Maroni, Sofia Cavedon, Tarciso Flecha Negra e Waldir Canal e
optado pela Abstenção Fernanda Melchionna e Prof. Alex Fraga. Foi aprovado
Requerimento verbal formulado por Jussara Cony, solicitando alteração na ordem
de apreciação da matéria constante na Ordem do Dia, por dezenove votos SIM e
onze votos NÃO, após ser encaminhado à votação por Dr. Thiago e Carlos
Casartelli, tendo votado Sim Airto Ferronato, Alberto Kopittke, Carlos
Casartelli, Delegado Cleiton, Dr. Goulart, Dr. Raul Torelly Fraga, Engº
Comassetto, Fernanda Melchionna, Guilherme Socias Villela, João Carlos Nedel,
Jussara Cony, Marcelo Sgarbossa, Mendes Ribeiro, Mônica Leal, Paulinho
Motorista, Paulo Brum, Prof. Alex Fraga, Rodrigo Maroni e Sofia Cavedon e Não
Clàudio Janta, Dr. Cristaldo, Dr. Thiago, Elizandro Sabino, Kevin Krieger,
Lourdes Sprenger, Márcio Bins Ely, Mario Manfro, Nereu D'Avila, Reginaldo Pujol
e Tarciso Flecha Negra. Em
Discussão Geral e Votação, foi apreciado o Projeto de Lei do Legislativo nº
287/15 (Processo nº 2885/15), após ser discutido por Marcelo Sgarbossa e
Clàudio Janta. Foi aprovada a Emenda nº 01 aposta ao Projeto de Lei do
Legislativo nº 287/15, por trinta e um votos SIM, em votação nominal solicitada
por Clàudio Janta, tendo votado Airto Ferronato, Alberto Kopittke, Carlos
Casartelli, Clàudio Janta, Delegado Cleiton, Dr. Cristaldo, Dr. Goulart, Dr.
Raul Torelly Fraga, Elizandro Sabino, Engº Comassetto, Fernanda Melchionna,
Guilherme Socias Villela, João Carlos Nedel, Jussara Cony, Kevin Krieger,
Lourdes Sprenger, Marcelo Sgarbossa, Márcio Bins Ely, Mario Manfro, Mauro
Pinheiro, Mendes Ribeiro, Mônica Leal, Nereu D'Avila, Paulinho Motorista,
Paulinho Rubem Berta, Paulo Brum, Prof. Alex Fraga, Reginaldo Pujol, Rodrigo
Maroni, Sofia Cavedon e Tarciso Flecha Negra. Foi aprovado o Projeto de Lei do
Legislativo nº 287/15, por trinta votos SIM, em votação nominal solicitada por
Clàudio Janta, tendo votado Airto Ferronato, Carlos Casartelli, Clàudio Janta,
Delegado Cleiton, Dr. Cristaldo, Dr. Goulart, Dr. Raul Torelly Fraga, Elizandro
Sabino, Engº Comassetto, Fernanda Melchionna, Guilherme Socias Villela, João
Carlos Nedel, Jussara Cony, Kevin Krieger, Lourdes Sprenger, Marcelo Sgarbossa,
Márcio Bins Ely, Mario Manfro, Mauro Pinheiro, Mendes Ribeiro, Mônica Leal,
Nereu D'Avila, Paulinho Motorista, Paulinho Rubem Berta, Paulo Brum, Prof. Alex
Fraga, Reginaldo Pujol, Rodrigo Maroni, Sofia Cavedon e Tarciso Flecha Negra.
Em Discussão Geral e Votação, foi aprovado o Projeto de Lei do Legislativo nº
285/15 (Processo nº 2883/15), por vinte e oito votos SIM, em votação nominal
solicitada por Clàudio Janta, tendo votado Airto Ferronato, Carlos Casartelli,
Clàudio Janta, Delegado Cleiton, Dr. Cristaldo, Dr. Goulart, Dr. Raul Torelly
Fraga, Elizandro Sabino, Engº Comassetto, Fernanda Melchionna, João Carlos
Nedel, Jussara Cony, Kevin Krieger, Lourdes Sprenger, Marcelo Sgarbossa, Márcio
Bins Ely, Mario Manfro, Mauro Pinheiro, Mendes Ribeiro, Mônica Leal, Nereu
D'Avila, Paulinho Motorista, Paulinho Rubem Berta, Paulo Brum, Reginaldo Pujol,
Rodrigo Maroni, Sofia Cavedon e Tarciso Flecha Negra. Em prosseguimento, foi
apregoado Requerimento de autoria de Sofia Cavedon, deferido pelo Presidente,
solicitando votação em destaque para a Emenda nº 03 aposta ao Projeto de Emenda
à Lei Orgânica nº 002/13 (Processo nº 1082/13). Em Votação Nominal, 1º Turno,
foi apreciado o Projeto de Emenda à Lei Orgânica nº 002/13 (Processo nº
1082/13). Foi aprovada a Emenda nº 03 aposta ao Projeto de Emenda à Lei
Orgânica nº 002/13, por vinte e cinco votos SIM, após ser encaminhada à votação
por Reginaldo Pujol, Sofia Cavedon e Airto Ferronato, tendo votado Airto
Ferronato, Alberto Kopittke, Carlos Casartelli, Clàudio Janta, Dr. Cristaldo,
Dr. Goulart, Elizandro Sabino, Engº Comassetto, Fernanda Melchionna, Guilherme
Socias Villela, João Carlos Nedel, Jussara Cony, Kevin Krieger, Marcelo
Sgarbossa, Márcio Bins Ely, Mauro Pinheiro, Mendes Ribeiro, Mônica Leal,
Paulinho Motorista, Paulinho Rubem Berta, Paulo Brum, Rodrigo Maroni, Séfora
Gomes Mota, Sofia Cavedon e Tarciso Flecha Negra. Foi aprovado o Projeto de
Emenda à Lei Orgânica nº 002/13, por vinte e nove votos SIM, após ser
encaminhado à votação por Reginaldo Pujol, tendo votado Airto Ferronato,
Alberto Kopittke, Carlos Casartelli, Clàudio Janta, Delegado Cleiton, Dr.
Cristaldo, Dr. Goulart, Dr. Raul Torelly Fraga, Engº Comassetto, Fernanda
Melchionna, Guilherme Socias Villela, João Carlos Nedel, Jussara Cony, Kevin
Krieger, Lourdes Sprenger, Marcelo Sgarbossa, Márcio Bins Ely, Mauro Pinheiro,
Mendes Ribeiro, Mônica Leal, Nereu D'Avila, Paulinho Motorista, Paulinho Rubem
Berta, Paulo Brum, Prof. Alex Fraga, Rodrigo Maroni, Séfora Gomes Mota, Sofia
Cavedon e Tarciso Flecha Negra. Foi aprovado Requerimento verbal formulado por
Kevin Krieger, solicitando a prorrogação dos trabalhos da presente Sessão, por
dezenove votos SIM, em votação nominal solicitada por Clàudio Janta, tendo
votado Carlos Casartelli, Clàudio Janta, Delegado Cleiton, Dr. Cristaldo, Dr.
Goulart, Elizandro Sabino, Guilherme Socias Villela, João Carlos Nedel, Kevin
Krieger, Márcio Bins Ely, Mendes Ribeiro, Mônica Leal, Paulinho Motorista,
Paulinho Rubem Berta, Paulo Brum, Reginaldo Pujol, Rodrigo Maroni, Séfora Gomes
Mota e Tarciso Flecha Negra. Foi rejeitado Requerimento de autoria de Alberto
Kopittke, solicitando o adiamento, por cinco sessões, da discussão do Projeto
de Lei do Executivo nº 026/15 (Processo nº 2098/15), por nove votos SIM e
dezoito votos NÃO, após ser encaminhado à votação por Alberto Kopittke,
Fernanda Melchionna, Guilherme Socias Villela, Jussara Cony, Marcelo Sgarbossa,
Reginaldo Pujol, Engº Comassetto e Clàudio Janta, em votação nominal solicitada
por Mauro Pinheiro, tendo votado Sim Alberto Kopittke, Clàudio Janta, Engº
Comassetto, Fernanda Melchionna, Jussara Cony, Lourdes Sprenger, Marcelo
Sgarbossa, Prof. Alex Fraga e Sofia Cavedon e Não Airto Ferronato, Carlos
Casartelli, Delegado Cleiton, Dr. Goulart, Elizandro Sabino, Guilherme Socias
Villela, João Carlos Nedel, Kevin Krieger, Márcio Bins Ely, Mario Manfro,
Mendes Ribeiro, Mônica Leal, Paulinho Motorista, Paulinho Rubem Berta, Paulo
Brum, Reginaldo Pujol, Rodrigo Maroni e Séfora Gomes Mota. Na ocasião, foi
constatada a existência de quórum deliberativo, em verificação solicitada por
Dr. Thiago. Foi rejeitado Requerimento verbal formulado por Jussara Cony, solicitando
a retirada do Projeto de Lei do Executivo nº 026/15 da priorização para a Ordem
do Dia da presente Sessão, por cinco votos SIM, dezenove votos NÃO e duas
ABSTENÇÕES, após ser encaminhado à votação por Alberto Kopittke, Marcelo
Sgarbossa e Fernanda Melchionna, em votação nominal solicitada por Mauro
Pinheiro, tendo votado Sim Alberto Kopittke, Jussara Cony, Marcelo Sgarbossa,
Prof. Alex Fraga e Sofia Cavedon, votado Não Airto Ferronato, Carlos
Casartelli, Delegado Cleiton, Dr. Cristaldo, Dr. Goulart, Elizandro Sabino,
Guilherme Socias Villela, João Carlos Nedel, Kevin Krieger, Márcio Bins Ely,
Mario Manfro, Mendes Ribeiro, Mônica Leal, Paulinho Motorista, Paulinho Rubem
Berta, Paulo Brum, Reginaldo Pujol, Rodrigo Maroni e Séfora Gomes Mota e optado
pela Abstenção Clàudio Janta e Tarciso Flecha Negra. Foi rejeitado Requerimento
verbal formulado por Marcelo Sgarbossa, solicitando alteração na ordem de
apreciação da matéria constante na Ordem do Dia, por vinte e sete votos NÃO,
após ser encaminhado à votação por Alberto Kopittke, Kevin Krieger, Fernanda
Melchionna, Marcelo Sgarbossa e Jussara Cony, tendo votado Airto Ferronato,
Alberto Kopittke, Carlos Casartelli, Clàudio Janta, Delegado Cleiton, Dr.
Goulart, Elizandro Sabino, Engº Comassetto, Guilherme Socias Villela, Idenir
Cecchim, João Carlos Nedel, Jussara Cony, Kevin Krieger, Lourdes Sprenger,
Marcelo Sgarbossa, Márcio Bins Ely, Mario Manfro, Mendes Ribeiro, Mônica Leal,
Paulinho Motorista, Paulinho Rubem Berta, Paulo Brum, Prof. Alex Fraga, Reginaldo
Pujol, Rodrigo Maroni, Sofia Cavedon e Tarciso Flecha Negra. Na oportunidade,
João Carlos Nedel formulou Requerimento verbal, posteriormente retirado,
solicitando alteração na ordem de apreciação da matéria constante na Ordem do
Dia. Em Discussão Geral e Votação, esteve o Projeto de Lei do Executivo nº
026/15 (Processo nº 2098/15), o qual, após ser discutido por Alberto Kopittke,
Lourdes Sprenger, Sofia Cavedon, Marcelo Sgarbossa, Fernanda Melchionna,
Clàudio Janta, Idenir Cecchim e Engº Comassetto, teve sua discussão suspensa.
Na ocasião, foram apregoadas as seguintes Emendas ao Projeto de Lei do
Executivo nº 026/15: nos 01 e 02, assinadas por Alberto Kopittke e
Marcelo Sgarbossa; nº 03, assinada por Alberto Kopittke e Jussara Cony; nos
04 e 05, assinadas por Kevin Krieger. Também, foram aprovados os seguintes
Requerimentos, solicitando a dispensa do envio de Emendas apostas ao Projeto de Lei do Executivo nº 026/15 à
apreciação de Comissões Permanentes: de autoria de Alberto Kopittke, referente
às Emendas nos
01, 02 e 03; de autoria de Kevin Krieger, referente às Emendas nos
04 e 05. Ainda, foi apregoado Requerimento de autoria de Alberto Kopittke e
Engº Comassetto, deferido pelo Presidente, solicitando votação em destaque para
as Emendas nos 01, 02, 03, 04 e 05 apostas ao Projeto de Lei do Executivo nº 026/15.
Durante a Sessão, Kevin Krieger, Bernardino Vendruscolo, Idenir Cecchim, Sofia
Cavedon, Reginaldo Pujol, Clàudio Janta, Marcelo Sgarbossa, Jussara Cony, Mario
Manfro e Engº Comassetto manifestaram-se acerca de assuntos diversos. Às vinte horas
e cinquenta e oito minutos, o Presidente
declarou encerrados os trabalhos, convocando os vereadores para sessão
extraordinária a ser realizada a seguir. Os
trabalhos foram presididos por Mauro Pinheiro e Paulo Brum e secretariados por
Delegado Cleiton. Do que foi lavrada a presente Ata, que, após distribuída e
aprovada, será assinada pelo 1º Secretário e pelo Presidente.
O SR.
PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): Passamos ao
O Ver. Tarciso Flecha Negra está com a palavra em
Grande Expediente. (Pausa.) Desiste. O Ver. Waldir Canal está com a palavra em
Grande Expediente. (Pausa.) Desiste. O Ver. Alberto Kopittke está com a palavra
para uma Comunicação de Líder.
O SR. ALBERTO
KOPITTKE: Caros colegas, boa tarde, aproveitando este momento de retorno dos
nossos trabalhos, passamos toda a manhã com diversas votações e ela foi muito
profícua. Aproveito este momento de liderança do meu partido, em nome da Ver.ª
Sofia, do Ver. Comassetto, Ver. Mauro, Ver. Sgarbossa, para fazer uma saudação
da energia democrática do nosso País que, na sexta-feira, deu um passo
histórico. Ver.ª Sofia, pela segunda vez na história do Brasil, nós temos um
golpe constitucional barrado pela força popular. Depois de 1961, a história vai
registrar que em 2015, 2016 se derrubou novamente uma tentativa de rasgar a
Constituição do Brasil. E, aliás, Ver.ª Sofia, é a décima quarta tentativa de
golpe da história do Brasil desde a proclamação da República. Fiz esse estudo,
tratou-se da décima quarta tentativa de golpe, sendo que dessas, dez tiveram
êxito e conseguiram derrubar e rasgar a Constituição. E a de 2015, assim como a
de 1961, ficará marcada como a tentativa de golpe em que a população se uniu,
foi para as ruas e evitou que a TFP pós-moderna
tivesse êxito num golpe constitucional no País. Mas não foi só a força popular,
mais de cem mil pessoas que foram para as ruas, dos movimentos sociais,
sindicais, também o Supremo Tribunal Federal, por maioria, evitou que o
“achacador” geral da República, o Sr. Cunha, tivesse êxito na sua tentativa de
golpe, por dentro da Câmara Federal. Ele privatizou e tentou criar a comissão
do impeachment em sessão secreta; ele
desrespeitou absolutamente todos os regimentos, todas as cláusulas do Regimento
Interno e, aliás, é hoje o grande líder da oposição golpista do País. O grande
líder do PSDB e do DEM, hoje, se chama Eduardo Cunha. Mas o Supremo Tribunal
Federal e o Procurador-Geral da República estão fazendo a sua parte, assim como
a Polícia Federal, e vão botar esse senhor no seu devido lugar, que é na
cadeia! Dentro da cadeia com todos aqueles que tenham usurpado do patrimônio
público. Porque hoje não é como antigamente, hoje as instituições funcionam, os
processos funcionam, doa a quem doer. Pode até doer para o PT, e dói, e é
triste ver alguém que tenha feito uso da confiança do nosso partido, Ver.ª
Sofia, nos entristece, quando o nome de algum petista aparece, mas mais do que
esse entristecimento, nos orgulha porque hoje não é mais como nos tempos da ditadura,
hoje não é mais como nos tempos de Fernando Henrique Cardoso, em que a sujeira
do Brasil era botada embaixo do tapete. Agora a sujeira está na rua e, doa a
quem doer, vai para a cadeia, vai líder do Governo, vai Senador, vai Deputado.
E o próximo a ir é o Presidente da Câmara dos Deputados, que, aliás, andava com
um dossiê no paletó contra os deputados da Câmara. Esse é o nível desse senhor.
Mas as forças populares, que mais do que a derrubada do golpe têm a comemorar a
queda do Sr. Levy, esse senhor tão amado pelos mercados, que infelizmente a
minha Presidenta colocou como Ministro da Fazenda e arrasou o País este ano,
fazendo ajuste ao gosto dos bancos e das agências de risco. E até nisso a
Presidenta teve um bom momento e esse senhor foi mandado para a rua, ele que vá
dirigir os grandes bancos, porque ele não é o programa que nós elegemos no ano
passado. O programa que nós elegemos é desenvolvimentista, que o papel do Estado entre na economia e não fique repassando
dinheiro para os bancos. A Ver.ª Sofia muito bem lembra aqui do Governo
Fernando Henrique que só teve 40 operações da Polícia Federal; o nosso Governo,
duas mil...
(Som cortado
automaticamente por limitação de tempo.)
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): A Ver.ª Jussara Cony está com a palavra para uma
Comunicação de Líder.
A
SRA. JUSSARA CONY: Sr. Presidente, Sras. Vereadoras e Srs. Vereadores, antes de mais nada,
eu quero saudar todos os movimentos sociais, os movimentos de luta por moradia,
os movimentos que também vêm aqui apoiar, Ver. Ferronato, um
projeto de V. Exa. que engloba, para além da Lomba do Pinheiro, aquela horta
estratégica para a educação, para a saúde, também da cidade de Porto Alegre.
Trata-se de um olhar de gestão diferenciado do significado dos conhecimentos,
tanto tradicional, acadêmico, para que nós possamos, lá na saúde, por exemplo,
fazer a implementação de uma política de plantas medicinais, aromáticas,
condimentares e essas experiências que as comunidades trazem aqui para nós. A luta
das comunidades pela reforma urbana, que, para mim, é uma das reformas
estruturantes da Nação brasileira – ao lado da reforma maior, que é a reforma
política –, para garantir não só a habitação, mas a moradia com dignidade, com
as políticas públicas, com saúde, com educação, com a questão ambiental, com
direito ao lazer, com direito à ocupação dos espaços públicos no sentido,
inclusive, do enfrentamento à violência. Todos são muito bem-vindos aqui, o
Conselho Comunitário Norte, a Santa
Rosa de Lima sempre em luta, é a comunidade aqui, na
Câmara Municipal de Porto Alegre, assistindo também a estes debates.
Eu venho
a esta tribuna exatamente porque o Ver. Kopittke veio
há pouco falando em nome da Bancada do PT e eu gostaria de adicionar ao
pronunciamento do Ver. Kopittke algo que foi
esquecido. E foi esquecido, porque a emoção, muitas vezes, faz com que a gente
venha aqui celebrar, todos juntos, a democracia. Eu quero lembrar que foi o
Partido Comunista do Brasil, mas não isolado das lutas sociais e da luta de
rua, que encaminhou ao Supremo Tribunal Federal, há questão de uma semana e
meia, duas semanas, a arguição de descumprimento do preceito fundamental. O que
é isso? É uma das cláusulas pétreas da Constituição brasileira, que significa
exatamente o respaldo à democracia nesta Nação. Democracia que foi conquistada
no processo da ditadura militar, com muita luta, e, inclusive naquele processo,
muitas das ocupações da nossa população ocorreram e tinham que ocorrer mesmo,
porque não havia política habitacional. E hoje a gente luta por reforma urbana
para aumentar ainda mais a política habitacional.
Mas eu falava aqui nesse aspecto que temos que
trabalhar a história como nossa aliada e, no momento histórico em que vivemos,
quero dizer que essa arguição do nosso partido ao Supremo Tribunal Federal,
combinada, como sempre dissemos, é conquistada pelo povo na rua. Foi o povo na
rua que enfrentou e combateu a ditadura. E é o povo na rua que garantiu, desta
vez, respaldando essa ação, esse argumento de descumprimento de uma cláusula
pétrea da Constituição, porque, se ele garantiu a derrubada da ditadura, nós
estamos garantidos hoje, e essa peça institucional que o Partido Comunista do
Brasil encaminhou estava combinada com o que sempre dissemos, e não saímos das
ruas. Às vezes éramos meia dúzia, mas estávamos nas ruas, porque o povo na rua
também impede o golpe. O povo na rua está impedindo um golpe civil para a volta
de uma ditadura. E isso fez com que o Supremo Tribunal Federal fosse chamado à
razão pelo Estado Democrático de Direito.
Eu quero dizer a todos aqui, de uma forma muito
particular aos companheiros, que não há garantia de habitação, não há garantia
de saúde, não há garantia de desenvolvimento, não há garantia de respaldo às
conquistas nacionais sem democracia! Vocês hoje aqui são um exemplo da
democracia, estão aqui juntos lutando pelos seus direitos! E era isso que
queriam tirar da nossa Nação, inclusive para tirar uma Presidente eleita pela
maioria dos votos deste País, e ninguém tem moral para fazer isso nesta Nação,
pela honra da Presidente Dilma, e muito menos o inimigo número um do Brasil,
que é o Sr. Eduardo Cunha. Então é com unidade, com luta e com amplitude, não
se isolando! Ninguém é dono da verdade! O dono da verdade nesta Nação é o povo
que luta para conquistar seus direitos e está lutando junto conosco pela
democracia.
Então eu queria dizer do significado desse momento
que estamos vivendo. O dia 16 foi um dia de unidade, um dia de amplitude, um
dia de luta, mas o que aconteceu no Supremo Tribunal...
(Som cortado automaticamente por limitação de
tempo.)
(Não revisado pela oradora.)
O SR.
PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): O Ver. Clàudio Janta está com a palavra para uma
Comunicação de Líder.
O SR. CLÀUDIO
JANTA: Sr. Presidente, Sras. Vereadoras, Srs. Vereadores, líderes comunitários
que acompanham o importante projeto que esta Casa irá votar no dia de hoje;
hoje de manhã, iniciamos esta Sessão votando um projeto muito importante para a
população de Porto Alegre, principalmente para vocês, líderes dos bairros de
Porto Alegre, alguns que aqui estão, líderes do Orçamento Participativo. Era um
projeto de autoria do Ver. Dr. Raul que permitiria a abertura de 16 postos de
saúde nas regiões do OP por 24 horas, uma luta importante da população de Porto
Alegre, uma luta do nosso mandato, uma luta do povo de Porto Alegre, que
necessita de acesso à saúde. A saúde não pode ser tratada como banco, a saúde
não pode ter seus postos abrindo das 8h às 17h, a saúde não pode ter horário
bancário – chega nos feriadões, a saúde fecha. Era uma experiência a abertura
desses postos nas regiões do OP, previa a reunião do Conselho do OP, previa a
decisão das comunidades para decidir quais postos iriam abrir por 24 horas. Nós
fomos derrotados hoje de manhã nesse projeto popular, nesse projeto de levar
cidadania à população de Porto Alegre. Hoje à tarde, nós vamos votar os bairros
de Porto Alegre, os bairros que foram discutidos com a população pelo Governo,
pela CUTHAB, que fez várias audiências, reuniões, ouviu, e nós vamos votar aqui
o que o povo decidiu. Nós vamos votar aqui o que foi decidido pela população de
Porto Alegre, e esperamos que esta Casa vote o que a população de Porto Alegre
decidiu, os seus limites, as suas necessidades e as suas conquistas de bairros,
seja isso na Vila Farrapos, no Humaitá, na Santa Rosa; seja a permanência do
Costa e Silva mantendo o mesmo nome; seja na Hípica, no Cristal. Sejam as
decisões que foram tomadas pela comunidade, pelo povo de Porto Alegre
referendadas por esta Casa. Nós estamos aqui, porque nos foi outorgada pela
população de Porto Alegre essa representação. Esse projeto que vamos votar hoje
à tarde nós discutimos muito com a população de Porto Alegre. A CUTHAB, da qual
fazem parte os Vers. Comassetto, Delegado Cleiton, Séfora, Cassio Trogildo,
Casartelli, Dr. Goulart, esteve em vários bairros, em várias audiências.
Estivemos reunidos com várias lideranças que nos disseram o que queriam em
termos de audiências públicas e reuniões, colocamos isso no papel e fizemos o
que o povo pediu. A Prefeitura fez isso, e nós também fizemos. Então, nós
esperamos que, na tarde de hoje, essa vontade popular da Santa Rosa, da Hípica,
do Cristal, do Costa e Silva, do Rubem Berta, dos Navegantes, do Lami, da Zona
Sul seja respeitada.
Eu queria dizer para a população que nós não vamos
desistir da luta de abrir os postos de saúde em Porto Alegre 24 horas. Nós
aprovamos emenda na LDO, emenda na LOA, tem recursos para isso, para abrir até
as 22h. Já estão aprovados alguns postos para abrir. Nós vamos seguir lutando
para abrir os postos de saúde, vamos seguir lutando para abrir as creches até
as 22h, porque isso é a necessidade do povo que trabalha, e nós vamos estar
aqui representando esse povo. Muito obrigado, Sr. Presidente.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. KEVIN
KRIEGER: Sr. Presidente, queria sugerir aos nossos Líderes que entrássemos já na
Ordem do Dia, porque o projeto dos bairros é o primeiro, conforme o acordado há
alguns dias.
O
SR. PRESIDENTE (Mauro Pinheiro – às 14h37min): Havendo
quórum, passamos à
O SR. AIRTO
FERRONATO (Requerimento): Sr. Presidente, como o PLL nº 232/15 não foi votado
pela manhã, e, agora, está no item nº 04, nós temos gente da Lomba do Pinheiro
acompanhando a votação, e como é um processo que não vai ter grande discussão,
vai ser rápido, solicito a alteração da ordem da priorização de votação, para
que possamos, imediatamente, passar à discussão e votação do PLL nº 232/15.
Após retornaremos à ordem normal
(Manifestações nas galerias.)
O SR. KEVIN
KRIEGER: Pessoal, acho que é importante um pequeno esclarecimento a todos vocês.
Nós temos esse projeto da Lomba do Pinheiro, que transforma uma área em Área de
Preservação Ambiental. É um projeto cuja votação não leva mais de 20 minutos,
e, logo após, nós entraremos na discussão do bairro. Eu gostaria que vocês
pudessem, junto conosco, dar esse acordo, porque é importante para a Lomba do
Pinheiro também. Pode ser? (Palmas.)
O SR.
PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): Em votação o Requerimento de autoria do Ver. Airto
Ferronato. (Pausa.) Os Srs.
Vereadores que o aprovam permaneçam como se encontram. (Pausa.) APROVADO.
Apregoo a Emenda nº 02, de autoria do Ver. Airto
Ferronato, ao PLL nº 232/15.
Apregoo a Emenda nº 03, de autoria dos Vereadores
Airto Ferronato e Marcelo Sgarbossa, ao PLL nº 232/15.
Apregoo a Emenda nº 04, de autoria dos Vereadores
Airto Ferronato e Marcelo Sgarbossa, ao PLL nº 232/15.
Apregoo e defiro o Requerimento de autoria do Ver.
Marcelo Sgarbossa, solicitando que sejam votadas em destaque as Emendas nº 03 e
nº 04 ao PLL nº 232/15.
DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO
(discussão:
todos os Vereadores/05minutos/com aparte;
encaminhamento: autor e
bancadas/05 minutos/sem aparte)
PROC. Nº 2362/15 – PROJETO DE LEI DO
LEGISLATIVO Nº 232/15,
de autoria do Ver. Airto Ferronato, que institui como área de preservação
ambiental e sociocultural o terreno de propriedade da Prefeitura Municipal de
Porto Alegre localizado na Estrada João de Oliveira Remião, 5088, Bairro Lomba
do Pinheiro, e determina a preservação das construções e dos equipamentos
existentes nesse terreno. Com Emenda nº
01.
Parecer:
- da CCJ. Relator
Ver. Mendes Ribeiro: pela inexistência de óbice de natureza jurídica para a
tramitação do Projeto e da Emenda nº 01.
Observação:
- incluído na
Ordem do Dia em 16-12-15 por força do art. 81 da LOM.
O SR.
PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): Em discussão o PLL nº 232/15. (Pausa.) Não há quem
queira discutir. (Pausa.) Em votação a Emenda nº 03 ao PLL nº 232/15. (Pausa.)
Os Srs. Vereadores que a aprovam permaneçam como se encontram. (Pausa.) APROVADA.
Em votação a Emenda nº 04
ao PLL nº 232/15. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que a aprovam permaneçam como se
encontram. (Pausa.) APROVADA.
Em votação o
PLL nº 232/15. (Pausa.) O Ver. Airto Ferronato está com a palavra para
encaminhar a votação das Emendas nº 01 e nº 02, destacadas, ao PLL nº 232/15.
O SR. AIRTO
FERRONATO: Sr. Presidente, Sras.
Vereadoras e Srs. Vereadores, senhoras e senhores presentes, nós estamos hoje
com projetos importantes para votar, logo mais votaremos os bairros, e agora
estamos votando o projeto que estabelece como Área de Preservação Ambiental uma
área de 40 mil metros, na Lomba do Pinheiro, onde temos uma mata nativa e a
horta comunitária.
O Ver. Mendes Ribeiro pede que eu fale em seu nome
com relação à Emenda nº 01, em que ele, como Relator, fez um parecer favorável,
encaminhou uma emenda apenas modificando a redação do parágrafo único, dizendo
que aqueles equipamentos e as construções que temos naquela área são mantidos e
não preservados. Até em razão do que expressam aqueles equipamentos, portanto,
nosso pedido é que votem favoráveis à emenda e ao projeto.
Com relação à horta comunitária, nós temos dois
grandes abaixo-assinados, um em papel, onde a comunidade conseguiu bem mais de
três mil assinaturas – e tenho cópia dessas assinaturas –, e nós tivemos,
recentemente, um movimento para assinatura virtual, e conseguimos, através
daquele site, mais de 2.500 assinaturas. Assinaram, pessoas de Porto Alegre, de
todas as cidades gaúchas; assinaram, pessoas, minha cara Ver.ª Fernanda, de
Recife, de Fortaleza, de Florianópolis, de Curitiba, de São Paulo, de Belo
Horizonte, de Brasília, do Rio de Janeiro, de Maringá, de Taboão da Serra, de
Goiás/Goiânia, de Salvador, de Campo Grande, de Sorriso no Mato Grosso, de
Palmas em Tocantis; assinaram, pessoas da Espanha, de Londres, de Paris na
França, da Argentina, do Reino Unido. Tomou corpo, definitivamente, a proposta
da horta comunitária. (Palmas.) Apenas para mencionar, a Vila do Sossego, está
aqui o seu comandante, copiou o sistema da horta, pegou uma área, que era
lixão, e transformou em horta; ganhou um prêmio, em Natal, o segundo lugar como
melhor proposta para as cidades. Eu quero registrar o seguinte: a presença de
todos vocês conosco, nesta tarde, demonstra a importância que é aquela área
para Porto Alegre. Eu já disse, numa das últimas reuniões que participei, que
Porto Alegre é a capital nacional do pêssego de mesa; Porto Alegre é uma das
únicas capitais brasileiras que tem uma área rural pujante e, agora, Porto Alegre
tem, e isso se esparrama pelo Brasil inteiro, a maior, a melhor, a primeira
horta comunitária; uma área de cultura, de lazer, sócio-cultural, uma área de
terapia, de medicina, de saúde, onde mais de 10 mil crianças, homens, mulheres,
adolescentes, idosos e mais jovens já passaram por lá. Nós temos a presença da
UFRGS, da PUC, da SMED, da SMAM, do DMLU, do DEP; nós temos a presença da
sociedade, das associações todas atuando lá e pedindo para que se vote
favoravelmente.
Portanto, eu
falo em meu nome, em nome do Ver. Paulinho Motorista, e falamos, sim, em nome
de todos os Vereadores de Porto Alegre. Vamos votar favoravelmente, porque, com
isso, vamos dar um passo gigantesco na demonstração de estar de Porto Alegre
verde. Um abraço. Parabéns a vocês.
(Não revisado
pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): O Ver. Marcelo Sgarbossa está com a palavra para encaminhar a votação das Emendas nº 01 e
nº 02, destacadas, ao PLL nº 232/15.
O SR. MARCELO
SGARBOSSA: Boa tarde a todos e todas, em especial a toda a comunidade da Lomba do
Pinheiro que está aqui, mobilizada, mais uma vez. Vejam, que a proposta do Ver.
Airto Ferronato hoje é um coroamento de um processo de luta, porque,
infelizmente, a comunidade precisou lutar muito. Lembro que a Comissão de Saúde
e Meio ambiente fez duas reuniões especificamente sobre o tema, inclusive, uma in loco, quando fomos até a horta. E nós
estamos falando em muito mais do que uma horta, Ver. Airto Ferronato, é todo um
trabalho comunitário em que muitos que estão aqui conhecem melhor do que nós,
um trabalho de mais de uma década em que as pessoas se transformam, deixando
depressão, dependência de medicamento para trabalhar comunitariamente para uma
sociedade diferente. Por isso, eu acho que é importante – mesmo num dia de festa,
pois parece que o aprovaremos e as emendas também – nós aprendermos com o
processo. Ele mostra que, sem mobilização da comunidade, nada se consegue. Esse
projeto surge no seio de uma disputa, porque ali havia – e ainda há um projeto
que, infelizmente o Conselho Municipal de Desenvolvimento Urbano e Ambiental
aprovou – um traçado viário de várias ruas cortando a horta e todo aquele
complexo sócio-cultural e ambiental. A Ver.ª Lourdes é da Lomba do Pinheiro, é
Vereadora desta Casa e tem projetos específicos da horta comunitária. E a
proposta do Ver. Airto Ferronato vai justamente nesse sentido, de preservação
daquela área. Fizemos emendas junto com o Ver. Airto Ferronato para estabelecer
aquele local como lugar de um roteiro didático para as crianças conheçam e para
que as escolas municipais possam ter o espaço como referência, e,
expressamente, colocamos uma outra emenda que proíbe a abertura de ruas. Como
no projeto original não estava previsto, colocamos a previsão de impedir que
ruas sejam abertas no futuro. E preocupados que essa alteração possa, de alguma
forma, afetar negativamente o que já está consolidado, a emenda da Bancada do
Partido dos Trabalhadores e assinada também pelo Ver. Airto Ferronato, fala que
fica assegurado que a área com uso agrícola já consolidado não terá alteração
em decorrência da aprovação desta lei. Então, vejam, é uma tentativa com
sucesso, Mônica, de que aquilo que está ali se preserve da forma como está, com
aquela agricultura, aquele cultivo já consolidado e que, no futuro, não se
pense na possibilidade de abertura de novas ruas.
Repito que foi um processo que tramitou no Conselho
Municipal de Desenvolvimento Urbano e Ambiental, e, infelizmente, a maioria dos
Conselheiros não foi sensível e acabou aprovando este projeto com este traçado
viário, ao que Prefeito Fortunati – quero fazer aqui a lembrança – não deu
acordo, e por isso surge aqui a proposta do Ver. Ferronato, baseado também na
decisão do Prefeito Fortunati em não dar acordo à abertura de ruas, em especial
passando dentro de uma área como é a horta comunitária.
Quero saudar o Giovani, que aqui está, do Conselho
Popular da Lomba do Pinheiro, assim como outras lideranças da comunidade, como
o Jakubaszko, enfim.
Este projeto
é muito simbólico, porque, quando dizemos não ao rodoviarismo na Cidade,
estamos dizendo sim à preservação da cultura local e às iniciativas
comunitárias, e este projeto vem ao encontro disso.
Parabéns à comunidade, ao Ver. Ferronato e ao
Governo também – quero fazer aqui este reconhecimento – , que está dando acordo
a um projeto de um Vereador que é de um partido que, hoje, compõe a base do
Governo, mas precisaria do acordo do Governo, que, aqui, está dando o acordo.
Por isso, aprovaremos um projeto com as suas emendas, que visam a assegurar
ainda mais aquele espaço tão nobre e tão importante para a Cidade e para a
comunidade. Obrigado. (Palmas.)
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): A Ver.ª Jussara Cony está com a palavra para
encaminhar a votação das Emendas nº 01 e nº 02, destacadas, ao PLL nº 232/15.
A SRA. JUSSARA
CONY: Sr. Presidente, Srs. Vereadores e Sras. Vereadoras, eu acabei de ganhar
esta planta da Lourdes e, portanto, de toda a comunidade. (Mostra planta.) Eu
pedi a ela plantas medicinais exatamente porque eu quero, na minha intervenção,
não só partir de alimentos saudáveis sem agrotóxicos, que é a questão da horta
comunitária, mas também levantar este olhar para o horto medicinal. Nós estamos
aqui com a alfazema, que é um calmante natural. As duas que estou mostrando
aqui são aromáticas, além de medicinais. Também servem para fazer sabonete, e
inclusive esta é fundamental para tratar de determinadas lesões da pele – esta
aqui é a malva cheirosa, quando eu passei o pessoal queria saber que perfume
era esse. A malva cheirosa é um anti-inflamatório. A partir daqui eu venho
fazer a minha intervenção, em nome do PCdoB, e como farmacêutica – sou formada
pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul, e me especializei exatamente na
área de medicamentos e, nesse aspecto, na área de fitoterapia. Foram várias
reuniões, eu tive o prazer de ir lá no local, na Lomba, presidir aquela
reunião, num momento de muita dificuldade, quando as ruas iam cortar a Lomba do
Pinheiro e isso iria terminar com a horta medicinal comunitária, Ver. Mario
Manfro – V. Exa. que também é da área –, e também o horto medicinal. É por isso
que quero cumprimentar o Ver. Airto Ferronato, porque o projeto dele vem bem ao
encontro do que nós precisamos. Houve aquela reunião, depois houve
desdobramentos aqui na COSMAM, aquela que eu coordenei como Vice-Presidente, e
eu gostaria de dizer aos meus colegas, como um todo, que lá tem a simbiose
importante que seja feita na preservação da nossa biodiversidade e na
preservação da saúde, Ver.ª Fernanda Melchionna. Porque lá tem o conhecimento
popular tradicional agregado ao conhecimento acadêmico da Universidade Federal
do Rio Grande do Sul, vários professores, com os quais eu muito aprendi. Há uma
relação da comunidade com outras comunidades, inclusive com a comunidade
acadêmica, aquela academia que se volta para dialogar, em igualdade de
condições, e a aprender também com o conhecimento tradicional. Então, a horta
comunitária é extremamente importante, e o horto medicinal também, porque já
existem também espécies medicinais, aromáticas e condimentares.
Como aprovamos a área rural de Porto Alegre, quero
estender o projeto da Lomba à área rural lá na Zona Sul – porque aprovei nesta
Casa e pude colaborar na construção do nacional e como deputada aprovei em
nível estadual –, às políticas nacional, estadual e municipal de plantas
medicinais. Nós temos isso aqui em Porto Alegre, aprovado por esta Casa.
Defender a Lomba do Pinheiro, defender as hortas comunitárias e os hortos
medicinais é defender a educação, a perspectiva de educação para uma outra
sociedade, é defender a saúde, é defender a cultura que vem dos nossos
ancestrais indígenas, brancos, negros, é defender o nosso conhecimento
tradicional, é o desenvolvimento de uma nação na perspectiva de uma cadeia
produtiva. Inclusive, nós vamos articular; coloquei emenda na Lei de Diretrizes
Orçamentárias para política de plantas medicinais, para poder articular com o
Ministério da Saúde. E nós podemos fazer lá e em outros lugares uma rede
produtiva local, como cadeia produtiva geradora de emprego, de renda, de
desenvolvimento de cultura, de espaço de conhecimento, que é o conhecimento
popular. Então, a preservação ambiental e sociocultural é inverter a lógica dos
interesses do capital que, no campo, é latifúndio improdutivo, e, na cidade, é
especulação imobiliária, Ver.ª Fernanda; é inverter essa lógica e olhar o
significado da função social da terra. Em torno das nossas habitações nós
podemos garantir também a nossa saúde, o nosso lazer...
(Som cortado automaticamente por limitação de
tempo.)
(Presidente concede tempo para o término do
pronunciamento.)
A SRA. JUSSARA
CONY: ...Para finalizar, a gente tem que agradecer hoje a resistência, a luta,
o conhecimento, a unidade da população da Lomba do Pinheiro que ali construiu e
aquilo ali é construção popular, é construção do povo. Aquilo ali é
conhecimento popular! Preservar aquilo ali é preservar uma outra Porto Alegre,
é olhar Porto Alegre também como uma cidade que tem uma zona rural e é olhar o
povo de Porto Alegre como aquele que detém um conhecimento!
Então nesse sentido o projeto do Ver. Airto
Ferronato soma-se a várias outras intenções e a projetos nesta Casa. Parabéns a
esta comunidade! Que este perfume dessas nossas plantas medicinais se espalhe
na alma, entre na alma de todos os Vereadores para nós aprovarmos por
unanimidade este projeto. (Palmas.)
(Não revisado pela oradora.)
O SR.
PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): O Ver. Engº Comassetto está com a palavra para
encaminhar a votação das Emendas nº 01 e nº 02, destacadas, ao PLL nº 232/15.
O SR. ENGº
COMASSETTO: Sr. Presidente, meus colegas Vereadores e Vereadoras, senhoras e
senhores que nos assistem aqui, quero cumprimentar todas as lideranças que
estão aqui para discutir dois projetos importantes de hoje. Primeiro, o projeto
que define os limites dos bairros, que é uma afirmação da cidadania. Eu quero
cumprimentar aqui a comunidade da Lomba do Pinheiro. Cumprimentando a Lourdes e
o Eduino, cumprimento todos aqueles que defendem a política ambiental como algo
inerente à vida.
Quero dizer que este projeto vem para gravar uma
gleba municipal como área ambiental, Ver. Ferronato, e cumprimento V. Exa. pela
proposição do projeto. A Cidade deveria seguir o exemplo da Lomba do Pinheiro e
nós termos, no mínimo, em cada região do Orçamento Participativo, uma área
pública para que pudesse ser um centro de educação ambiental e um centro de
referência da sustentabilidade para a cidade de Porto Alegre.
O Município tem mandado para esta Casa projeto para
vender a área, e nós temos batido contra a venda dessas áreas, pois elas têm
que ser destinadas prioritariamente para habitação, e depois para programas
comunitários, tais quais esse das hortas comunitárias aqui apresentado.
Quero fazer aqui algumas referências neste momento.
Na verdade, o ser humano se distanciou e se distancia cada vez mais de
compreender a natureza. E para termos uma horta comunitária, com os condimentos
e plantas medicinais aqui trazidos, nós temos que trabalhar cada vez mais. Cada
casa deveria ter, por exemplo – e as meninas estão com gramíneas nas mãos –, a
citronela, que é um repelente natural contra o mosquito. Se todos tivessem,
Ver. Paulinho, citronela plantada em casa, poderiam macerá-la para espantar
moscas, mosquitos e outros insetos, ao invés do veneno, que é agrotóxico, que
causa mal às pessoas, aos animais e às plantas que essa campanha utiliza nas
casas. A citronela é um repelente natural. E vocês, Giovani, estão dando o
exemplo lá da Lomba do Pinheiro.
Não precisa dizer dos temperos. Quem não toma e não
gostaria de ter um chá de boldo para ajudar na digestão? Por que ter que
comprar um produto industrializado se o boldo é uma planta que dá em qualquer
canteiro? E quero dizer mais: em Porto Alegre deveria ser proibido o caminhão
de lixo passar para recolher resíduos orgânicos, tais como cascas, folhas e
outros. Tudo isso deveria ser transformado em adubo orgânico para ser utilizado
em todos os pátios, em todas as casas, em todas as comunidades. Isso é
incorporar vida, porque sem solo, sem terra. A mãe terra, como já diziam os
donos desta terra, os indígenas, deve ser respeitada.
Há poucos dias, nós votamos o projeto da zona rural
e fizemos uma emenda e perdemos por um voto, para Porto Alegre ser território
livre de agrotóxicos. Já entramos com um novo projeto, queremos aprovar que
Porto Alegre seja o primeiro Município do Brasil, a primeira Capital brasileira
livre de agrotóxicos.
Esse tema ambiental deveria ser em toda a Cidade e ali, no bairro Lomba do Pinheiro, nós temos
todas as nascentes do Arroio do Salso. Já foi gravado o Parque do Arroio do
Salso, e até hoje nem os núcleos de planejamento, nem as comunidades assumiram
a sua defesa, que tem que ser gravado 100% como um espaço de preservação
ambiental.
Eu
concluo aqui a minha fala dizendo que este projeto é simbólico, é um projeto
que afirma uma posição de uma comunidade que traz um conceito de vida, e lidar
com a natureza compreendendo-a é lidar com a vida. Meus parabéns a todos vocês
que estão aqui, meninas e meninos que defendem este projeto. Um grande abraço,
boa luta e até a sua aprovação.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): A Ver.ª Lourdes Sprenger está com a palavra para
encaminhar a votação das Emendas nº 01 e nº 02, destacadas, ao PLL nº 232/15.
A SRA. LOURDES
SPRENGER: Sr. Presidente, Sras. Vereadoras e Srs. Vereadores, público aqui
presente para prestigiar o projeto do Ver. Ferronato, que vem ao encontro da
natureza, do meio ambiente, onde nós também estamos inseridos, eu quero
destacar que a nossa bancada, através do Ver. Idenir Cecchim, quando foi
Secretário da SMIC, incentivou muito as hortas comunitárias no Município de
Porto Alegre, conforme nós estávamos conversando há pouco, e é muito importante
que se tenha o mínimo de hortaliças, de outras plantações numa horta
comunitária, o que vai beneficiar as suas comunidades. E também quero destacar
que, da nossa bancada, o Ver. Mendes Ribeiro está apresentando uma emenda para
a preservação ambiental e sociocultural do terreno da Prefeitura, bem como para
que os equipamentos existentes no terreno sejam mantidos. Então, queremos
adiantar que a nossa bancada vai votar favoravelmente a esse projeto do Ver.
Ferronato, com essa emenda do nosso colega Pablo Mendes.
Quero aproveitar este espaço também para destacar
que recebi um ofício do Deputado Osmar Terra, dizendo que ele apresentou uma
emenda no Orçamento Geral da União, de 2014, no valor de R$ 700 mil para a
saúde, para aquisição de equipamentos e materiais permanentes para a Prefeitura
de Porto Alegre. Muito obrigada.
(Não revisado pela oradora.)
O SR.
PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): O Ver. Dr. Thiago está com a palavra para
encaminhar a votação das Emendas nº 01 e nº 02, destacadas, ao PLL nº 232/15.
O SR. DR.
THIAGO: Eu quero ser bem breve. Quero me manifestar aqui em meu nome e em nome
dos Vereadores da minha bancada, dizendo, Ver. Ferronato, que votaremos
integralmente com V. Exa., todo o PDT.
E quero
dizer também que, na tarde hoje, assim como tem sido, eu me posicionarei
completamente contra, Ver.ª Fernanda, qualquer tentativa de, no limite dos
bairros, facilitar o adensamento e destruir a zona rural, uma conquista da
cidade de Porto Alegre. Quero dizer que me pronunciarei aqui e trabalharei,
efetivamente, para que não se adensem regiões do Extremo-Sul da Cidade com a
falsa imagem de uma simples alteração em nome dos bairros, mas que tem por trás
o objetivo e o condão, Prof. Alex, de adensar aquela região da Cidade e
destruir o pouco que se conseguiu criar nesta Casa em defesa da zona rural.
Então, quero deixar isso bem claro. Quero dizer que é importante que estejamos
atentos a isso para que não percamos o trabalho de mais de um ano construído
aqui na formulação, no melhoramento de um projeto que o Executivo teve a
sensibilidade, Ver. Dr. Goulart, de mandar para esta Casa, V. Exa. estava à
frente da SMIC – V. Exa., o Prefeito Fortunati e o Vice-Prefeito Melo
construíram um projeto que foi aprovado por esta Casa por unanimidade, que foi
o retorno da zona rural. Então, não vamos agora, aos 48 minutos do segundo
tempo, macular este ano que, sem dúvida nenhuma, significou para a cidade de
Porto Alegre o retorno da zona rural. Podem ter a certeza de a Bancada do PDT
votará uníssona e em conjunto a partir do que colocou o Ver. Ferronato, em prol
do meio ambiente. O meio ambiente, sem dúvida nenhuma, significa uma vida mais
sustentável para todos nós. Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): O Ver. Kevin Krieger está com a palavra para
encaminhar a votação das Emendas nº 01 e nº 02, destacadas, ao PLL nº 232/15.
O SR. KEVIN
KRIEGER: Sr. Presidente, boa tarde, vou procurar ser bem rápido, mas eu preciso,
Ver. Ferronato – autor deste importante projeto, nosso ex-Líder da base do
Governo –, fazer um pequeno esclarecimento. Há alguns dias, o Conselho
Municipal de Desenvolvimento Urbano e Ambiental da Lomba do Pinheiro tomou uma
decisão de desafetar aquela área da horta. Isso foi encaminhado ao Prefeito
Fortunati, o qual – e isso é importante dizer nesta Casa – não homologou a
decisão desse Conselho, a pedido de 1.700 assinaturas de lideranças e de
moradores da Lomba do Pinheiro. Nesse meio-tempo, o Ver. Ferronato, que tem uma
base na Lomba do Pinheiro, recebeu essas lideranças em conjunto, apresentou
esse projeto importante. E na reunião da semana passada, na Comissão de Saúde,
Ver. Ferronato e Ver. Marcelo, que preside a Comissão, eu falei com o Prefeito
Fortunati do projeto do Ver. Airto Ferronato e ele, prontamente, disse, em alto
e bom som: “Kevin, eu sou a favor do projeto de lei do Ver. Ferronato”. A
Lourdes, que estou vendo na plateia, estava lá e me viu fazer o comunicado
naquela mesma hora junto com outras lideranças.
Então, eu disse que seria rápido, em dois minutos
eu fiz questão de fazer esta manifestação e parabenizar o nosso parceiro da
base do Governo, Ver. Ferronato, por apresentar esse projeto, que vai tornar
aquela área uma área ambiental, que vai reservar aquela área. Um grande abraço.
Parabéns.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): O Ver. Paulinho Ruben Berta está com a palavra para
encaminhar a votação das Emendas nº 01 e nº 02, destacadas, ao PLL nº 232/15.
O SR. PAULINHO
RUBEN BERTA: Sr. Presidente, Sras. Vereadoras e Srs. Vereadores, moradores,
lideranças, representantes da Lomba do Pinheiro, parabéns. Estou aqui
cumprimentando todos. Eu queria ir por outro caminho, eu queria que as pessoas,
os meus colegas, se atentassem para a importância de uma horta comunitária,
seja na Lomba do Pinheiro, no Humaitá ou na Restinga. Uma horta comunitária, numa
comunidade, representa muito mais do que uma horta; ela representa, na maioria
das vezes, alimentação daqueles que mais precisam, daqueles que têm necessidade
de ter uma hortaliça, uma verdura na sua mesa. Dali, muitas vezes, saem
alimentações para as crianças das creches, que hoje, embora a vontade fosse que
eles tivessem um percentual maior por cada criança, não se tem. O que se tem
hoje é a dificuldade, nas creches, para alimentação, para manutenção, e a horta
comunitária, vinculada a uma creche, só vai trazer benefício para a comunidade
num todo. Essas hortas comunitárias só sobrevivem, na realidade, por uma
disposição, pela garra, pela vontade de pessoas e lideranças comunitárias que
lá batalham de sol a sol para manter essas hortas. Surpreenderia-me muito, se
caso fosse o contrário do que disse o Ver. Kevin Krieger. O quê? Que o nosso
Prefeito, conhecedor da Cidade, conhecedor das regiões, fosse contra o projeto.
O nosso Prefeito, sim, é a favor; a Cidade é a favor da horta comunitária. A
Cidade é a favor do social. Eu sou líder comunitário nesta Cidade há mais de 30
anos, sei das dificuldades de todas as regiões de Porto Alegre, e a horta
comunitária é uma necessidade, é uma conquista da comunidade, mas conquistada –
vamos ser honestos – pela comunidade, pelas suas lideranças comunitárias, que
são muito pouco reconhecidas, às vezes, nesta Cidade. Esta é a grande
realidade!
Então, eu quero deixar bem claro que este Vereador,
Paulinho Ruben Berta, do PPS, é, sim, a favor do Projeto e vai votar a favor do
projeto, porque, não só a Lomba do Pinheiro, mas toda a Cidade merece ter uma
horta comunitária. E as lideranças merecem ter o seu trabalho reconhecido. E
isso, para nós, é importante que todos avaliem. Por isso, mais uma vez:
parabéns a vocês, parabéns à Lomba do Pinheiro, parabéns aos comunitários desta
Cidade. Feliz Natal e um bom Ano-Novo para todos.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): A Ver.ª Fernanda Melchionna está com a palavra
para encaminhar a votação das Emendas nº 01 e nº 02, destacadas, ao PLL nº
232/15.
A SRA.
FERNANDA MELCHIONNA: Boa tarde a todos e a todas, eu quero, muito
brevemente, trazer a minha posição e a posição do Ver. Alex; Lourdes; colegas;
mulheres combativas da Lomba do Pinheiro que alimentam e lutam pela horta
comunitária; lideranças comunitárias que nos acompanham na tarde de hoje. Nós
decidimos não discutir em Liderança, porque temos muitos projetos para votar à
tarde, mas não poderíamos deixar de nos manifestar. Em primeiro lugar,
favoráveis, e louvar a iniciativa do Ver. Airto Ferronato, que conseguiu, com
esse projeto de lei, traduzir uma luta importante da comunidade, diante de uma
situação de que um patrimônio ambiental, um patrimônio, como muito bem falaram
outros Vereadores, do conhecimento dos povos tradicionais, um patrimônio das
mulheres e do povo da Lomba, esteve em risco.
E graças à luta de vocês, à coleta de assinaturas,
à reunião que garantiu que esse projeto viesse para a Câmara de Vereadores,
certamente, esse projeto vai consagrar o nosso Plano Diretor, e sobretudo, na
Lomba do Pinheiro, um espaço tão importante alimentado por todas essas mulheres
combativas. Vai ter o nosso voto, obviamente, a favor. Eu não podia deixar de
vir aqui para parabenizar a luta de vocês.
(Não revisado pela oradora.)
O SR.
PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): O Ver. Airto Ferronato está com a palavra.
O SR. AIRTO
FERRONATO: Acho que é preciso aqui salientar que o Ver. Mendes Ribeiro foi o
Relator-Geral da matéria. E como estava nos últimos dias, quero registrar o
esforço do Vereador, que, no mesmo dia, fez o relatório, o qual aprovamos e
estamos votando hoje. Portanto um abraço a ti, meu querido Mendes. Apenas para
esclarecer, a Emenda nº 01 apenas troca, no parágrafo único, a expressão
“preservado” por “mantido”, por isso está correta a emenda, vamos votar
favoravelmente.
O SR.
PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): Em votação a Emenda nº 01 ao PLL nº 232/15.
(Pausa.) Os Srs. Vereadores que a aprovam permaneçam como se encontram.
(Pausa.) APROVADA.
Em votação a Emenda nº 02 ao PLL nº 232/15.
(Pausa.) Os Srs. Vereadores que a aprovam permaneçam como se encontram.
(Pausa.) APROVADA.
Em votação nominal, solicitada pelo Ver. Engº
Comassetto, o PLL nº 232/15. (Pausa.) (Após a apuração nominal.) APROVADO por 30 votos SIM.
(discussão: todos os
Vereadores/05minutos/com aparte;
encaminhamento: bancadas/05 minutos/sem
aparte)
PROC.
Nº 0279/14 – PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 006/14, que dispõe sobre a criação, extinção,
delimitação e denominação de bairros do Município de Porto Alegre e revoga as
Leis nos 1.762, de 23 de julho de 1957; 2.022, de 7 de dezembro de
1959; 2.681, de 21 de dezembro de 1963; 2.688, de 25 de dezembro de 1963;
3.159, de 9 de julho de 1968; 3.193-A, de 29 de outubro de 1968; 3.671, de 19
de julho de 1972; 4.166, de 21 de setembro de 1976; 4.249, de 27 de dezembro de
1976; 4.685, de 21 de dezembro de 1979; 4.686, de 21 de dezembro de 1979;
4.876, de 24 de dezembro de 1980; 5.799, de 19 de novembro de 1986; 6.218, de
17 de outubro de 1988; 6.571, de 8 de janeiro de 1990; 6.572, de 8 de janeiro
de 1990; 6.594, de 31 de janeiro de 1990; 6.704, de 19 de novembro de 1990;
6.720, de 21 de novembro de 1990; 6.893, de 12 de setembro de 1991; 6.911, de
17 de outubro de 1991; 7.155, de 1º de outubro de 1992; 7.954, de 8 de janeiro
de 1997; 8.258, de 22 de dezembro de 1998; 9.993, de 16 de junho de 2006;
10.364, de 22 de janeiro de 2008; 10.724, de 9 de julho de 2009; e 11.058, de
11 de março de 2011. Com Emendas nºs 01
a 11.
Pareceres:
-
da CCJ. Relator Ver. Nereu D’Avila: pela inexistência de óbice de natureza jurídica para a
tramitação do Projeto;
-
da CEFOR. Relator Ver. Cassio Trogildo: pela aprovação do Projeto.
Observações:
- incluído na Ordem do Dia em 28-09-15 por força do
art. 81 da LOM;
- adiada a discussão por três Sessões em 11-11-15;
- adiada a discussão por uma Sessão em 02-12-15;
- adiada a discussão por uma Sessão em 07-12-15.
O SR.
PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): Em discussão o PLE nº 006/14. (Pausa.) O Ver. Engº
Comassetto está com a palavra para discutir o PLE nº 006/14.
O SR. ENGº
COMASSETTO: Colegas Vereadoras e Vereadores, lideranças comunitárias aqui presentes,
eu quero, aqui, em nome da nossa Comissão de Urbanismo, Transporte e Habitação,
dizer que, a partir do mês de maio deste ano, até poucos dias – porque na
semana passada fizemos uma reunião aqui com os Vereadores e com o
Vice-Prefeito, a pedido dele, para fazermos alguns entendimentos –, nós, na
CUTHAB, construímos oito emendas. Estas oito emendas foram discutidas, bairro
por bairro, foram discutidas, comunidade por comunidade, que apresentaram
pequenos ajustes ou diferenças com o projeto original. Vereador Villela, como
este projeto trata da denominação de bairro, é muito complexo, não tem aqui a
possibilidade de ser uma proposta monolítica, fechada; nós temos que, até o
ultimo momento, ir ajustando.
As emendas que nós propusemos, em nome da CUTHAB,
em meu nome, em nome dos Vereadores Clàudio Janta, Cassio Trogildo, Séfora
Mota, Dr. Goulart, Delegado Cleiton e do Ver. Casartelli que também trabalhou
neste tema, nós consensuamos, e aí há dois conceitos que nós adotamos. O
primeiro deles é o conceito do pertencimento; se uma comunidade entende que ela
pertence a tal bairro, não somos nós que vamos mudar aquela comunidade do
bairro “a” para o bairro “b”. Nós temos que reconhecer isto, e fizemos emendas
adequando este projeto.
A segunda questão que está
“rolando”, aqui no plenário, é que há uma falsa discussão e uma falsa posição,
dizendo que votar bairro ou ajustar bairro vai acabar com o projeto da zona
rural. Isso não é verdadeiro. Votar bairro é definir o limite geopolítico de
cada comunidade; votar bairro não trata, não mexe no zoneamento do Plano
Diretor. O zoneamento do Plano Diretor fica intocável com a definição dos bairros.
Votar bairro significa reconhecermos. O Governo está propondo, por exemplo,
dois bairros novos, o bairro da Extrema e o bairro do São Caetano. Eles são
essencialmente zona rural; continuarão sendo bairros. Como proposto pelo
Governo, a CUTHAB fez uma adequação na Região 8 de Planejamento, como nas
Regiões 6, 5, 2, 1; todas elas trazidas pela comunidade. Então, em nome da
CUTHAB, quero falar qual foi o método que adotamos: nós consensuamos essa
discussão com o Líder do Governo, com o próprio Prefeito e com o Vice-Prefeito.
Um projeto de bairro não é projeto de oposição contra situação, não é de uma
comunidade contra a outra; tem que ser um projeto de afirmação de cidadania. As
comunidades que se sentiam pertencentes ao bairro tal, nós da CUTHAB reconhecemos
isso e adequamos. Feito isso, fizemos audiência pública na entrada da Cidade,
com uma grande região; fizemos aqui na Câmara, Região Centro; fizemos na
Centro-Sul; fizemos na Extremo-Sul; fizemos oito audiências públicas, nesse
período, para ouvir. Têm várias lideranças aqui que participaram desses debates
como um todo. Então, em nome da CUTHAB, para abrir esse debate, queria dizer
que fizemos um trabalho com muito esforço, e quando forem votar emenda por
emenda, aquelas que foram tratadas na CUTHAB e acordadas entre os Vereadores,
iremos apresentar o mapa para podermos analisar uma a uma, no momento das
votações. Portanto, nós na CUTHAB, temos um entendimento – um trabalho do
colegiado –, pedindo que possamos atender àquilo que as comunidades contempladas
trouxeram. E para as que não foram contempladas nas suas regiões de
planejamento, a Câmara de Vereadores é a última instância. E assim fizemos esse
trabalho e estamos apresentando hoje aqui. Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): Apregoo a Emenda nº 12, de autoria do Ver. Waldir
Canal, ao PLE nº 006/14.
Apregoo a Emenda nº 13, de
autoria dos Vereadores João Carlos Nedel, Mônica Leal e Mario Manfro, ao PLE nº 006/14.
Apregoo a Emenda nº 14, de
autoria dos Vereadores Kevin Krieger e Engº Comassetto, ao PLE nº 006/14.
Apregoo e
defiro o Requerimento de autoria do Ver. Engº Comassetto, solicitando que sejam
votadas em destaque as Emendas nº 01, nº 04, nº 05, nº 06, nº 07 e nº 14 ao PLE
nº 006/14.
Apregoo e
defiro o Requerimento de autoria da Ver.ª Mônica Leal, solicitando que seja
votada em destaque a Emenda nº 09 ao PLE nº 006/14.
Apregoo e
defiro o Requerimento de autoria da Ver.ª Fernanda Melchionna, solicitando que
sejam votadas em destaque as Emendas nº 02 e nº 08 ao PLE nº 006/14.
Apregoo a
Emenda nº 15, de autoria do Ver. Idenir Cecchim, ao PLE nº 006/14.
Apregoo e defiro o
Requerimento de autoria do Ver. Idenir Cecchim, solicitando a retirada de
tramitação da Emenda nº 11 ao PLE nº 006/14.
O SR.
BERNARDINO VENDRUSCOLO: Presidente, como são muitas emendas destacadas,
consulto V. Exa. se é possível compormos com as Lideranças um acordo para
diminuir o número de encaminhamentos.
O SR.
PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): É um acordo que tem que ser feito entre os Vereadores,
Ver. Bernardino. (Pausa.)
Em votação a Emenda nº 01, destacada, ao PLE nº
006/14. (Pausa.) O Ver. Engº Comassetto está com a palavra para encaminhar a
votação da Emenda nº 01, destacada, ao PLE nº 006/14.
O SR. ENGº
COMASSETTO: Sr. Presidente, Srs. Vereadores e Sras. Vereadoras; a Emenda nº 01, que
veio à CUTHAB, apresenta um conflito entre o bairro Independência e o bairro
Bom Fim.
(Procede-se à apresentação de PowerPoint.)
O SR. ENGº
COMASSETTO: Ali o que está em azul é o projeto que veio do Governo; depois, o que
fica em verde é o projeto que foi absorvido pela CUTHAB. Eu explico: hoje, o
limite do bairro Bom fim com a Av. Independência é ali no Colégio Rosário, numa
linha reta que vai até a Rua Castro Alves – isso, hoje, é Bom Fim. O Governo propôs
baixar a Av. Independência, avançar nesse território que é Bom Fim e vir até a
Rua Vasco da Gama/Rua Irmão José Otão. A comunidade da região, através da sua
associação de moradores, veio à CUTHAB –
está aqui presente, inclusive, o seu Vice-Presidente –, apresentou, discutiu, e
a CUTHAB entendeu que o correto é manter o que é hoje o limite dos bairros. É
ficar a divisa do Colégio do Rosário até a Rua Castro Alves, incorporando
aquela quadra ali, a partir da Rua Ramiro Barcelos. Quem sobe a Ramiro Barcelos
em direção ao Moinhos de Vento, à esquerda, é Bom Fim; à direita, é o bairro
Rio Branco, indo até a Castro Alves, fechando o polígono. Isso foi acordado
entre os membros da Comissão e a comunidade do Bom Fim, que trouxe aqui a
demanda. Então, esta é a emenda sugerida e apresentada pela nossa Comissão.
Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): Em votação a Emenda nº 01 ao PLE nº 006/14.
(Pausa.) Os Srs. Vereadores que a aprovam permaneçam como se encontram. (Pausa.)
APROVADA.
Com a aprovação da Emenda nº 01, registro a
prejudicialidade parcial da Emenda nº 12, quanto ao inc. XXXV. Informo que as
emendas destacadas são as de nº 02, nº 04, nº 05, nº 06, nº 07, nº 08, nº 09 e
nº 14.
Em votação a Emenda nº 02, destacada, ao PLE nº
006/14. (Pausa.) A Ver.ª Fernanda Melchionna está com a palavra para encaminhar
a votação da Emenda nº 02, destacada, ao PLE nº 006/14.
A SRA.
FERNANDA MELCHIONNA: Presidente Mauro Pinheiro, agora, com tempo, eu
queria cumprimentar as nossas lideranças comunitárias, cumprimentar o povo do
bairro Santa Rosa, um bairro combativo e de muito luta. Está aqui o Arilton, da
associação; a Rai, da biblioteca
comunitária, a Aninha Peixoto, aliás, outra lutadora do bairro homenageada por
essa biblioteca comunitária; a Fátima, registrando o momento; a Rosane, do Bosque; o conjunto das lideranças do
Orçamento Participativo do Eixo Norte que estão aqui conosco. Esta emenda é a
que eu falava agora com o Paulista e com a Laura, que, para nós, é muito
importante. Todos sabem que a luta pelo traçado dos bairros, o reconhecimento
dos bairros é uma luta de muitos que estão lutando para ter no Plano, para ter,
na previsão do limite do zoneamento, a perspectiva de se empoderar, enquanto
bairro, para conquistar equipamento de saúde, para conquistar melhoria das
condições desse bairro, para conquistar atividades de cultura, esporte e lazer.
Nós, que fizemos esse mapa dos Direitos Humanos, do Direito à Cidade e da
Segurança Pública, temos a convicção de que, infelizmente, Porto Alegre, ao
longo dos anos, tem jogado o povo para as regiões mais longínquas do Centro. Ao
mesmo tempo, esse mesmo povo não vê aumento dos equipamentos de saúde, não vê
aumento das escolas de Educação Infantil, não vê aumento de acesso aos direitos.
Fátima, 88% dos equipamentos de cultura estão no
Centro da cidade de Porto Alegre. Como a gente precisaria ter, nas nossas
periferias, equipamentos de cultura, de lazer, de esporte para a nossa
juventude. A cada um quilômetro de distância do Centro – foi trazido aqui pelos
pesquisadores da UFRGS –, há aumento dos riscos para a nossa população. Nós
reconhecemos essa luta, aceitamos essa luta, e eu tenho feito o maior esforço
possível para não falar em cada uma das emendas.
Mas para nós tem um debate muito caro, que é o
debate de memória, verdade e justiça. Nós sabemos que, ao longo da história,
infelizmente o Brasil ainda não fez justiça de transição, ainda não garantiu
que os responsáveis pela ditadura civil-militar, que matou milhares de pessoas,
que fez com que milhares de mulheres fossem violentadas, que prendeu militantes
comunitários, ativistas, militantes sindicais... É um debate que precisa ser
feito. Nós sabemos que, em alguns países da América Latina, os ditadores
morreram presos, e no Brasil, infelizmente, nenhum foi condenado até hoje por
crimes que se expressam contra toda a humanidade. A impunidade de ontem dos
ditadores é a violência de hoje contra os jovens da periferia. A impunidade de
ontem é a violência de hoje contra os movimentos sociais. A impunidade de ontem
pode fazer com que amanhã esse histórico se repita.
Por isso nós fizemos uma emenda, a Emenda nº 02,
colocando o seguinte tema: fica criado o bairro com as dimensões do bairro
Costa e Silva e que o bairro se organize em plebiscito, consulta popular, para
definir um nome que represente as lutas da comunidade. Muitos sugeriram que nós
fizéssemos uma emenda mudando o nome do Bairro. Eu não acho correto, porque
quem tem que definir é o povo de maneira organizada, plebiscitária, discutindo
como é que quer se identificar. Mas, na hora da discussão, nós vamos querer,
sim, falar para o povo do Costa e Silva quem foi Costa e Silva, responsável por
um dos períodos mais sangrentos da ditadura militar, responsável pelo AI-5, que
fechou o Congresso, responsável pela violência no período que mais matou gente,
responsável pela morte do Edson Luís, jovem de 17 anos morto no restaurante
universitário no Rio de Janeiro, que, junto com os estudantes, lutava contra a
ditadura militar. Hoje, a cada 28 de março, o movimento estudantil luta em
memória de Edson Luís e contra as ditaduras militares.
É preciso resgatar a história, porque a memória é
uma arma carregada de futuro. Isso não é só lutar por aqueles do passado que
resistiram, que foram presos, que foram violentados. Isso é lutar por um outro
futuro, é lutar para que, no futuro, nunca mais se repita. Ninguém lembra, por
exemplo, que, na Espanha, as homenagens a Franco foram retiradas pelo povo; na
Alemanha, que viveu a brutalidade do nazismo, as homenagens a Hitler foram
retiradas, e ainda bem; na Itália, as homenagens a Mussolini foram retiradas, e
ainda bem; e, no Brasil, nós estamos começando – Presidente, só para concluir –
de maneira tardia, é verdade. Eu tenho orgulho quando entro em Porto Alegre pela
Av. da Legalidade; eu tenho orgulho, porque a Av. da Legalidade simboliza o
melhor movimento cívico que o povo gaúcho fez contra a ditadura em 1961. Nós
trocamos a Castelo Branco pela Legalidade. E esse é um processo que tem que ser
feito nas nossas escolas, nos nossos bairros. Não no canetaço, mas com uma
consulta, um plebiscito. Por isso nós estamos propondo não o bairro Marcos
Klassmann, que foi um dos Vereadores cassados da Câmara Municipal de Porto
Alegre, ou bairro Glênio Peres, ou qualquer outro lutador ou lutadora do
passado. Nós estamos propondo, Laura, que a comunidade do Costa e Silva, num
plebiscito, decida, mas nós vamos estar lá, juntos, para dizer que o Costa e
Silva foi um sanguinário, responsável por mortes, desaparecimentos e que ditadura
militar nunca mais na história do Brasil!
(Não revisado pela oradora.)
O SR.
PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): O Ver. Kevin Krieger está com a palavra para
encaminhar a votação da Emenda nº 02, destacada, ao PLE nº 006/14, pelo
Governo.
O SR. KEVIN
KRIEGER: Boa tarde, eu queria cumprimentar o Presidente da Casa, Mauro Pinheiro;
Vereadores e Vereadoras, acho que é importante nós aqui trazermos alguns pontos
que foram tratados pela Secretaria Municipal de Urbanismo ao longo dos últimos
anos e também do trabalho que a CUTHAB fez com relação à lei dos bairros. Eu
acabei de escutar algumas lideranças que moram há mais de 20, 30, 40 anos nessa
comunidade, que era um conjunto habitacional, e querem muito, querem muito que
o Costa e Silva se transforme neste bairro. Então, como o trabalho foi feito na
Secretaria, nos bairros, como a CUTHAB recebeu aqui dezenas, centenas de
pessoas, eu vou votar, Ver.ª Fernanda, com todo o respeito que tenho, e a gente
faz este debate superaberto e direto, eu vou votar contra esta emenda. Até
porque é uma emenda que vai deixar as pessoas sem bairro até acontecer um
plebiscito, que nós não temos ideia de quando vai acontecer. E mais, imaginem
só o transtorno, por exemplo, para a nossa área de transporte, que, hoje, todas
as pessoas que vão até aquele bairro pegam o ônibus Costa e Silva nº 633, como
informa a líder Laura, daquela região. Por esta manifestação das pessoas que
estão aqui acompanhando o debate na Câmara de Vereadores, o meu voto vai ser
“não”, contra esta emenda. Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
A SRA. SOFIA
CAVEDON: Presidente, eu gostaria de dar uma informação ao Plenário, importante
para todos nós. Estamos recebemos a visita da Professora Gislaine, da Escola
Porto Alegre, a escola vizinha a esta Câmara, a escola que atende a jovens
adolescentes, a adultos em situação de rua, anunciando que, na quarta-feira, às
14h30min, nove estudantes se formarão no Ensino Fundamental, convidando esta
Casa, que foi parceira na resistência para que a escola continuasse atendendo,
Presidente, e trazendo a produção, em papel artesanal, dos estudantes, um papel
produzido por eles no Núcleo do Trabalho Educativo, e é uma produção de poemas,
parceria do Gente de Palavra com os jovens e adultos. A venda desse livrinho de
poemas, cujo valor é de R$ 20,00, ajuda na formatura dos jovens da Escola Porto
Alegre, que vivem numa situação de muita vulnerabilidade.
Então eu gostaria de parabenizar a escola e
informar o conjunto da Câmara que quem ajudar ficará com um belo presente de
Natal. Obrigada pela tolerância.
O SR.
PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): A Ver.ª Sofia Cavedon está com a palavra para
encaminhar a votação da Emenda nº 02, destacada, ao PLE nº 006/14.
A SRA. SOFIA
CAVEDON: Ver.ª Fernanda, eu vou encaminhar pelo Partido dos Trabalhadores. A
nossa bancada tem uma posição muito clara, faz parte da Comissão de Justiça e
da Verdade. O Partido dos Trabalhadores nasceu da luta contra a ditadura
militar, nasceu da militância de muitos jovens, homens e mulheres que deram a
sua vida, que foram torturados para que o Brasil vivesse tempos de democracia e
de liberdade. E nós sabemos que, durante esse período da ditadura militar,
exatamente porque não tinham participação nenhuma, os prefeitos, os
governadores, os parlamentos eram indicados pelo Presidente da República. Nesta
Casa Vereadores, foram cassados por bradarem contra prisões de jovens, contra
torturas, contra desaparecimentos, contra o fechamento do Congresso. Parece que
isso não existiu no Brasil! Mas existiu, sim. E aí, dessa maneira, os bairros,
as ruas, os monumentos recebiam homenagens de ditadores, de torturadores, com o
nome de oficiais da Brigada, da Polícia, da Polícia Federal, do Exército, que
comandavam este País com a arma na mão, com as botas nos pés, com o silenciador
dos movimentos sociais, com a tortura de jovens, e faziam censura à cultura,
censura às manifestações estudantis, os jovens não podiam se reunir, fechavam
os Diretórios Acadêmicos, afastavam professores, catedráticos que tivessem uma
aula mais crítica, mais arejada. Portanto, houve nomes de rua, nome de bairro,
nome de escolas, lamentavelmente, Ver. Kopittke, homenageando torturadores,
homenageando autoritários. O Brasil, infelizmente, fez uma abertura lenta e
gradual que anistiou torturadores e torturados. A Comissão da Justiça e da
Verdade, que funcionou nacionalmente, aqui no Estado conseguiu ainda muito
poucas punições, poucas identificações desses torturadores e sequer a
reabertura de processos de julgamento pelos crimes que cometeram. Infelizmente,
este bairro tão querido, feito de gente trabalhadora, lutadora, recebeu esse
nome, o nome do primeiro Presidente do golpe no Brasil, nome de o Presidente
que serviu para calar o povo brasileiro, serviu para amputar o movimento
estudantil, serviu para calar os jovens estudantes, serviu para calar a
imprensa, serviu para calar os nossos artistas. Assistam por favor o filme do
Chico Buarque de Holanda, que está agora no cinemas, para verem que cada texto
de teatro era censurado, eram suprimidas expressões. O AI5 fechou os
Parlamentos, imaginem esta Casa, Parlamento da República, que pode
representar...
(Manifestações nas galerias.)
A SRA. SOFIA
CAVEDON: Nós já vamos votar e apoiamos a manifestação dos moradores que aqui
estão, mas quero dizer que a nossa bancada vai votar para que vocês façam um
debate sobre o nome do bairro nas suas comunidades, com toda a população...
(Som cortado automaticamente por limitação de
tempo.)
(Presidente concede tempo pra o término do
pronunciamento.)
A SRA. SOFIA
CAVEDON: ...Presidente, eu não consegui falar, porque ou falam vocês, ou falo eu,
porque não se escuta. E eu acho que é desrespeitoso eu continuar falando sem
escutar vocês, o inverso também. Então, a emenda, para nós, Ver.ª Fernanda, é
importante, porque Porto Alegre já, pela iniciativa do PSOL, tirou o Castelo
Branco do nome da avenida da entrada da Cidade, que hoje se chama Av. da
Legalidade e da Democracia. E nós queremos que nenhuma homenagem a torturadores
que estabeleceram um período tão triste e que impediram reformas importantes,
como a da educação, permaneça em Porto Alegre. Não é só o problema da tortura,
também a reforma tributária, da educação, agrária, tudo foi interceptado pela
ditadura militar. Então, votaremos a favor para que o bairro reflita, sem
desrespeitar a autoria.
(Não revisado pela oradora.)
O SR.
PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): O Ver. Airto Ferronato está com a palavra para
encaminhar a votação da Emenda nº 02, destacada, ao PLE nº 006/14.
O SR. AIRTO
FERRONATO: Meu caro Presidente, Sras. Vereadoras, Srs. Vereadores, senhoras e
senhores que estão conosco na tarde de hoje, aqui nós estamos discutindo a
Emenda nº 02 do projeto. Eu conheço bem, hoje, a área do conjunto Costa e Silva
e sei bastante bem, estava conversando há pouco, meu irmão mora ali na Padre
Leopoldo Brentano, que metade do bairro pertence ao Sarandi outra metade ao
Rubem Berta. Minha cara Ver.ª Fernanda, o avanço já começou, e começou pelo
projeto. O projeto diz “cria o bairro”, na nossa Costa e Silva. Já é um avanço
importante e necessário. E eu acredito que, agora, ao aprovarmos a emenda da
Ver.ª Fernanda, com todo o respeito e carinho, nós estamos botando uma espada
no peito de vocês: agora vocês vão discutir, vão mudar, vamos torcer para mudar
o nome do bairro. Eu acredito que, uma vez aprovado o projeto, criando o
bairro, que é um avanço, a história, daqui para diante, vai dizer se daqui a um
tempo os moradores da região do bairro vão dizer: “vamos mudar de bairro ou
não”. Acho que nós, aqui na Câmara, ao apresentarmos uma proposta dessas que,
aparentemente, é interessante pela consulta popular, Vereadora, nós estamos
dando uma ferroada nos moradores: vocês, obrigatoriamente, têm que mudar.
Portanto, Vereadora, vou pedir carinhosamente:
retire a emenda; votamos contrariamente, até porque, com isso, nós damos
autonomia total aos moradores e estamos juntos com vocês. Aquele abraço. Falo
em meu nome e do Ver. Paulinho, e vamos votar contrários à emenda do Ver.
Cecchim.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): O Ver. Idenir Cecchim está com a palavra para
encaminhar a votação da Emenda nº 02, destacada, ao PLE nº 006/14.
O SR. IDENIR
CECCHIM: Sr. Presidente, Sras. Vereadoras e Srs. Vereadores, moradores que estão
aqui, eu também sou da zona norte e quero dizer que, quem sabe tivessem
construído mais dois ou três bairros igual ao Costa e Silva, com o mesmo
nome... O que está faltando lá é moradia para quem precisa regularizar a
Vitória da Conquista, a Amazônia... Precisa regularizar isso, e não discutir o
nome da Castelo Branco, ou Costa e Silva. Não adianta trocar o nome; nós temos
que construir casa para quem não tem!
Então, quero
dizer claramente: vou votar contra essa mudança do nome; que continue Castelo
Branco... Costa e Silva! Aliás, eu falei Castelo Branco porque deu azar. Antes,
quando não tinha mudado o nome, estava sempre livre a Av. Castelo Branco;
mudaram o nome, agora está sempre engarrafada! Eu só queria fazer essa
afirmação. Não dá para mudar o nome porque o cara foi isso ou foi aquilo. Se
nós formos ver isso, e olharmos para essas coisas, que são muito sérias, esse
pessoal do PT que foi para a cadeia nunca vai ser nome de rua. É melhor
deixarmos como está, porque está tudo bem, zero a zero. Eu voto para continuar
Costa e Silva.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): O Ver. Clàudio Janta está com a palavra para
encaminhar a votação da Emenda nº 02, destacada, ao PLE nº 006/14.
O SR. CLÀUDIO
JANTA: Eu acho que se pudesse mudar o nome de um bairro, se me coubesse isso,
eu mudaria o nome de um bairro que eu acho muito triste. Eu não moraria nesse
bairro por causa de seu nome. Seria o bairro Tristeza. Que nome bem triste:
“Onde tu moras?”, e responderia: “Na Tristeza”. E o Ver. Paulinho Brum mora no
bairro Tristeza – não é, Paulinho? Mas as pessoas que moram lá se acham
felizes, são alegres. É um bairro charmoso, é um bairro que tem vida, é um
bairro aconchegante. E tem o nome Tristeza.
Costa e Silva foi um ditador, foi um carniceiro,
foi uma pessoa... Eu não preciso dizer, eu sofri e lutei para acabar com a
ditadura neste Brasil. Mas a comunidade do Costa e Silva não tem nada a ver com
isso, porque o Costa e Silva surgiu, e a comunidade adotou esse nome – era uma
linha de ônibus que passava por lá. Assim como a comunidade do Morro da Cruz
adotou o nome do Morro da Cruz porque tinha aquela cruz, que está lá até hoje,
que significa o maior calvários dos cristãos, que é Cristo ter sido pregado em
uma cruz. Está lá: Morro da Cruz. Como nós temos centenas de bairros cujos
nomes foram adotados... Se eu começar a citar aqui: Vila da Mata. Por que
escolheram o nome de Vila da Mata? As pessoas escolheram esse nome. Vitória da
Conquista, a comunidade escolheu esse nome. Vila Margarida, não tem uma
margarida onde eu moro, e eu pergunto: por que nós escolhemos o nome de Vila
Margarida? Até propus plantarmos algumas margaridas. E assim as pessoas
escolhem os nomes: Campo da Tuca, Coréia, Macapá, Coqueiros... O que tem a ver?
E a comunidade não quer trocar o nome de Costa e Silva, não quer. Nós estamos
aqui criando um bairro. Nós fomos lá, a CUTHAB, não foi uma nem duas vezes; os
Vereadores individualmente foram lá. Eu convivo com a comunidade Costa e Silva,
cogitei na primeira vez que eles escolhessem o nome de alguém, talvez um outro
nome, e me disseram não, “nem nos fale disso”. Comecei a conversar com eles.
Então, se estamos criando o bairro e a intenção da comunidade é criar o bairro
com o nome de Costa e Silva, acho que não tem por que fazer esse plebiscito.
Acho que a consulta já foi feita, todos os membros da CUTHAB estiveram lá
coletivamente e individualmente, a Prefeitura esteve lá, e é o anseio da
comunidade. Eu perguntei ao Villela se era da época dele, e ele disse que não,
foi bem antes dele.
Eu moro na zona norte há muitos anos, minha família
mora por lá, tenho tios por lá; lembro que, quando criança passava por lá, já
existia a linha de ônibus quando começaram a construir os loteamentos, depois
os edifícios. Então, eu acho que é consolidado o desejo de a comunidade ter
esse nome, como é consolidado o desejo de os moradores de vários bairros de
Porto Alegre terem o nome da sua comunidade. Quando nasce uma comunidade, os
pioneiros adotam aquele nome e as pessoas que vão chegando o mantêm, e hoje vêm
aqui pedir que seja regularizado esse nome como Costa e Silva. Nós sabemos que
ele foi um tirano, mas a comunidade quer que o bairro deles se chame Costa e
Silva, que o chamam com carinho – é o seu bairro, não querem saber se ele foi
um tirano, é o nome do seu bairro. Meu pai usa o nome Dutra, com muito orgulho,
mas não se vincula ao Dutra que dirigiu este País, meu pai é de outra leva dos
Dutra. E essa é outra leva dos Costa e Silva, que saem para trabalhar de manhã,
que produzem e ajudam esta Cidade a crescer e a se desenvolver. Obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): O Ver. Delegado Cleiton está com a palavra para
encaminhar a votação da Emenda nº 02, destacada, ao PLE nº 006/14.
O SR. DELEGADO
CLEITON: Sr. Presidente, Sras. Vereadoras, Srs. Vereadores, colegas funcionários
desta Casa, público que aqui nos assiste, Ver.ª Fernanda, a senhora sabe que eu
fui um dos defensores da Av. da Legalidade, inclusive sou daqueles que acham
que homenagem em nome de rua, em nome de escola, como a David Canabarro, é uma
grande injustiça a quem lutou na revolução à frente dos exércitos, como foram
os lanceiros negros. Fui passar esse sentimento para a comunidade, quando
estava presidindo a CUTHAB, não uma vez, mas várias vezes. Conversei
individualmente com algumas lideranças que me disseram o seguinte: Delegado,
muitos de nós nascemos sem conviver com a época da revolução; muitos de nós
adotamos aquele espaço, como a Costa e Silva. E aí fui falando com mais alguns
e vi que tem um ônibus Costa e Silva, e que muitos que moravam no Interior, que
têm as suas famílias que vieram do Interior, já têm lá naquele papelzinho
escrito: lugar tal, pega o ônibus Costa e Silva, parada tal, numero tal. Os
pequenos comerciantes, porque a maioria dos comércios da zona norte e desta
região são pequenos comerciantes que terão que mudar toda a sua documentação,
que terão grandes problemas com a sua documentação, e os moradores também.
Então, vai prevalecer e
prevalece... Para mim, nome de ditador é afrontar o ser humano, mas, nessa
situação, eu acho que prevalece a voz do provo, porque a voz do povo é a voz de
Deus. Obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): O Ver. Alberto Kopittke está com a palavra para encaminhar votação da Emenda nº 02,
destacada, ao PLE nº 006/14, pela oposição.
O SR. ALBERTO
KOPITTKE: Caros colegas, lideranças comunitárias aqui presentes, o meu respeito e
a minha mensagem de boas-vindas. E essa é a importância da democracia. No tempo
em que esse senhor foi Presidente, vocês não poderiam estar aqui falando a sua
opinião, essa é a diferença da democracia. Eu entendi o projeto da Ver.ª
Fernanda Melchionna de abrir esse debate de forma respeitosa, inclusive, com
sentimento de tristeza – eu tenho certeza, porque a conheço – porque vai de
encontro e não ao encontro do que, talvez, uma parte da comunidade realmente se
identifique, e isso é triste. Nós compreendemos, perfeitamente, o respeito de
vocês e a identidade que vocês têm com um nome. Mas, Ver. Idenir Cecchim,
diferentemente do senhor, eu respeito profundamente o seu partido criado na
história, lutando contra a ditadura. Talvez as galerias estejam vazias, mas é
importante conversarmos sobre a memória da Cidade; que a gente só discuta, não
tem mal nenhum, é para isso que existe a democracia. E aliás, eu acho
hipocrisia quem é do Governo e vem aqui dizer que tínhamos que estar debatendo
moradia. O Governo que tem que colocar moradia para vocês. Eles vêm aqui falar
que nós não tínhamos que estar discutindo nome, mas, sim, casa. Isso vocês
tinham de perguntar para a base do Governo que está aqui fazendo hipocrisia com
vocês. Mas as galerias estão vazias, Ver.ª Fernanda Melchionna, de centenas de
famílias que cada vez que veem este nome numa escola ou num bairro lembram de
milhares de jovens que foram torturados em Porto Alegre no governo desse
senhor. Mais de 1.500 jovens foram torturados nos calabouços das delegacias por
esse senhor. Esta é a memória que também temos que respeitar e saber que ela
existe, porque é muito estranho...
(Manifestações nas galerias.)
O SR. ALBERTO
KOPITTKE: Exatamente. Isso. Por isso é que estou dizendo que a senhora tem razão.
Se a senhora me escutar, vai entender o que eu estou falando. Hoje, temos uma
democracia, onde existe o diálogo; não temos mais esses governos que alguns aqui
dentro ainda defendem, onde não existia diálogo, quando esta Casa onde vocês
estão teve vários Vereadores presos. Este é o debate que temos que fazer, que,
aliás o Chile já fez, e tirou todos os nomes de ditadores de ruas, de bairros;
a Argentina já fez e já tirou; o Uruguai já fez e já tirou. E, por acaso, esses
países têm conseguido reduzir a violência.
Vocês não
têm nada a ver com isso. Vocês têm toda a razão no que vocês estão defendendo.
Não são contraditórias as coisas que estamos falando. É importante que possamos
conversar, porque essa pessoa homenageada aqui não é simplesmente um assassino:
é uma pessoa que cometeu milhares de crimes contra a humanidade. E a história
forma o presente, porque, cada vez que entra alguém da Brigada nas comunidades pobres
descendo o sarrafo, eles estão, na verdade, se referenciando nessas pessoas
aqui. O fato de a gente não ter uma polícia que dialogue com o povo é porque
essas pessoas criaram uma polícia que chega na periferia batendo. Isso não é
passado. Eu sei que vocês sabem que isso é presente e queremos falar sobre
isso, sim, porque nós achamos que a democracia serve para mudar o presente e o
futuro. E nós queremos mudar, sim, e não ficar homenageando essas pessoas,
respeitando profundamente...
(Som cortado automaticamente por limitação de
tempo.)
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): A Ver.ª Mônica Leal está com a palavra para
encaminhar a votação da Emenda nº 02, destacada, ao PLE nº 006/14.
A SRA. MÔNICA
LEAL: Sr. Presidente, Srs. Vereadores e Sras. Vereadoras, povo que está aqui e
quer o direito de manter o nome da sua rua com toda a razão, porque faz parte
da história da sua vida! Eu vim a esta tribuna para declarar o nosso apoio a
vocês. E compreendo isso mais do que qualquer um nesta Casa, porque há pouco
tempo eu assisti, em 2004, a Câmara Municipal de Porto Alegre aprovar a
alteração da denominação da antiga Av. Castelo Branco, que passou a se chamar
Av. da Legalidade e Democracia. Qual era o objetivo disso? Reabrir a discussão
política sobre o período em que o Brasil foi governado por militares. O meu
posicionamento e da minha Bancada foi contrário, por uma razão muito simples e
que – da forma da sabedoria popular que vocês estão exteriorizando – eu vou
tentar exteriorizar da minha maneira: nós não podemos, de maneira alguma,
apagar a história da nossa Cidade, a memória da nossa Capital; isso faz parte
das nossas origens. E os Vereadores que me antecederam nesta tribuna – Ver.
Alberto Kopittke, Ver.ª Fernanda Melchionna, Ver.ª Sofia Cavedon – gostam,
utilizam muito esse discurso do viés ideológico, da ditadura, do golpe, enfim.
Agora, se nós vamos puxar para esse viés – que eles tendem sempre a fazer –,
nessa Comissão da Verdade, que é uma inverdade porque não pesquisou, não trabalhou
para trás, e só uma época para frente, nós, então, temos que puxar pelas
questões dos subversivos, terroristas. Ora, é claro que essa proposta tem viés
ideológico ou político-partidário que foi consolidado ao longo do tempo e que
os Vereadores do PT, do PCdoB, do PSOL sempre que têm a oportunidade puxam;
quando, na verdade, deveriam se lembrar que a verdade dos fatos políticos que a
esquerda não quer que o Brasil conheça deveriam deixar de ser omitidos. E nós,
então, teríamos que trabalhar sobre os movimentos, sejam eles movimentos e
organizações terroristas da época, como Comando de Libertação Nacional e a
Vanguarda Popular Revolucionária. Então, vamos tirar nome de tudo: Praça Che
Guevara e por aí afora. Não, vocês têm razão em manter o nome “Costa e Silva”
com muito orgulho! Eu utilizei esta tribuna para dizer que terão o nosso apoio,
sim. É um direito de todo e qualquer morador de manter o seu nome com muito
orgulho. Obrigada.
(Não revisado pela oradora.)
O SR.
PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): A Ver.ª Jussara Cony está com a palavra para
encaminhar a votação da Emenda nº 02, destacada, ao PLE nº 006/14.
A SRA. JUSSARA
CONY: Sr. Presidente, Sras. Vereadoras e Srs. Vereadores, comunidade do bairro
Costa e Silva. Em primeiro lugar, eu posso vir a esta tribuna com toda a
tranquilidade, porque em todas as lutas de ocupação desta Cidade, há mais de 30
anos – eu era Vereadora nesta Cidade –, eu estava. E não estava de boca, não
estava de chegar na tribuna e se arvorar de conhecer a luta do povo; tem que estar
junto. Então, eu posso vir a esta tribuna com toda a calma.
A história sempre é aliada de todos nós. Não tem um
Vereador que conheça mais a história do que o povo! Não tem! Porque nós,
Vereadores, de uma forma ou de outra, também fazemos parte dessa história,
senão não estaríamos aqui, não é, Ver.ª Fernanda? Porque temos a ligação com os
movimentos sociais.
Não vamos
entrar numa falsa dicotomia aqui. Primeiro, tem toda uma história de uma
comunidade, que conquistou lá com luta! E eu sei dessa luta. Não é somente a
luta do Costa e Silva; é o Rubem Berta, é o Leopoldina, é o Parque dos Maias, é
o Fernando Ferrari, é a Grande Porto Alegre, é tudo. Foram décadas de luta! E
tem a história de um povo como um todo, em que essa comunidade é parte, porque
foi, inclusive, em plena ditadura militar que esses locais foram ocupados por
uma massa falida, que pegou dinheiro do povo e ninguém fiscalizava, e estavam
lá aqueles prédios se deteriorando e hoje são bairros espetaculares de povo
trabalhador que ocupou, porque não tinha onde morar, porque não tinha política
pública. Não vamos vir aqui com falsa contradição. Quero contar para vocês que
quando eu era Vereadora nesta Casa houve a morte de um – eu não vou dizer o
nome, não há necessidade, muito sabem – uma grande figura da cidade de Porto
Alegre, da mídia, e queriam tirar o nome da Av. Ipiranga para botar o nome
desse personagem. Eu vim a esta tribuna, naquela época, e propus que fosse na
entrada de Porto Alegre. Que se pusesse o nome que hoje tem a Av. Castelo Branco,
a Av. da Democracia e da Legalidade, projeto do Ruas e da Ver.ª Fernanda,
aprovado por esta Casa por maioria, por quê? Porque houve um movimento
importante da comunidade da Av. Ipiranga porque traria horrores de complicações
se mudassem o nome naquele momento. Então eu fiz essa proposta, claro que não
quiseram. Aí outro lugar da cidade se transformou no nome da personalidade. O
que nós estamos discutindo aqui não é de hoje; é antigo, é um direito da
comunidade, um direito dos Vereadores em conjunto com as comunidades. O que eu
quero dizer aqui é o seguinte, pessoal: quando eles foram para lá, era Costa e
Silva, vocês viveram essas histórias, o que não significa que vocês não estejam
vivendo a história que muitos mais antigos não viveram a história da ditadura e
não estão vivendo a história de hoje na luta por direitos, na luta para não
haver retrocesso e por haver democracia neste País. Então nós, Vereadores,
viemos aqui nesse sentido, e eu entendo o projeto da Fernanda, exatamente para
que a gente resgate a própria história do povo brasileiro como um todo que
vocês fazem parte. Agora, não adianta a Ver.ª Mônica vir aqui nos chamar de
terroristas, dizer que o PCdoB, o PSOL e o PT fazem isso para ter discurso, nós
não precisamos disso! Nós estamos na luta do povo em todos os momentos. Nós não
precisamos vir aqui e usar a palavra. E vou dizer mais, a ditadura militar
matou, sim, e a ditadura militar foi quem matou, foi quem trucidou, foi quem
não tinha política habitacional para o povo, foi quem entregou o BNH para os
interesses da especulação imobiliária. A ditadura militar fez tudo isso. E nós
não podemos, companheiros, nos furtar de dizer isso aqui, com o respeito que
vocês merecem, que nós estamos todos pretendendo fazer. A emenda da Ver.ª
Fernanda é em respeito à memória da Nação brasileira; é assim que eu a entendo.
Nós todos somos a Nação brasileira. A vontade de vocês não se contrapõe a isso,
por quê? Porque vocês conheceram aquilo ali e foram fazer a história de vocês
num nome que já estava dado, mas que nós não podemos deixar de dizer que foi
dado pelos mesmos algozes de antecessores de vocês. E nós, do Partido Comunista
do Brasil, viemos aqui, inclusive, com todo o respeito, rechaçar o que foi dito
aqui. Nós não somos terroristas, não! Nós somos lutadores pela liberdade!
Terroristas são os que nos mataram, terrorista foi, por exemplo, Costa e Silva.
E isso tem que ser dito, porque, ao lembrar a história, nós...
(Som cortado automaticamente por limitação de
tempo.)
(Não revisado pela oradora.)
O SR. PRESIDENTE
(Mauro Pinheiro): Em votação nominal, solicitada pelos Vereadores
Clàudio Janta, Mônica Leal e Kevin Krieger, a Emenda nº 02 ao PLE nº 006/14.
(Pausa.) (Após a apuração nominal.)
REJEITADA por 08 votos SIM e 24 votos NÃO.
Em votação a Emenda nº 04 ao PLE nº 006/14.
(Pausa.) Os Srs. Vereadores que a aprovam permaneçam como se encontram.
(Pausa.) APROVADA.
Em votação a Emenda nº 05, destacada, ao PLE nº
006/14. (Pausa.) O Ver. Engº Comassetto está com a palavra para encaminhar a
votação da Emenda nº 05, destacada, ao PLE nº 006/14.
O SR. ENGº
COMASSETTO: Sr. Presidente, só para poder esclarecer aqui, a Emenda nº 05 foi
acordada com a comunidade e, mesmo assim, houve uma nova retificação que se
tornou a Emenda nº 14, que é Cristal, Nonoai. Para a Emenda nº 14 ser aprovada,
a Emenda nº 05 tem que ser rejeitada, porque foi feita a correção que está na
Emenda nº 14. Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): Em votação nominal, solicitada pelo Ver. Clàudio
Janta, a Emenda nº 05 ao PLE nº 006/14. (Pausa.) (Após a apuração nominal.) REJEITADA por 29 votos NÃO e 03 ABSTENÇÕES.
Em votação nominal, solicitada pela Ver.ª Lourdes
Sprenger, a Emenda nº 06 ao PLE nº 006/14. (Pausa.) (Após a
apuração nominal.) APROVADA por 29 votos SIM.
Em votação a Emenda nº 07, destacada, ao PLE nº
006/14. (Pausa.) O Ver. Dr. Thiago está com a palavra para encaminhar a votação
da Emenda nº 07, destacada, ao PLE nº 006/14.
O SR. DR.
THIAGO: Caros colegas Vereadores, Vereadoras; eu quero, primeiro, fazer uma consideração. Ver. Nedel: eu não
moro no bairro Boa Vista. Essa é a primeira consideração que quero que fique
consignada. Este Vereador não mora no bairro Boa Vista. A segunda consideração
que quero que fique consignada é que a orientação da Secretaria Municipal de
Urbanismo... Foi encaminhado o projeto para cá nesse sentido, e diz assim: “A
orientação do voto é ‘não’. A proposta de criação do bairro Boa Vista do Sul
foi amplamente debatida, porém rejeitada pelo Fórum de Gestão de Planejamento
da Região 8 – Restinga e Extremo-Sul –, motivo pelo qual a orientação é pela
rejeição da emenda proposta.” Além disso, há uma orientação de votação à tarde,
que diz o seguinte: “As comunidades dos bairros envolvidos não foram favoráveis
à criação deste bairro, tendo em vista a interferência nos tradicionais bairros
do Lami e Belém Novo.” Além de tudo isso, todos nós sabemos que a implementação
de um bairro na Zona Rural facilitará o adensamento daquela região. O que é
menos astucioso aqui, Vereador... O Dr. Raul é Vereador; o que sabe menos aqui
é Vereador. Então, não vamos nos enganar, nós sabemos o que estamos conversando
aqui.
Certamente, a introdução de um bairro novo, que é
contrária à determinação do Executivo, que é contrária aos estudos feitos pela
Secretaria de Urbanismo, que é contrária ao Plano Diretor tem finalidades
injustificáveis! Ninguém consegue me dar uma explicação plausível para a
criação de um bairro no meio da Zona Rural! Só pode ser para, em determinado
momento, se poder usar outros artifícios legislativos e se criarem Áreas de
Interesse Social específicas para aquela região. E não são Áreas de Interesse
Social para regularização fundiária de pessoas que estão morando. São áreas de
interesse social em áreas desocupadas. É por isso, por ter uma relação com
aquela comunidade e por ter o contato epidérmico com aquela comunidade, assim
como o senhor, Dr. Goulart, que eu voto e encaminho “não” a esta emenda. As pessoas dizem: “E a história do
bairro Boa Vista?” Continuará como hoje! Nós temos o Sr. Edmundo, da Extrema;
nós temos o Gilson, da Nova Olinda; nós temos o Seu Ernani, da Juca Batista. E
os nomes continuam consolidados. Só que essas regiões, nenhuma delas é bairro.
Então eu peço que V. Exas. reflitam bastante sobre isso, porque nós vamos ter
um divisor de águas aqui. Quem vai aprovar, colocar 60 mil pessoas naquela
região sem condições, e quem quer que isso seja melhor estudado e quer aguardar
para que realmente se criem, primeiro, as condições para depois se poder
adensar uma região que foi consolidada por todos nós, durante este ano, como a
Zona Rural de Porto Alegre.
(Não
revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): O Ver. Waldir Canal está com a palavra
para encaminhar a votação da Emenda nº 07, destacada, ao PLE nº 006/14.
O SR. WALDIR CANAL: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, eu não
vou gastar todo o tempo, vou apenas dizer que o Vereador que me antecedeu é
contrário à criação do bairro. Há uma divergência realmente, existe uma
polêmica em alguns setores, mas o Governo – antes de falar, consultei o Líder
do Governo – não está orientando a votação, Vereador. Ele está liberando os
Vereadores para que votem conforme desejarem. Nós temos que respeitar a questão
local, a consolidação. Existem vários bairros da Cidade que possuem outros
bairros dentro deles, que é o caso do Sarandi. O Sarandi é uma extensão imensa
de área, mas que todo mundo sabe que o Santa Rosa é o Santa Rosa – está dentro
do Sarandi, mas é Santa Rosa. Assim como outras áreas. Esse é o caso da Boa Vista.
Ele está entre o Lami e o Belém Novo. Então não há prejuízo, no meu
entendimento, da consolidação oficial desse bairro, porque ele já existe na
prática, ele já está lá. Existe um comércio, existe um ponto de
confraternização dos moradores, um ponto de referência, existem serviços da
Prefeitura, enfim. Eu sou um dos que estão encaminhando favoravelmente à
criação do bairro, para se possa, então, ajustar aquilo que precisar ser
ajustado, quando o Prefeito assinar a lei e regulamentar esses bairros.
Portanto
quero dizer que os Vereadores da base do Governo estão liberados, eu sou um dos
que vão votar favoráveis a essa emenda. Muito obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): O Ver. Engº Comassetto está com a
palavra para encaminhar a votação da Emenda nº 07, destacada, ao PLE nº 006/14.
O SR. ENGº COMASSETTO: Sr. Presidente, colegas Vereadores e
Vereadoras, prezadas lideranças comunitárias; na CUTHAB nós fizemos um trabalho
exaustivo, não fizemos nenhuma disputa para ver se era tema de oposição, se era
de oposição, nós acolhemos o que as comunidades trouxeram. Aqui, da Boa Vista,
está o Sr. Paulo, que trouxe a demanda da comunidade com 400 assinaturas, que a
CUTHAB acolheu por unanimidade. E o que propõe? A Região 8 do planejamento é
onde está cem por cento da Zona Rural, votada, defendida e aprovada por nós;
inclusive, fui o relator. A votação de bairros não muda em nada o zoneamento,
se é rural ou se é urbano.
(Procede-se
à apresentação em PowerPoint.)
O SR. ENGº COMASSETTO: Este, atualmente, é o bairro Belém Novo.
Esta é a proposta que veio para a Comissão de como fica o bairro Belém Novo.
Este é o bairro Lageado. Esta é a proposta de como fica o bairro Lageado. Este
é o bairro Lami. Esta é a proposta de como fica o bairro Lami. Este é o bairro
São Caetano, que é um bairro novo proposto pelo Governo. A região do São
Caetano é cem por cento zona rural, não existe nenhum núcleo urbano, e o
Governo está propondo criar esse bairro. Portanto não há nenhuma contradição ou
qualquer outra possibilidade no mesmo tom que o Governo apresenta. No bairro
São Caetano, nesta ponta aqui, no projeto do Governo, está a Igreja do Lami,
onde se constituiu o Lami. Mas, na proposta feita pelo Governo, retira-se a
Igreja do Lami e coloca-se no bairro São Caetano. A comunidade nos trouxe aqui,
foram unânimes, que tem que voltar para o Lami. Então, nós propusemos aquela
ponta voltar para o Lami, que é a sede onde se originou esse bairro.
Aqui a proposta da comunidade da Boa Vista do Sul,
que é criar o bairro Boa Vista do Sul, que já é uma reivindicação antiga
segundo as lideranças, pois ela já existe, há 200 anos. Essa comunidade tem
toda uma centralidade: ali tem posto de saúde, tem escola, tem comércio, tem
localizada lá uma grande indústria, que é a lavanderia que atende a todos os
hospitais da cidade, e que conta com 600 trabalhadores. Tem um núcleo urbano
definido e caracterizado. Portanto, esta é a proposta que fica, e esta outra é
a proposta do Governo.
Entre o bairro Belém Novo e o bairro Lami, são 15
quilômetros que dividem a comunidade da Boa Vista ao meio. Um lado é Lami,
outro lado é Belém Novo. A Comissão trabalhou e entendeu a demanda da
comunidade que está aqui presente, e propôs as seguintes alterações, são duas
alterações: que aquela ponta, onde está a igreja do Lami, que estava no São
Caetano, volte para o bairro Lami, e a criação do bairro Boa Vista do Sul, que
faz uma distribuição na região e acompanha o projeto que o Governo trouxe de
criar dois bairros novos. Entre os três bairros está a comunidade do Boa Vista
do Sul. É uma comunidade, é um núcleo urbano. No seu entorno é zona rural. Vai
continuar sendo Zona Rural, vai continuar sendo zona de produção. Não muda
regime urbanístico, quero deixar bem claro. Aqui está o São Caetano, não tem
nenhum núcleo urbano, mas é um bairro, o Governo está propondo, e nós achamos
que é importante, e votaremos favoravelmente à proposta do Governo.
Este outro é da Extrema, que também não tem nenhuma
comunidade como núcleo urbano. Eu venho aqui, em nome da CUTHAB, para trazer
este trabalho e dizer que, até agora, o trabalho teve 100% de unanimidade.
Gostaríamos que fosse também acolhido esse trabalho, que representa uma divisão
geopolítica da cidade de Porto Alegre.
Nesta região Boa Vista, vejo o Sr. Paulo ali, há 5
mil famílias no núcleo urbano que ali moram. Elas não pertencem nem a Belém,
nem ao Lami, nem ao Lageado. Uma turma vai, no Orçamento Participativo, numa
comunidade; a outra vai noutra comunidade, e a outra, quando ganham...
O
SR. PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): O Ver. Engº
Comassetto prossegue a sua manifestação de encaminhamento de votação da
Emenda nº 07, destacada, ao PLE nº 006/14, a partir
deste momento, pela oposição.
O
SR. ENGº COMASSETTO: Agradeço à Ver.ª Jussara Cony, porque esse trabalho
que fizemos na CUTHAB foi longo. Chegam demandas diferentes e é legítimo ainda
não ter compreensão aqui e não ter o entendimento que a comunidade traz,
talvez, por carência do debate. Nós estamos aqui ratificando: na região que é
mais dispersa, que tem uma parte rururbana, tem uma parte rural e tem os
núcleos urbanos. Então, o Governo propôs a criação de dois bairros novos ali: o
do São Caetano e o da Extrema. A comunidade levou para a CUTHAB a criação do
bairro Boa Vista do Sul, e, junto com trabalho feito por este Vereador e pelos
Vereadores Cassio Trogildo, Clàudio Janta, Delegado Cleiton, Carlos Casartelli,
Séfora e. Dr. Goulart, mais recentemente, foi unanimidade.
Por último, quero dizer que, na
sexta-feira do dia 11, o Vice-Prefeito veio a esta Casa e nos convidou para
irmos ali. E não há posição fechada no Governo, que liberou todos os Vereadores
para tomarem as suas posições. Pelo menos é isso o que me foi transmitido pelo
Vice-Prefeito.
Então, eu queria reproduzir um
pouco do trabalho constituído. Agradeço a todos, um grande abraço e boa
votação!
(Não revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): A Ver.ª Fernanda
Melchionna está com a palavra para encaminhar a votação da Emenda nº
07, destacada, ao PLE nº 006/14.
A
SRA. FERNANDA MELCHIONNA: Eu ouvi atentamente as intervenções do Ver. Dr.
Thiago; ouvi, também, o Ver. Engº Comassetto, proponente da emenda. Ver. Dr.
Thiago, eu estava conferindo a emenda proposta e, de fato, ela não mexe no
regime urbanístico. Portanto, o que nós votamos como área rural tem que seguir
sendo rural, independentemente da criação de um novo bairro, muito embora eu
ache que a preocupação é muito correta.
Nós acabamos de votar o retorno da área rural para
o Município de Porto Alegre, a partir de uma mobilização do povo da zona sul da
Cidade, e logo veio um projeto do Governo, por exemplo, criando um regime
urbanístico gigante na fazenda do Arado, que rasgou o que nós votamos há três
meses. Então, eu acho que é uma preocupação legítima, mas a emenda não fala de
regime urbanístico, muito embora eu esteja sempre preocupada com a questão do
adensamento, eu e o Ver. Prof. Alex, diante desta situação que vemos em Porto
Alegre, que é uma lógica de criação de uma cidade de negócios e de um
afastamento do povo da nossa Cidade para as áreas mais longínquas, onde não tem
os postos de saúde, os equipamentos públicos, as vagas nas creches para a
educação infantil – 55% das nossas crianças não têm creches; onde não tem os
investimentos públicos permanentes, onde não tem um projeto de moradia.
E aí eu quero responder ao Ver. Cecchim que nós
temos muita tranquilidade, Rai, Fátima, companheiros da Santa Rosa,
companheiros do CC-Norte, para fazer este debate. O maior projeto de moradia
popular com relação às AEIS aprovado este ano na Câmara de Vereadores é de
minha autoria e de autoria do Ver. Pedro Ruas. E foi vetado pelo Governo
Fortunati/Melo, Cecchim. Não por nós. Nós defendemos a moradia popular, nós
denunciamos o Governo, porque, numa cidade que tem 54 mil pessoas que não têm
onde morar, fez menos de 2 mil casas em seis anos. Em seis anos!
Eu acho que temos que ter tranquilidade na hora de
fazer estes debates. E eu quero ser sempre muito tranquila. O Arilton me chamou
ali no canto falando de uma emenda que muda e que tira o regime urbanístico das
delimitações do Costa e Silva, muito embora eu tenha contrariedade com o nome
do bairro e não com o povo que o compõe, o povo de trabalhadores e
trabalhadoras. A nossa emenda previa a mesma delimitação e que o nome seria
definido em consulta popular. Aí, o Governo diz que não tem dinheiro, Arilton,
para fazer consulta popular. Só que, quando é para o povo pobre, não tem
dinheiro para fazer consulta popular; agora, quando é para gastar R$ 15 milhões
com publicidade sobra dinheiro; quando é para fazer um verdadeiro cabide de
empregos com CCs que gastam mais de R$ 100 milhões, não falta dinheiro; quando
uma quadrilha rouba R$ 50 milhões da Procempa e nenhum centavo é devolvido, nós
não vemos um esforço do Governo para que estes centavos voltem e vão para as
bibliotecas comunitárias, para os postos de saúde lá do Fernando Ferrari, onde
vocês lutam há muitos anos; que vão para os médicos que faltam nas comunidades.
O problema é abrir espaços democráticos para o povo decidir. Ora, por favor! Não
me venham com demagogia! Nunca vi democracia ser custosa, a não ser aqueles que
têm medo de defender a sua posição em projetos de discussão de democracia
social. Nós defendemos a ampliação do Orçamento Participativo, por exemplo.
Teve gente aqui que estava contra a nossa emenda, Arilton, e que, quando o OP
entrou em Porto Alegre, disse que era um escândalo tirar o poder dos
Vereadores; casualmente, eram os mesmos que defendiam a ditadura militar e que
agora têm vergonha de vir à tribuna dizer que defendiam as mortes, as torturas
e os desaparecimentos. Nós achamos que é muito bom termos instrumentos como o
OP, mas tem que ampliar o poder do OP, tem que ter mais recursos para que o
povo decida. Têm que estar nos CAR pessoas eleitas pelo povo nas comunidades
para expressar essa luta do povo; tem que haver mecanismos de participação
popular via Internet, que economiza recursos e garante que o povo seja ouvido.
E eu lhe ouvia atentamente, o regime urbanístico
não tem nada que ver com a nossa emenda. Parece que a Emenda nº 13 tira o
regimento urbanístico que vocês estão lutando para a Santa Rosa, e me corrijam
se eu estiver errada, porque ainda não chegou a votação dessa emenda, e se o
povo da Santa Rosa está contra a emenda, é importante falar para os Vereadores
para que a gente possa fazer esse debate. O que não dá é para confundir o povo,
misturar alhos com bugalhos – e não estou aqui falando do Dr. Thiago, nem da
discussão que foi feita com o Engº Comassetto, mas falo da discussão anterior à
nossa emenda –, para tentar justificar o injustificável. Temos muita
tranquilidade de quem luta pelo povo...
(Som cortado automaticamente por limitação de
tempo.)
(Não revisado pela oradora.)
O SR.
PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): Em votação nominal, solicitada pelos Vereadores
Dr. Thiago, Mônica Leal e Clàudio Janta, a Emenda nº 07 ao PLE nº 006/14.
(Pausa.) (Após a apuração nominal.) APROVADA
por 16 votos SIM, 02 votos NÃO e 13 ABSTENÇÕES.
A Emenda nº 08 fica prejudicada pela semelhança com
a Emenda nº 02.
Em
votação a Emenda nº 09, destacada, ao PLE nº 006/14. (Pausa.) A Ver.ª Mônica
Leal está com a palavra para encaminhar a Emenda nº 09, destacada, ao PLE nº
006/14, como autora.
A SRA. MÔNICA
LEAL: Sr. Presidente, Sras. Vereadoras e Srs. Vereadores, público que nos assiste,
sobre a Emenda nº 09 é evidente – e utilizo esta tribuna para deixar claro –
que algumas emendas propostas não implicarão afronta ao trabalho até aqui
realizado, tampouco a contribuição dada pela participação popular. Nos debates
restam flagrantes algumas contrariedades entre os participantes do processo que
revelaram divergências pontuais que de forma alguma podem ser desconhecidas. A
presente emenda atende a uma antiga solicitação dos moradores, comerciantes e
frequentadores daquela região da Cidade, os quais, já em 2009, se mobilizaram
apresentando um abaixo-assinado com mil assinaturas e requereram junto ao
Município a criação do bairro Jardim Europa. Na época, a Secretaria do
Planejamento Municipal achou prematuro ele se consolidar como um bairro. Mas a
região prosperou e se mostrou pujante, não somente no quesito de
empreendimentos imobiliários residenciais, como desenvolveu e consolidou o
comércio local, assim como a prestação de serviços, todos muito bem
estruturados, além das áreas de lazer como, por exemplo, o Parque Germânia,
excelente ponto de encontro da população. Também atua na questão de segurança,
ajudando a transformar aquele bairro num bairro seguro.
Existe também uma atuante Associação de Amigos do
Jardim Europa, cujo propósito é atender e contemplar a convergência de
propósitos dos moradores interessados. Estima-se que atualmente há 6 mil
pessoas diretamente envolvidas com as causas da localidade e com uma projeção
de 8 mil para os próximos dois anos. Tudo em decorrência dos inúmeros grandes
empreendimentos.
Cabe ressaltar que o Jardim Europa já encontra
remissão como loteamento desde 1990, conforme é possível constatar junto ao
cartório de registro de imóveis da 2ª zona. Hoje em dia esse bairro já tem as
características básicas necessárias para virar independente. Ou seja, para
ganhar a cara, o nome e o reconhecimento de Jardim Europa.
Eu utilizo a tribuna para pedir aos Vereadores que
se atenham a essa questão que vem ao longo dos anos; não foi de uma hora para
outra. Desde 2009 que os moradores vêm colhendo assinaturas e trabalhando. E
esperaram quando encontraram como recomendação do Governo que era prematuro,
mas que agora finalmente conseguiram a maturidade e todo o trabalho
desenvolvido para se transformar em Jardim Europa. Então, peço atenção, peço
apoio dos Vereadores, que aprovem esta Emenda. E quero dizer que entrei com ela
no dia 7 de dezembro e que, de lá para cá, tenho plena consciência que nenhum
dos moradores, como tem aqui uma recomendação – criação de um novo bairro entre
os limites dos bairros Vila Jardim e Boa Vista – muito confusa por parte do
Governo... Eu conversei com o Vice-Prefeito Sebastião Melo, que deixou
completamente liberado, e posso atestar que, do dia 7 de dezembro até o dia de
hoje, nenhum morador foi consultado. Portanto, não é verdade que a população
daquele bairro está contra. Muito pelo contrário, esse bairro, essas mil
assinaturas são a prova clara que essas pessoas querem a criação do bairro
Jardim Europa. Obrigada.
(Não revisado pela oradora.)
O SR.
PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): O Ver. Idenir Cecchim está com a palavra para
encaminhar a votação da Emenda nº 09, destacada, ao PLE nº 006/14.
O SR. IDENIR
CECCHIM: Sr. Presidente, Sras. Vereadoras e Srs. Vereadores, moradores do Jardim
Europa, eu participei desde a primeira audiência pública para criar esse bairro
e, desde aquele dia, se dizia: “Vamos criar um novo bairro em Porto Alegre”. O
Jardim Europa é realmente diferenciado. E, além de ter participado desde a
primeira audiência pública, eu participo como um humilde fornecedor, eu fiz
todas as calçadas do Jardim Europa, de todos aqueles edifícios, todo
calçamento, todos os passeios. Realmente é um bairro construído para ser um
bairro diferenciado, até mesmo pela participação dos moradores. Eles participam
até mesmo do paisagismo, dos canteiros; participam para cuidar do parque;
participam da segurança. É um bairro que realmente merece ter o nome de “Jardim
Europa” – é o nosso Jardim Europa, aqui, de Porto Alegre.
Então, eu não tenho nenhuma dúvida de aprovar, de
pedir votos, porque esse bairro é nosso orgulho, sim, porque ele facilita a
vida não só de quem mora lá. A criação desse bairro facilitou a vida da Vila
Ipiranga, do Jardim Sabará, da Vila Jardim, de todo o entorno. O Jardim Europa
não é só para o morador do Jardim Europa, tanto é que todo mundo aproveita o
Parque Jardim Europa. Então, o Jardim Europa está oferecendo para a Cidade um
novo bairro e oferece o que tem de melhor, o que há de melhor para ser copiado
para criação de novos bairros. Jardim Europa, o novo bairro de Porto Alegre!
(Palmas.)
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): O Ver. Clàudio Janta está com a palavra para
encaminhar a votação da Emenda nº 09, destacada, ao PLE nº 006/14.
O SR. CLÀUDIO
JANTA: Sr. Presidente; Srs. Vereadores, Sras. Vereadoras, o Jardim Europa,
assim como os 799 loteamentos existentes no nosso Município, é um loteamento;
então nós teríamos que ter mais 799 bairros em Porto Alegre. O Jardim Europa
está situado bem no meio do Shopping Iguatemi e do Bourbon Country, ele
pertence ao bairro Iguatemi, bairro que já
foi criado. O Jardim Europa, em
todas as audiências, em todas as reuniões que foram feitas sobre delimitações
de bairros apresentadas, a proposta de criação do bairro foi rejeitada. E a
Ver.ª Mônica, no seu direito, apresenta a emenda para criar esse bairro.
Volto a insistir: se nós criarmos, em cada
loteamento, um bairro, nós termos 800 bairros em Porto Alegre. O Jardim Europa
é um bairro diferenciado, mas é um bairro, volto a afirmar. Quem passa ali no
Iguatemi vê que é um bairro com todas as suas estruturas. Nós teremos que ter
800 bairros diferenciados. Ele já está dentro de um bairro. Ele é um condomínio
dentro de um bairro; ele é um conjunto de moradias, um conjunto de lojas, um
conjunto de sistemas dentro de um bairro já criado. Não tem por que ele ser um
bairro. Ele doou uma praça para o centro de Porto Alegre, muito bonita, uma
praça cercada, que nos levou a votar aqui o plebiscito do Ver. Nereu D’Avila
para ilustrar outros plebiscitos de cercamento; usamos como exemplo a praça do
Jardim Europa. Nós teremos vários loteamentos em Porto Alegre virando bairros.
Então encaminhamos para a rejeição da emenda da
Ver.ª Mônica Leal, senão nós teremos que aprovar 800 bairros em função dos 800
loteamentos que temos em Porto Alegre. Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): Em votação nominal, solicitada pelo Ver. Clàudio
Janta, a Emenda nº 09 ao PLE nº 006/14. (Pausa.) (Após
a apuração nominal.) APROVADA por 22 votos SIM, 03 votos NÃO e 05 ABSTENÇÕES.
Em votação a Emenda nº 14 ao PLE nº 006/14.
(Pausa.) Os Srs. Vereadores que a aprovam permaneçam como se encontram.
(Pausa.) APROVADA.
Em votação nominal, solicitada pela Ver.ª Lourdes
Sprenger, a Emenda nº 03 ao PLE nº 006/14. (Pausa.) (Após a apuração nominal.) APROVADA por 29 votos SIM.
Em votação nominal,
solicitada pelo Ver. Clàudio Janta, a Emenda nº 10 ao PLE nº 006/14. (Pausa.)
(Após a apuração nominal.) APROVADA por
27 votos SIM e 01 ABSTENÇÃO.
Em votação nominal, solicitada pelo Ver. Clàudio
Janta, a Emenda nº 12, destacada, ao PLE nº 006/14. (Pausa.) (Após a apuração
nominal.) APROVADA por 30 votos SIM.
Em votação nominal, solicitada pelo Ver. Clàudio
Janta, a Emenda nº 13, destacada, ao PLE nº 006/14. (Pausa.) (Após a apuração
nominal.) APROVADA por 33 votos SIM.
Em votação nominal, solicitada pelo Ver. Clàudio
Janta, a Emenda nº 15, destacada, ao PLE nº 006/14. (Pausa.)
O SR. IDENIR
CECCHIM: Para esclarecer. Do que trata esta Emenda? O endereço do Aeroporto
Salgado Filho é na Av. das Indústrias. Ela estava em dúvida se do lado da Av.
Sertório ou do lado da Av. dos Estados. Só para esclarecer. O Aeroporto Salgado
Filho pertence ao bairro Anchieta.
O SR.
PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): Feito o registro, Ver. Idenir Cecchim. (Pausa.)
(Após a apuração nominal.) APROVADA por
27 votos SIM e 01 voto NÃO.
Informo que a Emenda
nº 11 foi retirada de tramitação, e a Emenda nº 14 foi prejudicada com a
aprovação da Emenda nº 05.
Apregoo o Memorando nº 051/15, de autoria do Ver. Waldir Canal
que solicita correção técnica com relação à Emenda nº 12 ao PLE nº 006/15.
Apregoo o Memorando, de autoria dos Vereadores Kevin Krieger e Engº
Comassetto, que solicita correção técnica com relação à Emenda nº 14 ao PLE nº
006/15.
Em votação nominal, solicitada pelo Engº
Comassetto, o PLE 006/14. (Pausa.) (Após a apuração nominal.) APROVADO por 29 votos SIM e 02 ABSTENÇÕES.
A SRA. JUSSARA CONY (Requerimento): Sr. Presidente, em face da importante audiência
pública que ocorreu nesta Casa, presidida por V. Exa., em face de não haver
nenhum óbice à ideia da permissão das doulas para atuar no Município de Porto
Alegre e de várias considerações que colocaram esse projeto de nossa autoria
num patamar diferenciado, solicito a retirada do PLL nº 232/14 da priorização
de votação da Ordem do Dia de hoje para podermos fazer a articulação política
necessária com as doulas, com o Município de Porto Alegre, com os Vereadores
que já apresentaram emendas, os quais vou procurar para podermos articular as
emendas de uma forma mais concreta, em função das sugestões que surgiram aqui,
com o próprio relator, o Ver. Mendes Ribeiro, e com o Ver. Carlos Casartelli.
Várias questões já foram resolvidas com as emendas que nós colocamos, mas a
audiência pública foi de muita qualidade com todos os que participaram da Mesa.
Estamos pedindo a retirada da priorização, porque vamos aproveitar para fazer
um projeto que esteja à altura, inclusive desta Casa, da população de Porto
Alegre e do significado da concepção da doula.
O SR.
PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): Em votação o Requerimento de autoria da Ver.ª
Jussara Cony, que solicita a retirada do PLL nº 232/14 da priorização de
votação da Ordem do Dia de hoje. (Pausa.) O Ver. Dr. Thiago está com a palavra
para encaminhar a votação do Requerimento de autoria da Ver.ª Jussara Cony.
A SRA. JUSSARA
CONY: Não tem problema. Esta é uma Casa democrática. Até o Vereador
participou ativamente, só que no descompasso, não é? Não tem problema.
O SR. DR.
THIAGO: Sr. Presidente, Srs. Vereadores e Sras. Vereadoras; obrigado,
Presidente; obrigado, Ver.ª Jussara Cony, com todo o respeito, subo a esta
tribuna. Quero pontuar três questões e quero dizer que estas questões são
insuperáveis, no meu entendimento, no projeto. Nós já fizemos tudo, já fizemos
audiência pública, nós já tentamos conversar sobre o tema, e estes três tópicos
são insuperáveis no projeto.
O primeiro se refere à questão, Ver. Pujol, da
obrigatoriedade de maternidades públicas e privadas poderem recepcionar essa
profissional, a doula. Não temos condições de fazer isso no Município de Porto
Alegre. Nós não temos em maternidades públicas e em maternidades privadas, Ver.
Dr. Goulart. Nós não temos condições de fazer isso.
Nós temos um problema da ambiência, do local. Nós
já temos, em algumas circunstâncias, em alguns momentos, as nossas maternidades
superlotadas. Às vezes, estamos atendendo a “cadeira nº 2”, porque nos falta
possibilidade de ter técnicos de enfermagem e colocar essas pacientes no andar.
Então, não temos a ambiência propícia para instalar isso no Município de Porto
Alegre.
A segunda questão é a questão da remuneração. Quem
remunerará essas profissionais pelo serviço público? Nós temos que fazer
concurso para essas profissionais, mas, primeiro, nós temos que criar o cargo,
depois fazer concurso para esses profissionais. Se nós autorizarmos a ação e a
participação dessas profissionais em maternidades públicas, nós vamos estar
rasgando o SUS. E eu tenho certeza de que a Vereadora não quer isso. Nós vamos
estar rasgando o SUS. Elas vão ser remuneradas pela paciente e vão estar
atuando em hospital público. Isso não pode! Em hospital público é tudo 100%
SUS, principalmente no Grupo Hospitalar Conceição, no Fêmina, no HPV – são
hospitais 100% SUS!
E a terceira questão é: a qual conselho
profissional essas profissionais se reportam? Se houver alguma situação de
imperícia, imprudência ou negligência, ou se houver algum acidente punctório
nesses hospitais, alguma machucadura, Ver. Dr. Raul, com agulha, quem vai responder
por isso? Vai ser o diretor do hospital? Vai ser o Secretário Municipal de
Saúde? Quem é que vai responder por isso? Porque elas não têm um conselho ao
qual se reportem que regule a profissão. Então, eu acho que essas questões –
basicamente essas questões – são insanáveis. Nós temos muita dificuldade de
recurso público. Nós temos, no ambiente da Secretaria Municipal de Saúde, já
foi dito aqui pelo Secretário e por todos, uma enorme dificuldade de recursos;
no Ministério da Saúde temos dificuldade de mandar recursos. Ou essas
profissionais não vão receber? É uma outra possibilidade! Nós estaríamos
iniciando, Ver. Clàudio Janta, em Porto Alegre, a despeito das regras
trabalhistas criadas por Getúlio Vargas, o serviço escravo em Porto Alegre.
Podemos também estar pensando em criar isso. Mas eu tenho certeza de que não é
nossa intenção fazer isso.
Por tudo isso, eu discordo do adiamento dessa
votação e acredito que temos, sim, que votar hoje, porque isso tudo já foi
transpassado. E são insuperáveis essas questões. São insuperáveis essas
questões! Este projeto está em discussão nesta Casa já há vários meses e é
insuperável essa discussão. E eu não quero ter o desconforto de, do dia para a
noite, ser marcada essa votação e nós não podermos, em determinado momento,
fazer a defesa que estamos fazendo aqui. Por isso, encaminho contrariamente ao
Requerimento da Ver.ª Jussara e acredito que nós possamos, sim, temos
maturidade, sim, para enfrentar este tema na tarde hoje. Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): O Ver. Carlos Casartelli está com a palavra para
encaminhar o Requerimento de autoria da Ver.ª Jussara Cony.
O SR. CARLOS
CASARTELLI: Presidente Mauro Pinheiro, colegas Vereadores e Vereadoras, público que
está nas galerias, os que nos assistem pela TVCâmara, eu quero encaminhar
exatamente no sentido contrário, de ser aceita a proposta da Ver.ª Jussara
Cony, que é autora do projeto. Mas ficou claro para mim, pelas manifestações,
inclusive do colega a quem eu respeito; todas as opiniões devem ser
respeitadas, aceitas e debatidas e que a maioria, em uma democracia, acaba
aprovando ou não os projetos de lei. Mas tudo o que foi colocado aqui me
demonstra exatamente o contrário: a necessidade de que nós consigamos esclarecer
qual é o papel da doula na participação do atendimento à gestante e qual será o
papel delas no centro obstétrico e no hospital.
Eu acho que tem, sim, espaço para se discutir,
nunca nós vamos nos arrepender por ter expandido a discussão, esclarecido de uma
forma mais clara as dúvidas que eventualmente todos nós, Vereadores, possamos
ter. Então não vou aqui nem fazer a defesa e nem manifestar a minha opinião,
que os meus colegas já sabem qual é, a respeito da aprovação ou não do projeto,
mas, sim, fica claro para mim, até porque nós tivemos uma audiência onde muitas
dessas questões há pouco levantadas não foram debatidas na audiência pública. A
audiência pública – infelizmente eu estava em uma outra reunião –, pelo que eu
sei, pelo que eu conversei com vários colegas, tanto a favor como contrários ao
papel das doulas dentro do atendimento em saúde, foi extremamente rica. Mas
esses problemas colocados aqui não foram, pelo menos muitos deles, debatidos.
Então até por isso eu acho que, sim, cabe a nós adiarmos a votação e termos
mais um espaço para debater, porque, na democracia, debate nunca é demais.
Então eu solicito que o encaminhamento da Ver.ª Jussara Cony seja aceito e que
a votação do projeto seja adiada.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): Em votação nominal, solicitada por esta
Presidência, o Requerimento de autoria da Ver.ª Jussara Cony. (Pausa.) (Após a
apuração nominal.) APROVADO por 19
votos SIM e 11 votos NÃO.
Convido os líderes a virem até a Mesa para uma
reunião. (Pausa.)
DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO
(discussão: todos os
Vereadores/05minutos/com aparte;
encaminhamento: autor e bancadas/05
minutos/sem aparte)
PROC.
Nº 2885/15 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 287/15, de autoria da Mesa Diretora, que inclui
art. 50-M na Lei nº 5.811, de 8 de dezembro de 1986 – que estabelece o Sistema
de Classificação de Cargos e Funções da Câmara Municipal de Porto Alegre e dá
outras providências –, e alterações posteriores, criando a Gratificação pelo
Exercício de Atividades Especiais e de Apoio em Eventos (GEA) e dando outras
providências. Com Emenda nº 01.
Parecer
Conjunto:
- da CCJ, CEFOR, CUTHAB e CEDECONDH. Relator-Geral Ver. Clàudio Janta:
pela aprovação do Projeto e Emenda nº 01.
Observações:
- para aprovação, voto favorável da maioria absoluta
dos membros da CMPA - art. 82, § 1º, III, da LOM;
- incluído na Ordem do Dia em 21-02-15.
O SR.
PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): Em discussão o PLL nº 287/15. (Pausa.) O Ver.
Marcelo Sgarbossa está com a palavra para discutir o PLL nº 287/15.
O SR. MARCELO
SGARBOSSA: Eu sei que, provavelmente, não se discutiria o projeto, mas eu quero
levantar aqui uma questão. Estou tendo conhecimento do projeto neste momento,
mas, pelo que eu entendi, ele é muito simples, ou não. Ele transforma as horas
extras em gratificação. Sei que há uma política de redução, há um pedido, pelo
que eu entendi, do Ministério Público do Trabalho, de redução de horas extras,
ou seja, não se quer que nenhum servidor, nenhum trabalhador faça mais horas
extras do que o razoável, se não me engano 20% da sua carga horária.
Pois bem: hora extra tem uma finalidade;
gratificação tem outra finalidade. Eu estava falando aqui com os servidores
antes; cada um tem um sentido e uma função. Então, se uma pessoa trabalha além
do seu horário, deve receber hora extra, e se ultrapassar os 20%, se não me
engana, que é o máximo que se pode fazer de hora extra, ela deve, inclusive, se
negar a trabalhar mais do que a lei lhe exige, ou do que a sua chefia direta
lhe exige. Essa é a questão.
Bom, aqui, se há injustiças do passado, se há
injustiças no presente, é outra questão. Eu estou aqui só colocando que hora
extra tem uma função, e gratificação tem outra. Nós queremos aqui, pelo que
entendi do projeto, aprovar no sentido de, em vez de receber hora extra, o
servidor e a servidora receberão uma gratificação. Eu pergunto: quando esses
servidores não estiverem mais aqui, porque são dedicados, há todo um esforço e
um entendimento da exigência que se faz de estarem aqui e nas audiências
públicas noturnas, finais de semana, às vezes esta Casa funciona no sábado
todo, no domingo todo, à noite há reuniões com as mais diversas finalidades, de
partidos e comissões e assim por diante. Se começar a ser exigido desse
servidor e dessa servidora uma carga excessiva de tempo de dedicação a esta
Câmara, receberá tão somente esta gratificação, que terá um valor único, fixo,
estável ou não terá direito a receber mais por trabalhar todas as noites e
finais de semana? Não consegui ler o projeto, mas já entendi que é esta a
finalidade. Eu realmente tenho dúvidas, não é uma posição da bancada, nem
consegui conversar com a bancada, mas tenho dúvidas se, para corrigir uma
injustiça, vou colocar uma palavra assim, nós não fizemos aqui uma composição
que acaba tentando corrigir de uma forma, entortando outra, que é no futuro não
termos a possibilidade de os servidores fazerem a quantidade de horas extras
daquilo que efetivamente fazem... Eu sei que estou sendo redundante, mas, para
quem entendeu o projeto, ele transforma horas em gratificações, são duas coisas
distintas e, independente de se incorpora na aposentadoria ou não, se é justo
ou não, não estou entrando nesse debate, mas parece-me que deveríamos ter aqui
um plano de carreira, o servidor ter um limite de horas extras, não fazer mais
do que a lei permite. Se as chefias exigem mais tempo do que aquilo que está na
lei, ele deveria, inclusive, se negar a fazer hora extra. E, se a remuneração
desses servidores é baixa e eles não incorporarão à aposentadoria, é uma outra
situação. Então, estou levantando essa problemática e gostaria de ouvir um
pouco sobre os motivos que levam a Mesa Diretora a encaminhar este projeto lei.
Obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): O Ver.
Clàudio Janta está com a palavra para discutir o PLL nº 287/15.
O SR. CLÀUDIO
JANTA: Colegas Vereadores, na verdade, quando um trabalhador faz horas extras
por um certo tempo, o bom é incorporar essas horas extras ao salário do
trabalhador, e o trabalhador levar isso com ele. É isso que a gente está
tentando, fazer a média dessas horas extras e incorporar ao salário dos
trabalhadores e que eles levem essas horas extras com eles, criando uma
gratificação. Eles vão fazer as horas extras limites. Este é o projeto que
estamos fazendo, que as pessoas levem essas horas extras, que não percam anos e
anos e anos se dedicando a esta Casa, trabalhando nesta Casa, trabalhando em
prol dos Vereadores, da população de Porto Alegre, e aí, quando se aposentam,
simplesmente não levem nada, somente seus salários. Então, essa é a justiça que
esta Casa está fazendo e que os trabalhadores da iniciativa privada já têm
direito; trabalhador da iniciativa privada faz essa média e incorpora ao seu
salário. Então, nós estamos fazendo este projeto, do qual eu fui o relator,
para que os trabalhadores da Casa, desses setores que têm direito, que recebem
por muito tempo horas extras, que sejam incorporadas aos seus salários em forma
de gratificação, e assim eles possam continuar tendo um salário digno e a dignidade
quando mais precisam, que é quando as pessoas se aposentam, incorporando isso
aos seus salários para continuar exercendo as suas funções com dignidade.
O Sr. Marcelo
Sgarbossa: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Janta, o
senhor é o primeiro que vem falar do projeto aqui. O projeto chegou agora, e o
senhor está falando. Eu lhe faço a seguinte pergunta – não estou dizendo que
vou votar contra nem a favor. Estou aqui formando a minha convicção. Como fica
a questão do limite e quantas horas extras o servidor vai poder fazer? Porque,
veja, nós estamos aqui aprovando uma gratificação; passa a ideia de que será
ilimitado o tempo de horas extras.
O SR. CLÀUDIO
JANTA: Os servidores vão fazer as horas extras legais, e, hoje, com o novo sistema
da Casa, nós temos a compensação de horas. Os servidores irão fazer compensação
de horas. Vão fazer as horas que já faziam, vão ganhar essa gratificação, vão
receber e vão fazer a compensação de horas. Agora eles não podem perder o seu
passado; eles não podem perder o que ficou para trás.
O Sr. Marcelo
Sgarbossa: Nisso nós concordamos.
O SR. CLÀUDIO
JANTA: Isso vai ser incorporado ao seu salário. É isso que nós estamos fazendo.
Daqui para frente, os servidores terão outro regime, mas não podem perder o seu
passado. O seu passado será recuperado com este projeto ao qual nós pedimos que
os Vereadores votem favoravelmente. (Palmas.)
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): Em votação nominal, solicitada pelo Ver. Clàudio
Janta, a Emenda nº 01 ao PLL nº 287/15. (Pausa.) (Após
a apuração nominal.) APROVADA por 31
votos SIM.
Em votação nominal,
solicitada pelo Ver. Clàudio Janta, o PLL nº 287/15. (Pausa.) (Após a apuração
nominal.) APROVADO por 30 votos SIM, por unanimidade.
DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO
(discussão: todos os
Vereadores/05minutos/com aparte;
encaminhamento: autor e bancadas/05
minutos/sem aparte)
PROC.
Nº 2883/15 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 285/15, de autoria da Mesa Diretora, que inclui
art. 50-N na Lei nº 5.811, de 8 de dezembro de 1986 – que estabelece o Sistema
de Classificação de Cargos e Funções da Câmara Municipal de Porto Alegre e dá
outras providências –, e alterações posteriores, criando a Gratificação pela
Atividade de Segurança Parlamentar (GASP) e dando outras providências.
Parecer
Conjunto:
- da CCJ, CEFOR, CUTHAB e CEDECONDH. Relator-Geral Ver. Clàudio Janta:
pela aprovação do Projeto.
Observações:
- para aprovação, voto favorável da maioria absoluta dos membros da CMPA
- art. 82, § 1º, III, da LOM;
- incluído na Ordem do Dia em 21-02-15.
O SR.
PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): Em discussão o PLL nº 285/15. (Pausa.) Não há quem
queira discutir. Em votação nominal, solicitada pelo Ver. Clàudio Janta.
(Pausa.) (Após a apuração nominal.) APROVADO
por 28 votos SIM.
VOTAÇÃO NOMINAL
(encaminhamento:
autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)
1º TURNO
PROC.
Nº 1082/13 – PROJETO DE EMENDA À LEI ORGÂNICA Nº 002/13, de autoria da Verª Sofia Cavedon e
outros, que inclui art. 183-A na Lei Orgânica do Município de Porto Alegre,
determinando que sejam aplicados integralmente em educação os recursos
provenientes da União a título de distribuição da participação especial e dos royalties
decorrentes da exploração de petróleo, gás natural e outros hidrocarbonetos
fluidos. Com Emenda nº 03.
Pareceres:
- da CCJ. Relator Ver. Valter Nagelstein: pela inexistência
de óbice de natureza jurídica para a tramitação do Projeto; Relator Ver. Mendes Ribeiro: pela inexistência de
óbice de natureza jurídica para a tramitação da Emenda nº 03;
- da CEFOR. Relator Ver. João Carlos Nedel: pela rejeição do
Projeto;
- da CUTHAB. Relatora Verª Séfora Gomes Mota: pela aprovação do
Projeto e da Emenda nº 03.
Parecer
Conjunto:
- da CEFOR, CUTHAB, CECE, CEDECONDH e COSMAM. Relator-Geral
Ver. Paulo Brum: pela aprovação do
Projeto, apreciado pela CECE, CEDECONDH e COSMAM, e pela aprovação da Emenda nº 03 apreciada pela CEFOR, CECE, CEDECONDH e COSMAM.
Observações:
- discussão geral nos
termos do art. 129 do Regimento da CMPA;
- Emendas nºs 01 e 02 retiradas de tramitação;
- incluído na Ordem do Dia em 16-12-15.
O SR.
PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): Em votação, em 1º turno, o PELO nº 002/13.
(Pausa.)
Apregoo e
defiro o Requerimento de autoria da Ver.ª Sofia Cavedon, solicitando que seja
votada em destaque a Emenda nº 03 ao PELO nº 002/13.
A
SRA. SOFIA CAVEDON: Estou no microfone de apartes apenas para explicar
que a Ver.ª Séfora Mota apresentou essa emenda – o Ver. Delegado Cleiton havia
apresentado, depois retirou –, atualizando a lei e prevendo os 25% para a
saúde. Então, o projeto de lei atende – já distribuí esse material algumas
vezes para a maioria dos Vereadores – a legislação federal que diz que os
Municípios que tiverem a previsão em lei específica é que vão participar.
Então, 75% para a educação e 25% para a saúde.
O SR.
PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): Nós estamos votando em primeiro turno e, em
fevereiro, o projeto retorna para a votação do segundo.
O SR.
REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente, quando foi apresentada essa emenda?
O SR.
PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): A emenda da Ver.ª Séfora Mota, relatora, foi
apresentada no dia 3 de agosto de 2015. E a Emenda nº 03 está destacada.
Em votação a Emenda nº 03, destacada, ao PELO nº
002/13. (Pausa.) O Ver. Reginaldo Pujol está com a
palavra para encaminhar a votação da Emenda nº 03, destacada, ao PELO nº 002/13.
O SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente, Sras.
Vereadoras e Srs. Vereadores, o PELO nº 002/13, de autoria da Ver.ª Sofia
Cavedon e outros, inclui o art. 183 da Lei Orgânica do Município de Porto
Alegre, determinando que sejam aplicados integralmente em educação os recursos
provenientes da União a título de distribuição da participação especial e dos royalties decorrentes da exploração de
petróleo, gás natural e outros hidrocarbonetos, tem a Emenda nº 03, que até o
presente momento, não havia sido incluída na discussão, passou a ser a partir
deste momento. Pela leitura que foi feita da emenda, eu observo que a mesma guarda algum critério que o projeto não guardou.
Eu tenho que
confessar publicamente, pois é uma questão de transparência, de respeito à
autora: eu tenho restrição ao projeto. Então, eu poderia aprovar a Emenda,
inclusive, quem sabe, venha a aprovar ainda, até com a expectativa de que ela
atenue os equívocos do projeto. Nós não discutimos este projeto em plenário e,
se houvesse sido discutido, teria colocado esta minha posição de forma clara e
transparente, para não ter dúvida nenhuma.
Há que se considerar,
Sr. Presidente, que este projeto iniciou na Casa em 2013, por conseguinte há
dois anos. Surgiu naquela emoção do Pré-Sal, que ia ter recursos, que o Brasil
tinha ficado rico de uma hora para outra, que ia jorrar petróleo em tudo que
era lugar deste País e que os valores a serem distribuídos para a Nação eram
imensos, a ponto de haver conflitos entre Estados e Municípios a respeito
destes recursos que seriam fartamente distribuídos. Passados dois anos, Sr.
Presidente, nenhum centavo sequer foi distribuído, e, pelo que se observa,
lamentavelmente – e eu digo isso como brasileiro –, tão cedo não irá ocorrer
esse fato. Então, ao gerar essa expectativa, cresce o protagonismo, dizer que
vamos investir valores significativos na educação, valores esses que já são
significativamente aplicados aqui em Porto Alegre, porque o Município tem
cumprido rigorosamente com o mandamento constitucional que determina que ele
aplique um percentual ajustado e determinado na educação e também na saúde.
A Ver.ª Séfora, pelo
visto, se apercebendo disso, oferece uma correção parcial, à medida que
estabelece que serão respeitados aqueles percentuais que obrigatoriamente têm
que ser aplicados na saúde. Isso é com todos os recursos, não só com os
oriundos do Governo Federal: são os recursos colhidos da tributação estadual,
os colhidos da tributação municipal. Todos esses têm compromisso
pré-antecipados que uma lei municipal não pode derrogar. Então, Sr. Presidente,
além de que eu ache que o projeto, com toda honestidade, é uma patriótica
expectativa de possibilidades de legislação, no meu entendimento, muito fracas,
para não dizer inexistentes no presente momento da história do País, e não
querendo misturar uma coisa com a outra, eu não tenho por que agredir o
regramento que manda que se distribua igualitariamente para várias atividades –
inclusive para a saúde – e ficar com um projeto que nasceu desse otimismo com o
qual o Brasil foi contaminado, que inclusive gerou a reeleição da Presidente da
República e que se manifestou nos últimos tempos como uma enorme frustração.
Frustração em que eu não quero envolver também o Município, não quero que o
Prefeito de hoje nem o Prefeito de amanhã durmam sonhando com os recursos que
viriam desse fundo, que até hoje só produziu despesas para o País, só produziu
propaganda neste País. Não produziu nenhum centavo de retorno e que, por conseguinte,
se trata de uma quimera, de uma ilusão e não tenho por que comprometer, com o
meu voto, que se acentue em Porto Alegre. Eu, clara e transparentemente, estou
afirmando que vou votar contrariamente a esta proposição.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): A Ver.ª Sofia Cavedon está com a palavra para
encaminhar a votação da Emenda nº 03, destacada, ao PELO nº 002/13.
A SRA. SOFIA
CAVEDON: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, serei breve para respeitar a demanda
que temos ainda de projetos. Eu gostaria, independente do debate, se vai ser
muito ou se serão poucos os recursos, de lembrar que a legislação brasileira,
em 2010, criou o Fundo Social, estabelecendo um novo marco regulatório de
exploração e produção do petróleo, de gás natural e outros hidrocarbonetos
fluidos. E nesse Fundo Social, que é ligado à Presidência da República, está a
finalidade de construir frontes de recursos para o desenvolvimento social e
regional. E lá em 2013, a legislação determinou que os recursos provenientes
dos royalties e da participação
especial devidos à União e as receitas dos Estados, Distrito Federal e
municípios relativas aos contratos, senhores, não é só partilha, Ver. Pujol.
Mesmo que o seu Senador mude para concessão, nessa legislação está previsto:
para concessão, para cessão onerosa e para partilha. Para concessão também.
Devem ser aplicados 75% em educação, prioritariamente em educação básica; e em
saúde, 25%. E deixa muito claro tanto o Plano Nacional de Educação, quanto essa
legislação, que esses recursos serão acrescentados aos percentuais
constitucionais, exigindo, claramente, a existência de uma lei específica no
âmbito do Estado e do Município. Para quê? Para assegurar o cumprimento da meta
dos 10% do PIB para educação.
Ver.ª Séfora, nós estamos encaminhando a sua
emenda, feita como relatora na CUTHAB, uma emenda muito importante, que
recuperou a lacuna da retirada da emenda do Ver. Delegado Cleiton, destinando
esses recursos para a saúde. Então, senhores e senhoras, o Município vai fazer
a sua parte, e nós precisamos vigiar, sim, para que essa imensa riqueza, de
fato, venha para o desenvolvimento social dos brasileiros. A nossa parte nós
estaremos cumprindo, temos legislação específica.
Conto com o apoio, com o voto e com o nome de cada
um, de cada uma aqui, fazendo com que Porto Alegre esteja pronta para receber
os recursos dessa riqueza que é de todos.
(Não revisado pela oradora.)
O SR.
PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): O Ver. Airto Ferronato está com a palavra para
encaminhar a votação da Emenda 03, destacada, ao PELO nº 002/13.
O SR. AIRTO
FERRONATO: Sr. Presidente, Sras. Vereadoras e Srs. Vereadores, senhoras e senhores,
senti-me no dever de estar aqui para conversar muito rapidamente. Lá em 1989,
quando se falava do fundo do Pré-Sal, nós formamos, aqui na Câmara, uma
Comissão Especial, por minha iniciativa, dizendo que os royalties do petróleo do Pré-Sal deveriam ser, na época, de
propriedade da nação brasileira, ou seja, que o Pré-Sal não poderia ser apenas
de Rio, São Paulo e alguns poucos outros Estados. Nós aprovamos proposta e por
isso estive em Brasília, na Câmara dos Deputados, falando sobre isso.
Por isso eu estou aqui, para
dizer que a proposta da Ver.ª Sofia é positiva e necessária. Porque nós temos
as nossas leis federais e precisamos distinguir os royalties e o fundo especial. E para que haja a distribuição desses
recursos para os municípios, o Município tem que ter uma lei específica
tratando do tema. Portanto vou votar favorável ao projeto e à emenda. Acredito
que ela é importante para o Município de Porto Alegre. Obrigado e um abraço!
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): Em votação
nominal a Emenda nº 03, destacada, ao PELO nº 002/13. (Pausa.) (Após a apuração
nominal.) APROVADA por 25 votos SIM.
O SR.
PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): Em votação, em 1º turno, o PELO nº 002/13.
(Pausa.) O Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra para encaminhar a votação,
em 1º turno, do PELO nº 002/13.
O SR.
REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente, Sras. Vereadoras e Srs. Vereadores;
este projeto ingressou na Casa em março de 2013, por conseguinte há quase três
anos. Traz uma exposição ampla, que traduz o sentimento de empolgação que
existia no momento da sua propositura. Vários Vereadores aprovaram a
proposição, que, naturalmente, precisava de um determinado número de
assinaturas como imposição da Lei Orgânica para que pudesse tramitar. Diz o
projeto que os recursos provenientes da União, a título de distribuição, de
participação especial e dos royalties decorrentes da exploração de petróleo, gás natural e outros
hidrocarbonetos fluidos, conforme o disposto em legislação específica, serão
aplicados integralmente em educação, somando-se aos recursos vinculados nos
termos do disposto no art. 181 desta Lei Orgânica. Como se vê pela diligência
da Ver.ª Sofia, se, eventualmente, este projeto vier a ser aprovado, como
parece que o será, já tem essa primeira correção da Emenda nº 03, hoje, aqui e agora, aprovada, e que teve o parecer favorável,
inclusive, dos Vereadores à sua tramitação. Nela, a Ver.ª Sofia procura guardar
absoluta concordância com o estabelecido na legislação federal que atribui 75%
desses recursos, em expectativa, para a educação, e 25% desses recursos
destinados à saúde pública. Em verdade, Sr. Presidente, Srs. Vereadores, essa é
uma regra da União, que não tem os compromissos que tem o Estado. O Município
tem aqui estabelecidos valores específicos que, obrigatoriamente, tem que
aplicar em qualquer circunstância na saúde pública; até na cultura tem imposição
de o Funcultura dispor de determinados recursos da transferência da União. De
qualquer sorte, este projeto vem recheado daquela empolgação que ocorreu
naquele período no País. O Ver. Airto Ferronato, inclusive, lembra um trabalho
feito por uma Comissão aqui, no ano de 2009; isto é, há seis anos. Eu, de forma
muito amigável, perguntei a ele quantos recursos já tinham entrado nos cofres
do Município em função desse posicionamento. Ele me respondeu que não, mas que
tem a expectativa de que venha a ocorrer, porque, segundo ele, e é verdadeiro,
para que se possa explorar o Pré-Sal, precisa-se de investimentos muito
pesados, e, sabidamente, o País não tem condições presentes de fazê-lo, dada a
quebra da nossa Petróleo Brasileiro S/A, pelas razões que todos conhecem e não
vale a pena eu aqui ficar discutindo.
Então, o que eu quero
acentuar é o seguinte: nós estamos numa expectativa, criando uma falsa
impressão de que vai chover dinheiro para nós ajudarmos aqui a receita
municipal. Senhores, senhoras, é o contrário: a União anda catando recursos de
tudo que é canto, aumentando impostos e etc., no sentido de se safar das suas
dificuldades. Então não vamos criar essa falsa ilusão. Respeito todos aqueles
que entenderem o contrário, mas eu quero mais uma vez acentuar, de forma muito
clara, que eu não vou contribuir para que se aumente, segundo a qual a
transformação da economia brasileira, os valores disponibilizados pela União,
pelo Estado e pelo Município venham a ocorrer com essa intensidade que é
prevista por parte do projeto, com vários gráficos que aqui apresenta. Isso é
uma ilusão, isso é uma panaceia. Quem quiser acreditar nisso e passar para a
opinião pública essa ilusão que o faça – eu não o farei. Eu sei que isso não é
possível acontecer num curto prazo, num País que está mendigando recursos do
Exterior para pagar as suas dívidas e seus compromissos já vencidos, e que
decorre de uma desestrutura da administração brasileira que se acentuou de
forma vigorosa...
(Som cortado
automaticamente por limitação de tempo.)
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): Em votação nominal, em 1º turno, o PELO nº 002/13. (Pausa.) (Após a apuração nominal.) APROVADO por
29 votos SIM.
O SR.
ALBERTO KOPITTKE (Requerimento): Sr. Presidente, requeiro o adiamento da discussão do PLE nº 026/15 por
cinco Sessões.
O SR. PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): Em votação o
Requerimento de autoria do Ver. Alberto Kopittke. (Pausa.) O Ver. Alberto
Kopittke está com a palavra para encaminhar a votação do Requerimento de sua
autoria.
O SR. ALBERTO
KOPITTKE: Caros
colegas, eu sei que estamos todos cansados de um longo e profícuo dia, em que
pudemos discutir muitas coisas boas para a nossa Cidade. Mas eu me sinto na
responsabilidade aqui de pedir a atenção dos colegas para esse projeto, não
como oposição. Eu até conversava com o Ver. Kevin e dizia que não cheguei a
ficar nervoso em nenhum projeto como estou nesse, tal a gravidade e a seriedade
do assunto. Não vou nem emitir juízo. Nós estamos, Ver. Casartelli, Ver.
Dr. Goulart, Ver. Delegado Cleiton, Ver. Janta, discutindo o futuro das
finanças da nossa Cidade. Este projeto, numa tacada só, coloca 49,9% das ações
de todas as empresas do Município num fundo de investimento e permite ainda que
esse fundo seja sócio de outros fundos de investimento. Todos nós conhecemos o
mercado ou vemos as notícias do mercado financeiro. Nós estamos colocando, além
dos ativos das nossas empresas, todas, numa tacada só, todos os terrenos do
Município, numa tacada só, dentro de um fundo financeiro. Eu não tenho
condições técnicas de avaliar o detalhe deste projeto, mas consultei vários
colegas economistas, de várias linhas. Todos manifestaram muita preocupação e,
se sairmos da discussão ideológica do projeto, mas discutindo então o momento
em que estamos fazendo, que é justamente o momento em que o Brasil perdeu o
grau de investimento, o rating. Peço
que nós possamos sair aqui da esfera da política. Nenhuma empresa brasileira
consegue, neste momento, abrir um fundo de investimento no mercado de capitais
com rating positivo. O que isso quer
dizer? Nós só vamos conseguir atrair investidores, colocando uma taxa de juros
de, pelo menos, cinco pontos acima da Selic, que hoje é de 14,25. Isso quer
dizer que a Cidade, Ver. Flecha, vai ter que pagar 20% ao ano para alguém
comprar os nossos títulos desse fundo, sendo que qualquer outro canal de
investimento nos ofereceria recurso a 12%, a 10, a 8 – o último PAC foi a 7.
Além disso, não tem aqui esclarecido a estrutura administrativa que essa
empresa vai ter. Não sabemos quanto ela vai custar – e o custo financeiro de se
fazer apenas avaliação, como Porto Alegre vai ser avaliada. O Rio de Janeiro
fez, colocando todo o porto novo, aquela obra gigantesca que eles estão
fazendo, dentro do Fundo, e isso trouxe investidores. Nós não temos nenhum
grande capital de interesse. Por isso a taxa de juros que vamos ter que colocar
é exorbitante! E é muito arriscada a escolha de botar todos os ativos da nossa
Cidade num único fundo de investimento ao mesmo tempo, sem nenhum tipo de
controle.
Então eu gostaria de pedir, com muita
tranquilidade, a reflexão dos colegas. Hoje a remuneração do dólar está muito
alta, toda a remuneração do Tesouro Nacional está muito alta; não há nenhuma
chance de Porto Alegre captar recursos sem remunerar. E nós não sabemos emitir
debêntures; é o que quebrou o Rio Grande do Sul nos anos 70, emitir dívida
primária, e nós não sabemos a que isso pode levar o futuro da nossa Cidade.
Então é um assunto absolutamente...
(Som cortado automaticamente por limitação de
tempo.)
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): A Ver.ª Fernanda Melchionna está com a palavra para
encaminhar a votação do Requerimento de autoria do Ver. Alberto Kopittke.
A SRA.
FERNANDA MELCHIONNA: Eu também, Ver. Mauro Pinheiro, venho pedir aos
Vereadores que adiem essa proposta. Nós insistimos com o Governo para que
houvesse o adiamento. Até agora, infelizmente, não foi possível essa
construção, porque dois temas são muito importantes quando a gente fala na
criação de uma empresa mista, e o Governo sabe – por isso me dirijo aos
Vereadores da base do Governo – que, quando o projeto é ruim, a oposição
discute quantas vezes forem necessárias esse projeto, e é o que nós faremos em
todas as emendas, em todos os momentos de discussão, em todos os requerimentos
possíveis e necessários.
O Vereador pede prazo para fazer a discussão. Eu
tenho uma compreensão de que esse projeto cria uma empresa mista que permite a
entrada no mercado de capitais sem nenhum controle social, além de ser um
cheque em branco do Governo, porque, em vários momentos diz que vai ser
regulamentado pelo próprio Governo. Eu estudei sobre mercado de capitais, Ver.
Kevin Krieger, e sobre financiamento dos fundos de investimento. Estudei o caso
da Previ, que é o fundo de pensão dos trabalhadores do Banco do Brasil, em que
a aposentadoria dos trabalhadores serviu para muitas coisas, como, por exemplo,
para fazer a fusão da Sadia e da Perdigão, uma vez que a Sadia estava
extremamente endividada. Por que, Ver. Reginaldo Pujol? Porque comprou títulos
de alto risco e perdeu dinheiro. Aí usaram dinheiro da aposentadoria dos
funcionários do Banco do Brasil para dar liquidez a um negócio bastante
privado, que significou desemprego, porque a fusão da Sadia e da Perdigão significou,
além de concentração de mercado, mudança no chão da fábrica.
Lendo o projeto, fiquei escandalizada, porque,
mesmo os fundos de pensão – e todos do PT sabem a critica que tenho a vários
que vieram do sindicalismo e que foram incorporados por uma lógica de virarem
gestores dos fundos de pensão hoje em dia, lamentavelmente –, mesmo eles têm
critérios de onde podem e de onde não podem investir, Ver. Clàudio Janta. Por
exemplo, mais de 30% não podem ser investidos em aplicativos de renda variável,
ou seja, estão sujeitos às oscilações de mercado, e a gente sabe como o mercado
é especulativo, e as oscilações levam muitas pessoas a perder recursos diante
desse sistema especulativo mundial. Os fundos de pensão têm restrição do total
de ações que podem comprar de uma empresa – há restrição. Não podem ser
determinados montantes de capital votante, não pode ser proprietária de
determinadas empresas. Bom, o projeto do Governo cria uma empresa mista, cria e
coloca a composição a ser regulamentada pelo Prefeito, coloca que valores de
imóveis – e nós debatemos, Ver. Cleiton, a moradia popular, o senhor é um
parceiro da nossa luta das AEIS –, coloca
imóveis da Prefeitura a gerir esse fundo! Então, quando a Prefeitura vende
imóvel, que para mim já é um escândalo, porque deveria usar para construir
projetos de habitação social, mas está aqui, investindo na bolsa de valores
dinheiro dos imóveis da Prefeitura. Coloca títulos públicos para dar liquidez,
coloca CPAC para dar liquidez, coloca ações ordinárias da Prefeitura, além de
não permitir limite algum para esses investimentos. Então, estamos falando de
um projeto que dá cheque em branco para a Prefeitura entrar no mercado de ações, que gerou a crise
de 2008 nos Estados Unidos, que até hoje, 2015, nós estamos sentido aqui no
Brasil; de onde surgiu a crise do Brasil? E vocês querem que na última sessão
do ano, aos 45 minutos do segundo tempo, nós sejamos coniventes com essa
votação! Não seremos. E eu quero apelar aos vereadores da base do Governo –
conheço vários –, esse projeto é um escândalo! Eu sei que muitos querem ter a
oportunidade de debater. Então, vamos adiar e façamos o debate.
(Não
revisado pela oradora.)
O SR. PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): O Ver. Guilherme Socias Villela está com
a palavra para encaminhar a votação do Requerimento de autoria do Ver. Alberto
Kopittke.
O SR. GUILHERME SOCIAS VILLELA: Sr. Presidente, Sras. Vereadoras e Srs.
Vereadores, quando esse projeto surgiu, nesta Casa, eu pensei, até por minha
formação Liberal Keynesiana, que era mais um projeto estatal. Mas não é só
isso, é a interface de um projeto estatal com controle estatal, a interface com
o setor privado. Claro que também recordei que todas as inovações que existem,
pelo menos no Estado, geralmente geram oposições ferrenhas. Foi assim com a
Ford, tem sido assim com projetos urbanísticos, como o do Cais do Porto, a
Orla, e assim por diante; sem falar no Polo Petroquímico há mais tempo.
Trata-se
de uma empresa, e eu quero aqui dizer, com todo o respeito aos inteligentes
Vereadores Kopittke e Fernanda, que não é bem assim. Não é, por exemplo, Ver.
Kopittke, 49% dos ativos das empresas ou autarquias municipais. Não. O que está
previsto é o controle acionário da Prefeitura, que não pode ser perdido. O que
está previsto aqui é um capital de R$ 1 milhão divididos em partes iguais. O
Município assim entra na administração e exploração de ativos de bens e
direitos municipais na emissão de títulos e negociação no mercado, qual seria a
opção? Por isso eu disse que, sendo eu um liberal keynesiano, isso poderia
agradar tanto o lado esquerdo quanto o lado direito do pensamento econômico.
Realizar operações de captação de recursos no mercado de capitais ou no mercado
financeiro, o que é melhor? Fazer diretamente para uma empresa estatal ou
entregar ao setor privado. É por isso que imagino a esquerda econômica deveria
adotar esse projeto, porquanto realmente ele diz respeito a um controle
estatal, em vez de uma opção para o setor privado. E ainda auxiliar o Tesouro
Municipal na administração da dívida pública, colaborar com o Município nas
políticas de desenvolvimento econômico, prestar garantias, apoiar, estruturar.
Eu sei que Belo Horizonte e Rio de Janeiro já fizeram essas empresas, e, pelo
que sei, o Estado do Rio Grande do Sul tem uma empresa desse tipo há mais
tempo. Há uma coisa que pouca gente se lembra: por exemplo, no Governo Sartori,
o Governo Estadual, queixam-se grandes da imprensa, a mídia e a oposição ao
Governo de que o Governo não tem projetos estruturantes, projetos especiais,
projetos do tipo PPP – Parcerias Público Privadas, ou partnerships. Acontece que, justamente por ter um fundo de garantia
desse tipo, é preciso que se pense em um projeto estruturante do tipo PPP com
garantias para ser o fundo chamado garantidor, que geralmente emperra no
desenvolvimento das parcerias público privadas. Eu reitero que eu não teria
nenhuma preocupação em uma empresa desse tipo, e, se preocupação houvesse,
seria a primeira que tive no sentido liberal keynesiano de dizer: “mais uma
empresa estatal!”. Não, não é mais uma empresa estatal, é muito mais, é uma
empresa que vai fazer a interface com o setor privado. Nós estamos diante de
uma opção: fazemos esse acordo, agora, relacionado com a interface do setor
público e do setor privado, ou, em outros governos, poderia ocorrer de se
transferir essas funções para o setor privado – do que eu estaria discordando
mesmo sendo um liberal keynesiano. Muito obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
O SR. KEVIN KRIEGER (Requerimento): Sr. Presidente, solicito a prorrogação
da Sessão por mais duas horas.
O SR. PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): Em votação nominal, solicitada pelo Ver.
Clàudio Janta, o Requerimento de autoria do Ver. Kevin Krieger. (Pausa.) (Após
a apuração nominal.) APROVADO por 19 votos SIM.
A Ver.ª Jussara Cony está com a palavra para encaminhar a
votação do Requerimento de autoria do Ver. Alberto Kopittke.
A SRA. JUSSARA CONY: Sr. Presidente, Sras. Vereadoras, Srs.
Vereadores, eu acho que nós estamos indo bem, nós estamos indo bem nesta
Sessão, eu subi a esta tribuna para dizer algumas coisas em relação ao
requerimento do Ver. Kopittke. Nós estamos discutindo um projeto de origem do
Executivo que propõe uma sociedade de economia mista, vinculada à Fazenda, para
o ativo dos bens públicos. Eu vou destacar esta questão: bens públicos. Já
trabalhei em locais assim e tenho um pouco de conhecimento do que é dirigir um
processo assim, uma sociedade, por ser de economia mista, não é,
necessariamente – e isso tem acontecido historicamente –, guardiã dos bens
públicos. Eu acho que aqui está em questão quem será a guardiã dos bens
públicos. Por exemplo: para atrair investimentos, pode privatizar, pode vender,
pode fazer trocas, e pode não ser necessariamente o melhor para a Cidade. Uma
coisa que me traz preocupação, e que eu não vejo no projeto, é, exatamente,
quem controla. Qual é o controle que nós vamos ter sobre esta sociedade? Não é
buscar atrair investimentos. Nós não somos contrários à busca por investimentos
para gerar desenvolvimento. Agora, nós temos que ter o controle sobre a maneira
com que os investimentos serão buscados, e para que tipo de desenvolvimento.
Mas é preciso que esteja sob o controle público, porque, afinal, é a gestão de
uma Cidade, e de uma Cidade que é de todos, de uma Cidade que é bem público. Então,
esses cuidados nós temos que ter.
Há
pouco, eu solicitei, inclusive, a retirada da prioridade de um projeto
de minha autoria, feito organizadamente com a sociedade. E por que creio,
firmemente, que é um projeto importante para a Cidade? Porque uma audiência
pública foi realizada nesta Casa, na qual vieram contribuições para tornar
muito melhor a realidade desse projeto, para que ele se materialize na vida das
pessoas, que é o projeto das doulas. O Ver. Carlos Casartelli, inclusive, tem
sido um parceiro importante nesse processo.
Cremos que precisamos amadurecer essa ideia, Ver.
Kevin Krieger, Líder do Governo; eu o chamo exatamente pelas articulações
políticas que têm sido feitas nesta Casa. Nós precisamos amadurecer, é
importante nós aprofundarmos sobre qual é a personalidade jurídica mais
adequada para uma estrutura como essa trazida pelo projeto. Qual é a forma de
gestão que pressupõe participação nas decisões? Não estou encontrando! O Ver.
Alberto Kopittke trouxe algumas questões que me chamaram a atenção. A primazia
da gestão pública está respaldada sobre o mercado de ações? Para mim, Líder do
PCdoB, está claro que não há amadurecimento para a votação desse projeto. E por
que eu digo isso, Ver. Kevin Krieger? Eu acho que V. Exa. tem conseguido incluir
votações importantes porque foram debatidas e amadurecidas com todos aqui, com
a oposição, com a situação. Coisas que são construídas juntamente, ao longo de
um ano de amadurecimento, às vezes, têm tudo para dar certo. Por que atropelar?
Eu acho que é açodamento votar esse projeto hoje. Pelas questões aqui
colocadas, eu estou votando com o Ver. Alberto Kopittke pela retirada da
priorização. Se é um projeto estruturante, eu ouvi muito o Ver. Villela...
(Som cortado automaticamente por limitação de tempo.)
(Presidente concede
tempo para o término do pronunciamento.)
A SRA. JUSSARA CONY: ...Eu
finalizo, exatamente, porque eu fiquei o tempo inteiro na escuta do Ver.
Villela, pela experiência do Ver. Villela, pela experiência do Ver. Villela,
porque ele vem pouco a esta tribuna, mas, quando ele vem à tribuna, ele vem
para uma discussão que traz esclarecimentos. E, quando o Ver. Villela colocou
que é um projeto estruturante – e eu acho que é –, nós temos que ter cuidado.
Para analisar um projeto que é estruturante, que não foi amadurecido, que não
foi discutido e que suscita dúvidas, o açodamento vai na contramão daquilo que
se quer estruturar. É por isso que venho dizer como vou votar e solicitar
apoio, até porque as experiências que pelo menos eu tenho tido, como Líder de
oposição, nas relações de busca de amadurecimento em votação de projeto com o
Líder do Governo têm sido exitosas, importantes. Açodar, neste momento, pode
ser desestruturante.
(Não revisado pela oradora.)
O SR.
PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): O Ver. Marcelo Sgarbossa está com a palavra para
encaminhar a votação do Requerimento de autoria do Ver. Alberto Kopittke.
O SR. MARCELO
SGARBOSSA: Sr. Presidente; Srs. Vereadores e Sras. Vereadoras, é uma pena que
estejamos aqui discutindo um projeto tão importante, de tanto impacto, sendo o
último projeto do ano e, neste momento, Ver. Pujol, entrando numa espécie de
cabo de força para ver se segura a base aqui para votarmos este projeto ou não
segura. Temos que nos preparar para ficar aqui até altas horas para ver quem
desiste primeiro.
Por que estamos aqui insistindo que não se vote
hoje? Porque o projeto é de profundo impacto, já foi relatado aqui na tribuna.
Por isso o nosso pedido de adiamento.
Eu tenho nas mãos – acredito que todos os Vereadores
receberam, não sei se conseguiram ler – uma carta do fiscal do Tesouro do
Estado, o João Pedro Casarotto, que justamente dialoga com um dos pontos que o
Vereador, nosso sempre Prefeito, Villela traz à tribuna: controle estatal, qual
é a máquina, se entregamos direto à iniciativa privada. Quero me dar o trabalho
de ler a carta, porque, justamente, ele relata aqui a reportagem do Jornal do
Comércio do dia 14/12 (Lê): “A Investe POA teria como principal atividade a de
antecipar futuras receitas da dívida mediante colocação de títulos da dívida
pública no mercado de capitais, títulos esses que serão garantidos por ativos
municipais equivalentes a até três vezes o seu valor. A empresa também poderá
emitir títulos, prestar garantias, captar recursos no mercado, auxiliar a
Prefeitura na administração da dívida pública, explorar ativos, bens e direitos
municipais.” Aqui ele começa, no meu entendimento, o seu juízo: “Com isso, a
empresa duplicará boa parte da atual estrutura fazendária do Município, ou
seja, trará para o contribuinte apenas mais despesas permanentes...” Acho que
não é... Esse “apenas” ele está colocando no enfoque de que estamos criando
mais estrutura para gerenciar todas essas questões que ele enumera no parágrafo
anterior. Segue: “Por conta de uma antecipação de receita que beneficiará uma
passageira administração municipal, podemos estar criando um elefante branco,
que, além de consumir recursos públicos, mediante os famigerados aumentos de
capital, também proporcionará prováveis processos judiciais questionando a
invasão de prerrogativas funcionais e a quebra de sigilo fiscal, já que essa
também será transferida para as pessoas naturais acionistas da empresa. É bom
lembrar também que, nas operações desse tipo, além das perdas líquidas admitidas
pelo Sr. Secretário na então reportagem do Jornal do Comércio, normalmente são
despendidos elevados valores a diversos títulos como assessorias, contratação
de bancos para a prestação de serviços de assessoria financeira para
estruturação, emissão e distribuição pública, despesas para colocação e
distribuição, prêmios de firme colocação, comissão de estruturação e colocação,
prêmios de sucesso na distribuição e prêmio por ganhos financeiros. Também é
importante salientar que a Lei Complementar Federal nº 148/2014 veda a Estados,
municípios e Distrito Federal a emissão de títulos da dívida pública monetária.
Semelhantes iniciativas, entre elas a de Belo Horizonte – citada na reportagem
–, estão sofrendo representações contrárias junto ao Tribunal de Contas da
União, que tem a incumbência legal de fiscalizar a comissão de valores
mobiliários. Assim, solicito aos nobres representantes eleitos pela Câmara
Municipal de Porto Alegre que redobrem a já habitual cautela na apreciação do
projeto em foco, pois, no meu entendimento, estará sendo criado um grave
passivo para os nossos netos, tais como já os que temos no Governo Estadual e
Federal e que já estão causando tantos dissabores orçamentários.” Eu acho que é
com essa responsabilidade, esse pedido que o João Pedro Casarotto nos faz, que
é encaminhado, aqui, o Requerimento. Ou seja, vamos ter cautela. Não estou aqui
já antecipando um juízo que seria tudo ruim ou tudo bom. Acho que não temos
aqui uma situação tão dicotômica. O que temos aqui é algo de extremo impacto,
que merece melhor ser debatido, melhor ser entendido: que estrutura se criará
para gerenciar todas essas novas operações que o Município está se dispondo a
fazer. Então é nesse sentido que encaminhamos favoravelmente à prorrogação por
cinco sessões. Obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): O Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra para
encaminhar a votação do Requerimento de autoria do Ver. Kevin Krieger.
O SR.
REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente; Sras. Vereadoras e Srs. Vereadores,
eu vou procurar ser o mais objetivo possível, até porque não estamos discutindo
o projeto nesta hora, e sim o Requerimento para que se adie por cinco sessões a
votação deste projeto de lei proposto pelo Município em oito de setembro do
corrente ano.
Eu gostaria de salientar, Ver. Tarciso, algo que eu
considero muito importante. Eu consegui, e tive para isso a maior cobertura do
Líder do nosso Governo, Ver. Kevin Krieger, ter garantido, Prefeito Villela, do
Governo do Município que não mandaria nenhum projeto novo para esta Casa após o
dia 15 de novembro para não ocorrer, no fim do ano, aqueles açodamentos que
caracterizam esses períodos em que os projetos passam aqui na Casa e, quando
muito, recebem um parecer conjunto das Comissões e vão à votação.
De outro lado, Sr. Presidente, nós propúnhamos ao
Prefeito que todos os projetos que antecedessem essa data, nós haveríamos de
pugnar, de nos comprometer, para que ele pudesse ser, efetivamente, analisado
neste ano, porque acreditava que os mesmos tinham importância e relevância
nesse sentido. É o caso concreto. Nós estamos aqui desde as nove e meia da
manhã votando os mais diferentes projetos de lei, e agora, no final, nós
entendemos que este projeto, que é um projeto em que o Governo, inclusive, investe
fortemente, que não tem esses vícios que foram referidos aqui nessa discussão
preliminar, como muito bem acentuou o Ver. Guilherme Socias Villela, como muito
bem está esclarecido nos pareceres constantes do projeto, este projeto levou cerca de 90 dias de tramitação, passou por todas as Comissões,
foi devidamente examinado, e agora, ao apagar das luzes, quando já se votou de
tudo um pouco, se quer o adiamento por cinco Sessões. Eu respeito a posição da
oposição, que faz esse tipo de proposta. Faz parte do jogo político, e eu
aceito, respeitosamente, que isso ocorra, mas não vou me curvar a isso. Eu
estou aqui e quero votar no dia de hoje, quero discutir esta matéria, quero
esgotar o tempo da Sessão prorrogada, quero ir até o fim e cumprir com a
responsabilidade de quem está aqui desde as 9h30min e que, entre outras coisas,
quer votar esta matéria, que está recebendo várias propostas de correção
formuladas pelos Vereadores, inclusive do Ver. Alberto Kopittke, que é autor de
uma das emendas. O Ver. Kevin Krieger, por sugestão nossa, ofereceu também
contribuições. Nós estamos preparados para discutir esta matéria e queremos
vê-la votada no dia de hoje.
Por isso, Sr.
Presidente, neste final de ano legislativo, não podemos dizer à Cidade que
ficamos até às 7h da noite, votamos cerca de 30 projetos – todos eles
relevantes – e que, ao final, a uma proposta desse porte do Executivo nós
dissemos: “Não, vamos deixar para fevereiro. Depois do Carnaval nós vamos
conhecer essa proposta.” Não, se depender de mim, sou transparente. Há pouco
não votei, não queria contribuir com os 24 votos, vim aqui e anunciei. Agora
estou anunciando: se depender de mim, eu fico aqui o tempo necessário e apelo
que a base governista assim também o faça, para votarmos esta matéria, que é
importante, está bem elaborada, foi bem discutida, teve belas análises
realizadas e merece ser aprovada. Hoje!
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): O Ver. Engº
Comassetto está com a palavra para encaminhar a votação do Requerimento de autoria
do Ver. Alberto Kopittke, pela oposição.
O SR. ENGº COMASSETTO: Prezado Presidente,
colegas Vereadores e Vereadoras, prezado Ver. Reginaldo Pujol, votar um projeto como este,
apresentado há poucos dias a este plenário, na última Sessão do ano, num atropelo,
sem discussão, não tenhamos dúvidas de que é temerário. E aqui não dá para nós
confundirmos um discurso de possibilidade de modernidade com possibilidade da
temeridade. Esse projeto precisa ser muito debatido e muito bem compreendido.
Para começar, Ver. Villela, um projeto autoriza o
Município a criar a Investe, uma empresa de gestão de ativos do Município de
Porto Alegre, com 12 artigos e nenhuma análise técnico-financeira. O projeto
não tem. O que significa isso? Só está dizendo que vai incorporar um milhão de
ações ordinárias nominativas. E coloca, dentro desse fundo, a possibilidade de
todos os imóveis do Município. Que imóveis são esses? Por que colocar no fundo?
Nós, da CUTHAB, sofremos, todo ano, com a falta de postura do Município em não oferecer
a possibilidade de as terras públicas municipais serem destinadas ao
reassentamento de 50 comunidades que estão com ação de despejo, 22 mil
famílias, Ver. Pujol. Por que colocar todos os imóveis dentro da possibilidade
de integralizar o capital em moeda corrente nacional, os imóveis de sua
propriedade?
Além disso, são ações ordinárias ou preferenciais
de titularidade do Município e de entidades da Administração indireta do
Município no capital de sociedades anônimas, desde que não acarrete a perda do
respectivo controle acionário. Isso está dizendo que pode, até 49,99%, do valor
das empresas municipais. Agora, eu pergunto aqui: por que estão quebrando as
empresas municipais? Por que estão quebrando a Carris? A Carris? A Carris, no ano passado, apresentou um prejuízo de R$ 50 milhões.
Este ano apresentará um prejuízo além de R$ 50 milhões, mas foram criados 90
cargos de Função Gratificada e mais 50 CCs – a Carris, que já foi modelo de
empresa. Quero dizer aqui que, na Administração Popular, trabalhou sempre no
azul e ganhou prêmios nacionais e internacionais, como a principal empresa.
Agora, no momento em que fragilizam as empresas, abrem para o capital de
investimento, jogam no mercado para vender as ações por um preço muito baixo
para jogar no fundo. Essa empresa não é para privatizar, esse fundo de
investimento não é uma lógica transversa de privatizar os patrimônios do Poder
Público municipal. Nós precisamos conversar sobre isso. E aqui a lógica do
contraditório tem que existir. Portanto, votar, hoje, 21 de dezembro, na última
Sessão, já agora às 19h... Nós estamos pedindo aqui a postergação. É uma medida
sensata, poder dialogar e analisar. Portanto, ratificamos aqui o pedido de
prorrogação. Muito obrigado.
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): O Ver. Clàudio
Janta está com a palavra para encaminhar a votação do Requerimento de autoria
do Ver. Alberto Kopittke.
O SR. CLÀUDIO JANTA: Sr. Presidente, Sras.
Vereadoras e Srs. Vereadores, quanto mais eu leio e escuto, mais eu me convenço
da necessidade, Ver. Kevin Krieger, Ver. Pujol, de nós adiarmos este projeto.
Acho que temos que ouvir outros atores desse projeto aqui, por exemplo, o
Procurador Da Camino. Nós temos que saber até quando a Carris, a Procempa e o
DMAE vão ser do Município. O Ver. Pujol subiu várias vezes aqui nesta tribuna
dizendo que é um liberal, que é um homem que quer que nada seja do governo, que
tudo seja livre, e agora ele vem aqui defender esse projeto, um projeto
socialista, um projeto que seria bom se fosse com participação, realmente, do
Governo. Mas não, nós estamos entregando para ninguém sabe quem a metade de
tudo. Quem tiver R$ 500 mil adquire a metade da cidade de Porto Alegre, porque
é um sócio – 49%. Aí, nós vamos ter uma diretoria que ninguém sabe quem é. Aqui
diz que o sócio tem que ser de Porto Alegre, não fala de onde é a diretoria,
mas diz que tem que ser brasileiro – pelo menos isso, o diretor tem que ser
brasileiro. Agora, não limita quem é. Pode ser o diretor de um grande banco,
não limita...
Eu marquei várias coisa aqui no projeto. Se não
conseguirmos adiar o projeto... Acho que temos que amadurecer mais esse
projeto, temos que ouvir outros atores. Agora mesmo se falou aqui do patrimônio
de imóveis do Município, nós estamos falando de empresas do Município que
entrarão para esse fundo, estamos falando de uma série de coisas, de
antecipação de receita. Porto Alegre é uma das poucas grandes cidades que não
atrasou o salário dos seus servidores, que não fez parcelamento, que não
precisou que seus servidores fossem tirar empréstimo em banco para receber o
13º salário. O Ferronato teve que tirar parcelamento no Banrisul. Aí nós
usamos, por exemplo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte e Rio Grande do Sul, que
estão endividados. Um deles recebe royalties
da Petrobras e está endividado, que é o Rio de Janeiro. Belo Horizonte fez uma
grande política e hoje em dia já se encontra endividada, porque fizeram uma
política dessas, abriram o seu patrimônio. O Estado do Rio Grande do Sul é um
exemplo para nós. Não estamos falando em criar uma empresa de projetos públicos
que irá fazer projetos de captação de recursos; nós estamos falando de trazer
para a cidade de Porto Alegre um modelo falido, como o do Estado do Rio Grande
do Sul. Estamos falando de trazer para a cidade de Porto Alegre o modelo falido
que está na União. Então acho que temos que ver, Ver. Pujol e Líder do Governo
Kevin Krieger, isso com muita prudência. Então, venho encaminhar aqui este
Requerimento, sabendo que não será um dia perdido se nós adiarmos por cinco
Sessões. Acho que todos nós ganharemos com adiamento, pois poderemos nos
interar mais sobre esse projeto, buscando mais aconselhamento de outras
pessoas, buscando aconselhamento até do próprio Governo. Podemos fazer um grupo
de trabalho para sugerir emendas de pessoas como o Ferronato, que tem uma
experiência grande nessa área, para que nós possamos discutir esse projeto que
pode ser o futuro ou o endividamento da cidade de Porto Alegre.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. DR. THIAGO (Requerimento): Sr. Presidente, solicito verificação de quórum.
O
SR. PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): Solicito abertura do painel eletrônico para
verificação de quórum, solicitada pelo Ver. Dr. Thiago. (Pausa.) (Após o
fechamento do painel eletrônico.) Há
quórum.
Em votação nominal, solicitada
por esta Presidência, o Requerimento de autoria do Ver. Alberto Kopittke.
(Pausa.) (Após apuração nominal.) REJEITADO por 09 votos SIM e 18 votos NÃO.
A SRA. JUSSARA
CONY (Requerimento): Sr. Presidente, solicito a retirada do PLE nº
026/015 da priorização de votação da Ordem do Dia de hoje.
O SR. PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): O Ver. Alberto Kopittke está com a palavra
para encaminhar a votação do Requerimento de autoria da Ver.ª Jussara Cony,
pela oposição.
O SR. ALBERTO
KOPITTKE: Caros colegas, eu gostaria de enfatizar novamente aqui que o nosso
esforço não está sendo para barrar o projeto, está sendo para termos
oportunidade de debatê-lo durante mais um mês, até o retorno das nossas
atividades. Esse é o nosso pedido à base do Governo, a cada um dos Vereadores,
Ver. Ferronato. Um projeto da mais extrema relevância, e acho que todos aqui
concordam e sabem o que estamos votando; chegou em setembro. Qual é o prejuízo
de adiarmos por mais 30 dias esse debate e cada um de nós poder ouvir os
economistas dos seus partidos? Afinal, está em nossas mãos todo o patrimônio
ativo do Município. Eu não me sinto preparado para votar um assunto de tamanha
complexidade.
E debatendo com o Ver. Villela, por quem tenho
muito respeito, pois suas intervenções aqui sempre são de alta qualidade, quero
dizer que tenho uma divergência de conteúdo que eu gostaria de chamar atenção
dos colegas, porque acho que nem todos viram o ponto para o qual eu chamei
atenção do Prefeito Villela. Existe uma Mensagem Retificativa, Ver.ª Lourdes,
na última página do projeto, que autoriza o Município a não só criar o seu
fundo, Ver. Mario Manfro, mas a investir esse fundo em outros fundos de
investimento. Portanto não é verdade que o Município será controlador do seu
próprio recurso; ele estará depositando metade das nossas empresas municipais,
o conjunto dos terrenos da nossa Cidade, na mão de um fundo de investimento
privado que nenhum de nós sabe qual é, nem vai participar da discussão de que
fundo é esse! É verdade que os fundos de previdência hoje, Dr. Goulart, estão
autorizados a investir em fundos privados 10% do seu fundo para aumentar a sua
rentabilidade, é verdade. Nós aqui estamos autorizando a Prefeitura a depositar
todo o patrimônio do Município num fundo privado que nós não sabemos qual é! Os
fundos de previdência hoje, todos eles, têm autorização – e temos tido vários
casos problemáticos – para investir 10%, aqui dos funcionários do Município,
num fundo qualquer que está na Bolsa de Valores, os chamados access, que é a expressão do mercado
financeiro – 10% ou 12%. Nós aqui estamos investindo todo o patrimônio do
Município num fundo, e não é verdade, Prefeito Villela; não é. Aqui há uma
divergência ideológica, embora poderíamos ter também sobre, por exemplo, as
PPPs. O Governo Federal – sei que temos divergência na esquerda sobre este
assunto – fez concessões, fez PPPs, várias, talvez até em contradição ao que
pensávamos no passado. É verdade. E quem acusa a nossa contradição talvez tenha
razão nesse ponto. Nós, hoje, vemos que é possível fazer PPPs com controle, com
regulação, não temos mais medo de nos relacionar. A questão não é divergência
ideológica como em relação à Ford ou às PPPs; é que é muito violenta a forma
como está sendo escolhida aqui pela Cidade, pela Secretaria da Fazenda, de
jogar todo o patrimônio do Município num único fundo. E se quebra esse fundo?
Como quebrou o Banco Santos, várias Prefeituras haviam investido lá seus fundos
de Previdência, e hoje tem Prefeito preso porque investiu num fundo que quebrou,
e o fundo de servidores quebrou. Na época, podiam investir 20% dos fundos, aí
reduziram para 10%. Há vários assuntos para discutir, há vários elementos que
eu vou colocando...
(Som cortado
automaticamente por limitação de tempo.)
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): O Ver. Marcelo Sgarbossa está com a palavra para
encaminhar o Requerimento de autoria da Ver.ª Jussara Cony.
O SR. MARCELO
SGARBOSSA: É lógico que estamos aqui... Não precisa esconder de ninguém, fizemos um
pedido antes de prorrogação por cinco Sessões, o Ver. Alberto fez o pedido,
agora a Ver.ª Jussara pede a retirada da priorização. É o que temos enquanto
Vereadores que querem discutir, ouvir outras opiniões, Ver. Janta também subiu
à tribuna dizendo a mesma coisa, porque se preocupa com a aprovação ou não de
um projeto dessa magnitude e quer saber um pouco mais. E o saber um pouco mais,
num processo dialógico, é escutar as outras partes. Muitas pessoas acham que é
simplesmente ler o projeto de lei, que tem quatro ou cinco páginas, e a
Justificativa assinada pelo Prefeito, de cinco parágrafos. Não é isso. Numa
sociedade complexa e num tema tão importante, é importante escutar opiniões que
sabemos, Ver. Tarciso, que há varias correntes de pensamento, seja na Economia,
seja no Direito, seja em qualquer área do conhecimento humano, há várias
divergências de opiniões. Aqui há experiências já em andamento, em Belo
Horizonte e Rio de Janeiro, seria importante ouvir. Nós estamos nada mais, nada
menos, fazendo a Prefeitura entrar no mercado, digamos assim, e colocando os
seus ativos, o seu patrimônio como garantia dessa entrada no mercado. E o
mercado, como sabemos, tem oscilações; se o mercado vai bem, as nossas ações –
digamos assim – vão bem; se vai mal, podemos endividar futuras gerações.
Então, vejam, não é um tema para ser votado no
final da última sessão do ano. No mínimo, precisaríamos escutar as experiências
em andamento, e escutar técnicos da área, que eu também reconheço aqui que não
tenho conteúdo técnico específico para debater o projeto. E nós acreditávamos
que o Governo não colocaria para votar. Acabou ficando como o último projeto do
dia de hoje. A sessão começou às 9h30min da manhã, agora são 19h25min, ainda, e
podemos ainda ter uma noite mais longa.
Na verdade, é um gesto de responsabilidade. Eu não
consigo acreditar que todos os Vereadores da base do Governo, que estão
querendo dar acordo para votarmos hoje, não tenham nenhuma dúvida com relação a
esse projeto, nenhuma dúvida. O simples fato de ser um projeto do Executivo não
lhes surja nenhuma dúvida sobre a relevância do projeto.
Então, eu faço aqui esse pedido. Teremos outros
Requerimentos para fazer. Fica de uma certa forma, Ver. Dr. Goulart que me ouve
atentamente, é um mau sinal para a população termos que fazer inúmeros pedidos.
Faremos agora um pedido para prorrogação por quatro sessões, se for derrubado
faremos para três sessões, depois se for derrubado fazermos para uma sessão, ou
para duas, e outros pedidos que ainda cabem, encaminharemos. E acredito que
quem está nos assistindo e ficará registrado nos anais da Câmara, nas notas
taquigráficas da Câmara, olhará e dirá o quão infantil foi aquela sessão – eu
diria assim – do ponto de vista de um debate democrático saudável, comprometido
e responsável, de termos que ficar aqui tentando ver quem cansa primeiro. Nós,
ao fim, ao cabo, estamos buscando um maior debate, é isso. Eu, inclusive, não
estou aqui me comprometendo com o voto, e acho que nenhum de nós com o voto
contrário, porque sou um Vereador da oposição, necessariamente vou votar
contrariamente. Já votei projetos que foram... Lembro daquele projeto do Ver.
Cecchim, dos imóveis lá de Petrópolis, em que a Câmara aprovou – com o nosso
voto contrário –, o Prefeito vetou, veio para a Câmara, a Câmara derrubou o
veto. Nós apoiamos o Prefeito, eu votei com o Prefeito, sendo um Vereador de
oposição. Então, não é um jogo simples assim, e acho que esse projeto muito
menos.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): A Ver.ª Fernanda Melchionna está com a palavra para
encaminhar a votação do Requerimento de autoria da Ver.ª Jussara Cony.
A SRA.
FERNANDA MELCHIONNA: Eu tenho coisas também que não consigo entender.
Este projeto chegou à Câmara em 10 de setembro de 2015. Não passou pelas Comissões
porque entrou na Ordem do Dia pela Reunião Conjunta das Comissões, se não me
engano. É um projeto que...
(Aparte antirregimental do Ver. Reginaldo Pujol.)
A SRA.
FERNANDA MELCHIONNA: Sim, mas tem a análise técnica das Comissões, Ver.
Reginaldo Pujol, isso é evidente. O projeto, sem entrar no mérito da Reunião
Conjunta das Comissões, ele acelera a aprovação do conjunto dos projetos, mas
não permite uma análise apurada, por exemplo, dos impactos financeiros para o
Município. Não permite uma análise apurada do montante de recursos que já estão
sendo disponibilizados para iniciar os trabalhos da Investe POA com R$ 1
milhão, sendo R$ 500 mil do Município de Porto Alegre, e R$ 500 mil em dinheiro
por um ou mais sócios, dentre aqueles autorizados no art. 1º. Não permite saber
quem são os autorizados pelo art. 1º, o que o Governo está pensando, porque
sinceramente, o Governo não dá ponto sem nó. Não chegou este projeto aqui na
Câmara de Vereadores sem uma análise original do Governo de que tipo de empresa
quer fazer e com que intuito, quando, na verdade, olhando o conjunto dos
valores que vão ser permitidos para utilização, para criação do Investe Porto
Alegre, nós temos imóveis, temos ações ordinárias ou preferenciais de
titularidade do Município e entidades da Administração Indireta, títulos da
dívida pública, certificados de potencial adicional de construções emitidos
pelo Município no âmbito das operações urbanas consorciadas, direitos de
titularidade do Município originários de créditos tributários e não
tributários, direitos creditórios e direitos em geral, corporificados ou não em
títulos, direitos de construir oriundos de imóveis de sua propriedade. Então,
os riscos, na verdade, são extremamente elevados.
Eu reitero a análise do mercado de ações. Hoje, no
Brasil, nós vivemos num País que tem uma das mais altas taxas de juros do
mundo, e, para participar ou, entre aspas, entrar nesta lógica de
financeirização, colocando o Município de Porto Alegre na lógica do mercado
financeiro, dois temas para nós são extremamente importantes. Primeiro, os
enormes riscos para o Município em fundos de investimento de alto risco. Como
eu disse anteriormente, o projeto sequer restringe o tipo de aplicações, o
Município de Porto Alegre poderá comprar, a partir do Investe Porto Alegre,
atuar no mercado de ações em qualquer tipo de fundos de investimento, sejam
eles os fundos de alto risco ou não. Em segundo lugar, a possibilidade da perda
de recursos é extremamente elevada. Terceiro, para ser atrativo, entre aspas,
nesta lógica financeirizada, quanto vai ser o percentual que a Prefeitura vai
querer colocar em cada uma dessas operações financeiras? Isso aqui é um cheque
em branco dos mais altos riscos que já vi tramitar na Câmara de Vereadores de
Porto Alegre. É verdade, Ver. Tarciso Flecha Negra, é um dos projetos mais
temerários, em sete anos de Câmara de Vereadores de Porto Alegre, que aos 45
minutos do segundo tempo, o Governo quer aprovar, quase na calada da noite do
dia 21 de dezembro. E vocês podem se recusar a votar este projeto hoje,
Vereadores da Base, colocando a necessidade de retirar da pauta este projeto.
Então, eu quero deixar, aqui, o pedido, aos colegas Vereadores, para que votem
pelo Requerimento da Ver.ª Jussara Cony de retirada de tramitação deste
projeto. Em fevereiro, poderemos fazer a discussão, uma audiência pública, um
debate com a cidadania, sobre este projeto, e aí a Câmara vota, mas, até lá,
reitero, é um cheque em branco, dos mais temerários, que a Câmara está
passando.
(Não revisado pela oradora.)
O
SR. PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): Em votação nominal, solicitada por esta
Presidência, o Requerimento de autoria da Ver.ª Jussara Cony. (Pausa.) (Após a
apuração nominal.) REJEITADO por 05 votos SIM, 19 votos NÃO e 02 ABSTENÇÕES.
O SR. MARCELO SGARBOSSA (Requerimento): Sr.
Presidente, solicito a alteração da ordem da priorização de votação, para que
possamos, imediatamente, passar à discussão e votação do PLL nº 067/15. Após
retornaremos à ordem normal.
O SR.
PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): Em votação o Requerimento de autoria do Ver.
Marcelo Sgarbossa. (Pausa.)
O SR. JOÃO
CARLOS NEDEL (Requerimento): Sr. Presidente, o autor não tem prioridade sobre o
seu projeto? Então, eu solicito a retirada da priorização.
O SR.
PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): Isso é um outro requerimento, que votaremos depois
de votar este.
O SR. JOÃO
CARLOS NEDEL: Veja como é a democracia. Que boa é a ditadura das minorias! E V. Exa. é
quem fala muito em ditadura.
O SR.
PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): Vereador, está feito o registro.
O SR.
REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente, não cabe mais essa situação! O
projeto já entrou e está sendo discutido. O projeto já entrou em discussão
claramente!
O SR.
PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): Não entrou em discussão, Vereador.
O SR.
REGINALDO PUJOL: Se V. Exa. quiser assim, vai ser assim, porque V.
Exa. é o Presidente.
O SR. CLÀUDIO
JANTA: Antes de iniciarmos esse conjunto de projetos que votamos, foi feito um
acordo de Líderes. Eu já votei favoravelmente ao adiamento por duas vezes. Foi
feita uma pauta de projetos para votar e, com os Líderes, foi acordado que este
projeto do Ver. Nedel seria o último. Vamos cumprir, pelo menos, o acordo de
Líderes, senão vamos começar a rasgar os acordos feitos nesta Casa.
O SR. MARCELO
SGARBOSSA: Eu só quero lembrar que o próprio projeto do Ver. Alberto Kopittke, há
um mês, ele tentou retirá-lo, aquele que tratava da visibilidade da propaganda
de cigarro, não deixaram e votaram. Isso também aconteceu com este Vereador,
então, dizer que o autor simplesmente retira sem fazer requerimento não é
verdade, porque tentamos, por duas vezes, retirar projetos, e a base do Governo
não nos deixou e nos impôs derrotas à força.
A SRA. JUSSARA
CONY: Só recuperando aqui: são facultadas as articulações políticas aqui,
todas. Só que fizemos um acordo de Líderes, e neste acordo o projeto do Ver.
Nedel era o último. Podemos debater, fazer as nossas articulações, mas o acordo
de Líderes tem que ser mantido.
O SR.
PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): Não, o acordo foi feito. Agora, o Vereador pode
fazer o requerimento. Isso é da autoridade do Vereador. Se o Vereador mantém o
Requerimento...
O SR. ALBERTO
KOPITTKE: Está mantido o Requerimento.
O SR. MARIO
MANFRO: Só para deixar bem claro que o PT, neste momento – o PT,
especificamente –, a Líder da oposição, Ver.ª Jussara Cony, honrou o acordo, e
o PT está rompendo um acordo de Líderes. Só para deixar isso bem claro.
O SR.
PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): Está feito o registro, Vereador. O Ver. Alberto
Kopittke está com a palavra para encaminhar a votação do Requerimento de
autoria do Ver. Marcelo Sgarbossa.
O SR. ALBERTO
KOPITTKE: Muito obrigado, Presidente, pela oportunidade democrática que o senhor
garantiu. Nós não estamos rompendo acordo, porque o Líder do Governo tinha
acabado de me dizer – ali na Mesa, me chamou para dizer que ia tentar retirar o
projeto.
(Aparte antirregimental do Ver. Kevin Krieger.)
O SR. ALBERTO
KOPITTKE: Não, o senhor disse isso. O senhor me chamou ali na Mesa para dizer que
ia retirar o projeto, porque estava concordando que nós debatêssemos mais.
Então, nós cumprimos acordo, sim. Quem está aqui tentando passar algo que podem
ter certeza de que vai ficar bem marcado para a história não somos nós.
E, Ver. Nedel, fique tranquilo, o senhor tem o
direito de falar o absurdo que o senhor quiser, que o senhor não vai ser
sequestrado quando sair daqui nem torturado como fazia o regime que o senhor
apoiou. Então, sempre que o senhor falar em ditadura, fique tranquilo, pode
falar, que o senhor tem...
O SR. JOÃO
CARLOS NEDEL: V. Exa. permite um aparte?
O SR. ALBERTO
KOPITTKE: Não, não lhe dou aparte. O senhor fala o absurdo que o senhor quer e o
senhor não pode ouvir...
(Aparte antirregimental do Ver. João Carlos Nedel.)
O SR. ALBERTO
KOPITTKE: Mas eu disse que o senhor pode ficar tranquilo. O senhor pode falar o
que o senhor quiser de ditadura da minoria e não quer ouvir. É isso aí mesmo.
Na democracia todo mundo pode falar, inclusive quem defendeu a ditadura. O
senhor, quando acusa, aqui, de ser uma ditadura da minoria, o senhor não acha
irresponsável.
Colegas, realmente, o assunto é muito importante e
mereceria muito mais a sua indignação o projeto que nós estamos votando aqui,
na calada do dia 21, do que qualquer ofensa pessoal. Porque isso que nós
estamos votando é que ofende a Cidade. Isto, sim, é grave; mas o senhor não se
importa.
Eu
acho importantíssimo esse debate. Hoje, nós debatemos um projeto em que nós
autorizamos a concessão de quatro terrenos, Prefeito Villela. O projeto tinha
este tamanho aqui (Mostra com as mãos.) Agora, nós estamos fazendo uma espécie
de concessão de todos os terrenos da Prefeitura num projeto que tem cinco
páginas. E estamos abrindo mão, esta Casa, a partir de agora, de discutir o
futuro dos terrenos do Município inclusive, porque eles estão sendo todos
repassados para um fundo de investimento. Nós estamos delegando os nossos
poderes para dois ou três burocratas, que nós sabemos que muitas vezes são
ligados aos próprios fundos de investimento, como era o antigo Secretário da
Fazenda Aod Cunha, que hoje é um dos sócios do BTG Pactual porque criou uma
empresa igual a essa, aqui no Rio Grande do Sul, e hoje é uma pessoa que está
muito bem posicionada no mercado financeiro. É disso que se trata.
Infelizmente, nós estamos tentando, aqui, manter um debate com qualidade pela
seriedade dele. E fizemos um pedido ao Governo, que adiasse essa discussão por
30 dias, os senhores continuariam tendo a maioria. Qual é o problema de
permitir uma audiência pública com economistas para ouvir um projeto desses?
Estamos delegando todos os ativos da Prefeitura e vocês acham normal, Ver.
Márcio Bins Ely? O senhor – que é um entendido do mercado financeiro – acha
isso absolutamente natural? Todas as empresas criadas com esse fim estão sendo
investigadas na CPI dos fundos de previdência da Câmara dos Deputados. Aliás,
os senhores deveriam saber disso, porque é matéria da oposição no Congresso
Nacional. Todos os fundos de municípios estão sendo investigados por várias
denúncias. Então, acho que realmente é um assunto que merece a atenção de todos
e que surpreende a Prefeitura, porque, infelizmente, o Prefeito Fortunati está
manchando a sua história política na noite de hoje, simplesmente, porque ele
não vai mais concorrer à Prefeitura, está entregando o patrimônio desta Cidade.
O Prefeito, respeitoso, por quem eu tinha respeito até este momento e que não é
capaz de parar e esperar 30 dias e possibilitar uma audiência pública com
economista sobre um projeto que vai tratar de todos os ativos do Município.
Infelizmente, é assim que as gestões fazem e são irresponsáveis com as
finanças. Eu ouço muito falarem aqui sobre responsabilidade, e depois...
(Som cortado automaticamente por limitação de
tempo.)
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): O Ver. Kevin Krieger está com a palavra para
encaminhar a votação do Requerimento de autoria do Ver. Marcelo Sgarbossa.
O SR. KEVIN
KRIEGER: Boa noite, cumprimento o Ver. Mauro Pinheiro, Presidente desta Casa, e
gostaria de dizer a todos os Vereadores da nossa base que, se nós chegamos a
pensar em não votar este projeto hoje, vocês podem ter certeza de que nós vamos
até de madrugada. No momento em que eu chamei o Ver. Alberto, e ele estava
tentando me convencer a discutir um pouco mais este projeto, nós conversamos
ali, na frente do Ver. Mauro Pinheiro e do meu Vice-Líder Paulo Brum, e, no
mesmo momento, nós dissemos para ele que não iríamos transferir ou prorrogar –
na cara dele, no olho dele. Espero todos os outros Vereadores da oposição, os
Líderes da oposição, Ver.ª Fernanda, que cumpriram com o compromisso e hoje
deram aula de democracia, mas, infelizmente, nesta reta final, não estão
fazendo. Prorrogar a Sessão, prorrogar por cinco, retirar da pauta o projeto,
perfeito! Está dentro do processo democrático. Mas tentar trocar um projeto
pelo outro, se nós acertamos! E esse projeto do Investe POA, Ver. Cecchim,
estava em oitavo, e, a pedido da oposição, em acordo com o Governo, nós o
passamos para último para poder discuti-lo depois da lei dos bairros. Acordos
firmados, ou na sala Adel Carvalho, aqui ao lado, ou neste plenário, Ver.
Comassetto! Eu espero, realmente, que nenhum, mas nenhum Vereador venha a esta
tribuna fazer essa defesa de mudar o último projeto por este projeto. Eu realmente espero isso, porque este projeto, Ver.ª
Fernanda e Vereadores da oposição, não veio escondido, não veio na calada da
noite, não. Em todas as reuniões de líderes, nós trazemos papel com todos os
projetos que serão votados, e já estamos há mais de 30 dias dizendo que esse
projeto vai ser votado, na reunião de líderes. Então, não é nenhuma invenção.
Os economistas dos partidos tiveram de três a quatro meses para olhar, para
analisar, para pensar o projeto. Nós não estamos aqui defendendo mérito,
Vereador, nós estamos defendendo a não inversão, porque até agora nós não
discutimos o projeto. Nós só fizemos a discussão de prorrogar por cinco
sessões, de retirar da pauta e, o pior de tudo, faltando dois projetos para
finalizar 20 projetos que votamos numa manhã e numa tarde históricas nesta Casa,
me fazem essa na reta final? Nós vamos até a hora que tiver que ir! Obrigado.
(Não revisado pelo
orador.)
A SRA. JUSSARA CONY: Quero deixar muito
claro, em função do pronunciamento do Ver. Kevin Krieger, que como Líder do
PCdoB mantive o acordo. Quero deixar claro isso aqui, mantive o acordo porque
acordo de Líderes é acordo de Líderes. Ainda disse assim: os Vereadores têm
todo o direito de fazer as suas manifestações. Tanto que fiz a minha. Agora,
como Líder do PCdoB, eu dei acordo para manutenção do acordo de Líderes que
fizemos nesta Mesa. Absolutamente, não é o meu comportamento tirar acordo
quando há acordo de Líderes; pelo contrário, eu reafirmo. Eu quero deixar claro
para não haver nenhum mal-entendido!
O SR. KEVIN KRIEGER: E eu quero referendar
a posição do PCdoB.
O SR. PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): A Ver.ª
Fernanda Melchionna está com a palavra para encaminhar a votação do
Requerimento de autoria do Ver. Marcelo Sgarbossa.
A SRA. FERNANDA MELCHIONNA: Eu quero
começar a discussão sobre o requerimento trazendo um poeminha do Bertolt
Brecht: “Do rio que tudo arrasta, diz-se que é violento. Mas ninguém chama
violentas às margens que o comprimem.” Eu quero começar com este poema, porque
a luta que o Ver. Marcelo Sgarbossa travou aqui com o requerimento no sentido
de adiar, ninguém é tonto, é uma ideia de fazer uma das poucas manobras
regimentais que uma minoria numérica, no que diz respeito ao número de
Vereadores, talvez, mas, muitas vezes, Ver. Kevin Krieger, a maioria social,
muitas vezes, em resposta ao que o Ver. Nedel trouxe quando do requerimento do
Ver. Marcelo Sgarbossa. Infelizmente, chega uma hora em que nós ficamos
impossibilitados de querer adiar, muito embora, falando com um ou outro
Vereador da base, sequer conheçam concretamente os artigos deste projeto. Vocês
têm noção do que a Câmara vai votar na finaleira da noite do dia 21 de dezembro
de 2015? Uma empresa mista, com capital dos imóveis vendidos da Prefeitura que
não vão para a moradia popular, vão para financiar a tal da empresa mista, com
capital privado, com penduricalhos de CCs, com cargos de gerente e Conselho de
Administração, que, em geral, servem para fazer lobby com as empresas vinculadas ao setor, como bem foi trazido
aqui por algum dos Vereadores que me antecederam, pago pelos cofres públicos.
Se essa empresa investe milhões de reais e perde em títulos podres, em fundos
de alto risco, sujeitos à oscilação das bolsas de valores, sujeitos à
especulação dos capitalistas financeiros, quem de vocês, que hoje sob a
orientação de um governo, vai votar a favor desse projeto e vai ter a
consciência tranquila quando deitar a cabeça no travesseiro? Quem? Quem de
vocês vai conseguir ficar tranquilo se acontecer o que aconteceu com a Previ,
fundo de previdência investigado na CPI dos fundos de pensão pelas maracutaias
que lamentavelmente viraram aposentadorias sagradas dos trabalhadores do Banco
do Brasil, comprando ações de empresas que tinham perdido milhões na Bolsa para
agradar os amigos do rei, nesse caso o ex-Ministro Furlan, amigo do Governo
Dilma e do Governo do PT. Para vocês verem que a nossa crítica não é só ao
Governo Fortunati/Melo, que entra nessa lógica da financeirização e quer impor
aos cofres públicos o escândalo que é esse projeto! Um escândalo! Sequer
regula, é um cheque em branco para ser regulamentado pelo Executivo, podendo
comprar ações de qualquer tipo! Especulação do mercado financeiro! E se
acontecer de virarem donos de redes de hotéis com o dinheiro do povo de Porto
Alegre? Como aconteceu no caso da Previ, Ver. Reginaldo Pujol, em que os
trabalhadores não passam uma noite, mas tem gente que está ganhando muito
dinheiro! E se acontecer do Investe POA financiar as Parcerias Público-Privadas
e as privatizações, como fazem os fundos de pensão vinculados ao Governo Federal?
E se acontecer? Vocês vão dormir com a consciência tranquila sabendo que nesta
noite optaram por isso? Eu quero dizer ao Ver. Kevin, eu o ouvi atentamente,
que o problema é que vocês não pensaram em adiar. Eu acho que o requerimento é
equivocado, porque, primeiro, o projeto do Ver. Nedel não pode ser votado sem
maiores discussões. O Ver. Dr. Goulart trata das feiras itinerantes, dos nossos
trabalhadores informais, dos nossos camelôs, então também não estou a favor do
requerimento. Mas o problema é que o Governo sequer pensou em adiar e está
usando a sua maioria para fazer uma patrola...
(Som cortado
automaticamente por limitação de tempo.)
(Não revisado pela
oradora.)
O SR. REGINALDO PUJOL: Em respeito à Ver.ª
Fernanda Melchionna, eu direi que, quando nós tivermos a oportunidade de
discutir o projeto, eu terei o debate com ela; agora eu não posso aparteá-la
porque ela está encaminhando a votação do Requerimento.
O SR. PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): O Ver. Marcelo
Sgarbossa está com a palavra para encaminhar a votação do seu Requerimento,
como autor.
O SR. MARCELO SGARBOSSA: Estamos aqui
no encaminhamento da votação desse Requerimento de inversão da ordem da
discussão e votação, solicitando que o projeto do Ver. Nedel esteja à frente do
projeto que trata do Investe POA. Do microfone de apartes, escutei algumas
colocações que me preocupam. E me preocupam não por um mérito em si, não por um
juízo que se tenha feito, mas talvez pela pouca memória de algo que aconteceu
há poucas semanas. No dia 26 de novembro, por exemplo, numa reunião de líderes,
nós tínhamos dois projetos, um da Ver.ª Sofia Cavedon e um de nossa autoria,
que tratavam dos direitos da mulher. O projeto havia sido acordado na reunião
de Líderes que seria votado naquela quinta-feira, e, apesar do acordo, se
colocou em votação na reunião de Líderes; somos minoria e perdemos. Então se
impôs uma maioria sobre um acordo feito há poucos dias.
Por falar em retirar
projeto, de o autor ter essa prerrogativa de retirar e saber o melhor momento
de votá-lo, fiz a lembrança do microfone de apartes, e faço aqui novamente.
Teve um projeto da nossa autoria que pedimos para retirar, mas o Governo não
deu acordo, Ver. Kevin Krieger. O autor pediu para retirar e não foi dado
acordo, portanto o autor, pelo menos naquele momento, na opinião do Governo,
não tem esse gerenciamento sobre seu próprio projeto. O Ver. Alberto Kopittke
tinha um projeto também que proibia a propaganda de cigarros, tentou adiar a
discussão e não lhe foi permitido.
Eu tenho aqui as
notas taquigráficas – quero agradecer às taquigrafas pela lembrança de final de
ano que recebemos – da Sessão Ordinária do dia 7 de outubro. Inicia a Ordem do
Dia, conduzida pelo Ver. Paulo Brum, eu vou ao microfone de apartes e digo:
“Sr. Presidente, conforme o combinado, hoje discutiremos e deveremos votar a
LDO, porque há um prazo legal. Mas houve uma combinação na reunião de Mesa e
Lideranças, na quinta-feira, em que o projeto que trata das ruas de convivência
seria o primeiro a ser votado hoje. Então, em nome dessa combinação, e por
acreditar que esse projeto será aprovado, não haverá polêmica, faço o
requerimento para que se vote primeiro esse projeto e depois iniciaremos a
votação da LDO.” Vem ao microfone o Ver. Nedel e diz: “Sr. Presidente, só
pondero que já foi iniciada a discussão, então o normal seria continuarmos a
discussão.” Quando se inicia a discussão, ela pode ser adiada, portanto o Ver.
Nedel, apesar da colocação, não tem amparo no Regimento. Pode, sim, adiar uma
discussão. Então o Presidente Paulo Brum disse: “Como foi iniciada a discussão
e existe um prazo, vamos indeferir o Requerimento do Ver. Marcelo Sgarbossa”. E eu
perguntei: “Sr. Presidente, posso encaminhar o Requerimento?” E o Presidente
Paulo Brum disse: “Não, nós já indeferimos o seu Requerimento”. Vejam, um
Vereador alegando o acordo feito na reunião de Líderes, Ver. Mario Manfro – que
sinalou que o PT está descumprindo um acordo. Fizemos um acordo na reunião de
Líderes, Ver. Mario Manfro, vou ao microfone lembrar desse acordo e me é indeferido
o Requerimento, Ver. Janta. Eu tento encaminhar o Requerimento, e o Ver. Paulo
Brum, então Presidente, disse: “Não, nós já indeferimos o seu Requerimento”. Eu
não pude encaminhar o meu Requerimento para lembrar do acordo. Portanto, Ver.
Comassetto, dizer aqui que estamos descumprindo acordo?! Quem descumpre o
acordo e não deixa sequer encaminhar o Requerimento para restabelecer esse
acordo? Por favor! É muita – não consigo aqui encontrar a palavra – manobra,
digamos assim, que faz valer a sua maioria em cima da minoria. Então, faço aqui
essas ressalvas para dizer que temos que discutir em alto nível. O que estamos
tentando aqui é discutir...
(Som cortado
automaticamente por limitação de tempo.)
(Presidente concede
tempo para o término do pronunciamento.)
O SR. MARCELO SGARBOSSA: ...Para
concluir, eu tenho aqui e faço questão de mostrar... É claro que me cabia um
recurso à CCJ, isso é o que prevê o Regimento. Mas encaminharia à CCJ um
recurso para decidir sobre o fato de ter sido negado o encaminhamento do meu
Requerimento? É claro que não! Teria perdido o objeto.
Então, quero aqui
deixar à disposição, fazendo essa lembrança de um passado próximo – isso
aconteceu há algumas semanas – quando me foi negado de lembrar e fazer
restabelecer aquele acordo, sim, da reunião de Líder. Então, é com lamento que
faço isso e quero aqui deixar registrado nesta última Sessão do ano. Obrigado.
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): A Ver.ª
Jussara Cony está com a palavra para encaminhar a votação do Requerimento de
autoria do Ver. Marcelo Sgarbossa.
A SRA. JUSSARA CONY: Eu preciso vir a esta
tribuna novamente, em primeiro lugar, para dizer que é norma, até uma questão
de princípio nosso, defender os acordos. Até porque eu já vi – eu já vi –, sendo
derrubados, acordos, aqui nesta Casa, pela situação; já vi. Então, vamos
conversar como esta Casa nos exige. Já houve acordos derrubados pela situação.
Eu defendo, defendo em nome do PCdoB, eu disse, duas vezes, que acordo de
Líderes, para mim, tem de ser respeitado, até porque o projeto do Ver. Nedel
também tem que ser aprofundado e discutido. Também é um projeto que tem que ser
aprofundado e discutido. E eu respeito o acordo de Líderes.
Por que está se pedindo a inversão deste projeto?
Eu mesma pedi, num outro momento, porque eu quero reiterar a necessidade de
mais debate. Sim, eu tive uma conversa, inclusive, com os servidores de quadro
da Fazenda, enfim, do Município, que estão aqui acompanhando, mencionaram
algumas questões que atiçaram ainda mais a necessidade do debate. Foi bem
interessante a conversa que tive. Eu acho que é assim que a gente tem que
fazer. Atiçaram ainda mais a minha vontade de aprofundar este debate, porque é
uma empresa, com as características desse tipo de empresa, e nós temos que ter
cuidado. É patrimônio público. O desenvolvimento é importante, mas não se pode
ter o desenvolvimento a qualquer preço.
Então, eu reitero a necessidade de debate e,
inclusive, há emendas importantes. Eu, inclusive, assinei, com o Ver. Alberto
Kopittke, uma emenda, e há emendas importantes. Uma emenda, por exemplo, do
Ver. Kopittke e do Ver. Sgarbossa, que cria o conselho de acompanhamento da
gestão do fundo; precisa! Nós temos que discutir essas emendas, para serem
absorvidas. A outra emenda é do Ver. Comassetto, que restringe imóveis,
excluindo os suscetíveis por aproveitamento para a demanda de habitação social.
Isso é importantíssimo, nós estamos aí na luta pela reforma urbana, e há uma
demanda enorme de habitação social. A emenda que nós assinamos, com o Ver.
Kopittke, e duas emendas do Ver. Kevin Krieger, do Líder do Governo, que trazem
questões aqui de ajuste de valores e outras questões que são técnicas, como
substituir vencimento por remuneração – podem ser emendas importantes para este
projeto. Reduz remuneração de membros do Conselho de Administração e Fiscal, e
limita em, eu creio, três, o número de Diretorias. Então, são questões de um
projeto que vai tratar da coisa pública, que precisa um debate mais amplo. Eu
me refiro, de novo, ao que o Ver. Villela disse, se é um projeto estruturante,
vamos estruturá-lo com ampla participação social. Eu acho que é boa a ideia nós
não votarmos, hoje, esse projeto, e fazermos uma audiência pública com o
Executivo, com esta Casa, com a população, com a população através das suas
entidades representativas, os conselhos, a UAMPA, enfim, as entidades
representativas dos interesses da sociedade, o pessoal da reforma urbana, e por
aí se vai.
Por exemplo,
o Projeto das doulas, nós fizemos com ampla participação. Esse projeto passou a
ter 14 emendas apresentadas nesta Casa, após o debate na audiência pública. Eu
retirei hoje, e agradeço aos Vereadores que votaram pela retirada, porque nós
vamos aperfeiçoar o projeto, porque nós tivemos colaborações importantíssimas
aqui da audiência pública, com possibilidade de mais uma emenda, além das que
já aperfeiçoaram, que é uma emenda do Mendes Ribeiro, pela Comissão de
Constituição e Justiça, que já aperfeiçoou o projeto, é uma emenda minha e do
Casartelli, que aperfeiçoou o projeto, e é uma emenda minha com o Mendes
Ribeiro também, que aperfeiçoou o projeto, e, apesar disso, nós retiramos o
projeto hoje, nesta Casa, para aperfeiçoá-lo mais, pelas contribuições da
audiência pública, e continuo dizendo: Ver. Kevin Krieger, é açodamento nós
votarmos esse projeto hoje, não é uma questão de oposição e situação; é uma
questão da cidade de Porto Alegre. Nós, da oposição, estamos buscando cumprir
os acordos, aqui, e estamos solicitando no sentido de que possamos aprofundar esse
debate. Não vamos trabalhar com...
(Som cortado automaticamente por limitação de
tempo.)
(Não revisado pela oradora.)
O SR. MARCELO
SGARBOSSA: Antes da votação, a nossa Líder da oposição, Ver.ª Jussara Cony, faz um
pedido em nome da Bancada também, no sentido de que nós passemos, daqui para
frente, a cumprir os acordos estabelecidos, tanto a situação, que descumpriu
todos os acordos, bem lembra a Vereadora; citei da tribuna, e a Ver.ª Jussara
também referiu. Faço aqui o pedido de retirada do Requerimento.
O SR.
PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): Já está em votação o processo, Vereador.
Em votação nominal, solicitada por esta
Presidência, o Requerimento de autoria do Marcelo Sgarbossa. (Pausa.) (Após a
apuração nominal.) REJEITADO por 27
votos NÃO.
DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO
(discussão: todos os
Vereadores/05minutos/com aparte;
encaminhamento: bancadas/05 minutos/sem
aparte)
PROC. Nº 2098/15 – PROJETO DE LEI DO
EXECUTIVO Nº 026/15, que
autoriza o Poder Executivo a constituir pessoa jurídica, sob a forma de
sociedade por ações, na modalidade sociedade de economia mista, denominada
Empresa de Gestão de Ativos do Município de Porto Alegre S/A – INVESTE POA –,
vinculada à Secretaria Municipal da Fazenda. Com Mensagem Retificativa.
Pareceres:
- da CCJ. Relator
Ver. Waldir Canal: pela inexistência de óbice de natureza jurídica para a
tramitação do Projeto;
- da CEFOR. Relator
Ver. Guilherme Socias Villela: pela aprovação do Projeto;
- da CUTHAB.
Relator Ver. Delegado Cleiton: pela aprovação do Projeto.
Observações:
- para aprovação, voto favorável da maioria absoluta
dos membros da CMPA - art. 82, § 1º, III, da LOM;
- incluído na Ordem do Dia em 14-12-15.
O SR.
PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): Em discussão o PLE nº 026/15. (Pausa.)
O SR. ENGº
COMASSETTO: Sr. Presidente, o Ver. João Carlos Nedel havia feito um Requerimento, e
o senhor tinha encaminhado no sentido de que, logo após a votação do
Requerimento anterior, iríamos votar o Requerimento do Ver. Nedel. Como não se
pode retirar, eu queria saber como fica. O Vereador tinha feito um Requerimento
para retirar o seu projeto da Ordem do Dia.
O SR.
PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): O Requerimento do Ver. João Carlos Nedel não
entrou em votação, não foi encaminhado, enquanto o outro já estava sendo
encaminhado, já estava no processo de votação. Não foi colocado em votação o
Requerimento do Ver. Nedel.
O SR. JOÃO
CARLOS NEDEL (Requerimento): Eu retiro meu Requerimento.
O SR.
PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): O Ver. Alberto Kopittke está com a palavra para
discutir o PLE nº 026/15.
O SR. ALBERTO
KOPITTKE: Caros colegas, realmente é um debate da mais alta relevância. Eu sei que
todos aqui sabem que não se trata de nenhum aspecto pessoal de juízo, moral.
Hoje, inclusive, passamos o dia todo aqui votando os projetos dos colegas, e,
em nenhum momento, fizemos debate com objetivo de atravancar porque são
projetos com iniciativa dos Vereadores. E nós nos comportamos absolutamente
dentro do espírito muito bem construído nesta Casa, e assim foi ao longo de
todo o dia. Mas agora estamos tratando de um projeto de origem do Executivo
Municipal, e com a gravidade que nós já fizemos referência aqui. Portanto,
realmente não se trata, Ver. Kevin, eu sei talvez eu até tenha sido inoportuno
na forma como me referi ao senhor, e sei da sua capacidade, da sua grandeza
como gestor, como líder político, de refletir que aqui nós não estamos tratando
de um assunto pessoal, e mesmo que a oposição aqui esteja empedernida, lutando
pelo acredita; mesmo assim que nós possamos retirar esse projeto, porque aqui
não se trata de juízo de questões individuais. Nós estamos tratando da mais
alta complexidade que um projeto de lei poderia ter. Nenhum projeto poderia ser
mais grave do que este que nós estamos discutindo. Agora, que nós entramos no
debate de mérito – com exceção da fala do Prefeito Villela, que fez uma fala de
mérito, com o qual eu já pude dialogar –, eu gostaria de pedir que o Governo
viesse aqui nos explicar por que este projeto é bom, é somente essa a minha
pergunta. Por que nós não podemos captar, por exemplo, como Canoas captou para
construir o aeromóvel pelo Fundo de Inovação da Finep? Captou R$ 250 milhões a
4%. Por que nós estamos criando um fundo que terá de ser remunerado pela
Prefeitura a 20%? Por que não pegar recursos da CAF? Por que não pegar recursos
do BNDES a 8%? Por que nós estamos criando um fundo, no qual, inclusive, Ver.ª
Lourdes, está como garantia o fluxo financeiro do FPM?! Talvez muitos não
tenham visto isso: no FPM, os repasses da União para os Municípios estão como
garantia deste fundo. Se ele quebrar, não tem repasse! Até isso conseguiram
encontrar como ativo. Estão comprometendo os repasses do FPM – todos! Todos os
valores que a Prefeitura pode talvez ter que receber por um ano. A Prefeitura
pode ir lá nesse fundo e botar em garantia. E se quebrar o fundo privado que a
Prefeitura escolher investir, que nós não saberemos o motivo pelo qual se
passará o patrimônio da Prefeitura para um fundo, que nós não sabemos quem é;
de diretores, Ver. Janta, que nós não vamos saber quem são, que são escolhidos
pelo conselho de acionistas. E assim nós vamos criando uma estrutura que depois
não terá controle nenhum, além do custo que ela tem – são quatro FGs de alto
escalão, duas delas a R$ 17 mil, além de toda a estrutura que será definida posteriormente
por normativa no estatuto da empresa. Qual o custo para contratar, por exemplo,
uma empresa de avaliação de risco? Alguém aqui sabe? Mais de R$ 1 milhão para
contratar qualquer avaliação de risco! Está sobrando dinheiro? Então, eu
realmente vou aguardar ansiosamente. Eu sou sincero, hoje o meu compromisso é
com o futuro da Cidade. Infelizmente o nosso debate não é entre amigos, que
muito somos, relações pessoais. Eu quero ficar tranquilo com a minha
consciência para o futuro da Cidade. Eu não quero daqui a trinta anos...
(Som cortado automaticamente por limitação de
tempo.)
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): Apregoo a Emenda nº 01, de autoria dos Vereadores
Marcelo Sgarbossa e Alberto Kopittke, ao PLE nº 026/15.
Apregoo a Emenda nº 02, de autoria dos Vereadores
Engº Comassetto e Marcelo Sgarbossa, ao PLE nº 026/15.
Apregoo a Emenda nº 03, de autoria dos Vereadores
Alberto Kopittke e Jussara Cony, ao PLE nº 026/15.
Em votação o
Requerimento de autoria do Ver. Alberto Kopittke, solicitando dispensa do envio
das Emendas nº 01, nº 02 e nº 03 ao PLE nº 026/15 à apreciação das Comissões,
para Parecer. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam como se
encontram. (Pausa.) APROVADO.
Apregoo as Emendas nº 04 e nº 05, de autoria do
Ver. Kevin Krieger, ao PLE nº 026/15.
Em votação o
Requerimento de autoria do Ver. Kevin Krieger, solicitando
dispensa do envio das Emendas nº 04 e nº 05 ao PLE nº
026/15 à apreciação das Comissões, para Parecer. (Pausa.) Os Srs. Vereadores
que o aprovam permaneçam como se encontram. (Pausa.) APROVADO.
Apregoo e defiro o Requerimento de autoria dos
Vereadores Alberto Kopittke e Engº Comassetto, solicitando que seja votada em
destaque as Emendas nº 01, nº 02, nº 03, nº 04 e nº 05 ao PLE nº 026/15.
A Ver.ª Lourdes Sprenger está com a palavra para
discutir o PLE nº 026/15.
A SRA. LOURDES
SPRENGER: Sr. Presidente, dando continuidade a esse amplo debate no qual estamos
aqui há muitas horas tratando de um complexo projeto do Executivo. Eu, como auditora,
sempre me preocupo quando se trata de números. Vejo – não condenando, não
avaliando a decisão da nossa Secretaria da Fazenda do Município – que é um
projeto arrojado, e o futuro dirá o que poderá acontecer com esta Administração
que entrega para fundos o patrimônio do Município, tendo em vista que o
Município não está bem. Tanto não está bem que o fundo para os funcionários do
Município já balança, conforme as últimas avaliações, daqui a vinte anos, não
terá como pagá-los. É um caso que se repete no Estado. Então, nós estamos com
um projeto aqui de ampla discussão, não estou falando nem como oposição, nem
como líder. Ver. Kevin Krieger, não sou líder de bancada, não participei dessa
avaliação mais profunda, que o senhor falou que tramita há dois ou três meses.
Tenho grande preocupação de este projeto passar aqui sem uma prorrogação. Eu
estanho, continuarei estranhando – porque, no ano passado também foi assim –,
que nos últimos dias vêm, para as plenárias, os projetos mais emblemáticos para
que os Vereadores deem o aval, mas eu não dou aval quando eu sinto que eu posso
arriscar meu nome. Eu fui eleita para o bem comum, para trabalhar pela Cidade,
e, quando eu tenho dúvida sobre o projeto, eu prefiro me abster; quando eu
tenho certeza de que é nocivo, de que vai prejudicar a Cidade, eu voto contra,
ou a favor, lógico.
Então, eu quero dizer que estou ouvindo atentamente
os debates, há fundamentos nas colocações feitas aqui, são mais cargos de
confiança para gerir esta nova empresa, chamada Inovapoa, e não foi aqui que eu
ouvi os comentários, Ver. Kevin Krieger, foi de fora daqui que me perguntaram
se eu sabia do projeto que o Executivo encaminharia à Câmara. E eu realmente
desconhecia. Não tenho condições de avaliar, numa última plenária do ano, e
votar tranquilamente um projeto desses. Agora, cada um tem a sua
responsabilidade, cada um tem o seu eleitorado, cada um trabalha para a Cidade
como manda a sua consciência. Eu estou avaliando, ouvindo ambos os lados –
tanto os colegas da base, quanto os colegas da oposição – mas, realmente, é
preocupante entregar o Município para uma administração em que o secretário nem
é da Casa, amanhã ou depois, ele vai embora. Cuidado àqueles que ficarem. Olhem
a Procempa, aí. Alguém esqueceu? Eu não esqueci!
(Não revisado pela oradora.)
O SR.
PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): A Ver.ª Sofia Cavedon está com a palavra para
discutir o PLE nº 026/15.
A SRA. SOFIA
CAVEDON: Sr. Presidente, Sras. Vereadoras e Srs. Vereadores, o projeto que
pretende criar uma nova empresa para Porto Alegre entrou nesta Casa em 10 de
setembro e não passou pelo debate das Comissões; na verdade, chegou a passar
pela CUTHAB.
Vou procurar trazer alguns elementos que ainda não
tenham sido tratados: no projeto não consta repercussão financeira. Eu acho que
o Ver. Kopittke estudou bem e está presidindo esse tema pela nossa bancada, mas
aqui já se está constituindo uma nova estrutura municipal que já nasce com FGs
para funcionários que serão cedidos, funções gratificadas altíssimas, que são
de 80% do valor dos salários, pelo que pude ver. Prevê que haverá concurso,
apesar de os funcionários serem celetistas – não teremos custos com a
aposentadoria –, mas sabemos que logo teremos implicações financeiras dessa
criação. No entanto, uma Casa Legislativa votar esse projeto sem a descrição do
impacto financeiro me parece que é ilegal. Acredito que o Ver. Dib esteja nos
assistindo, e lembro que, muitas vezes, ele polemizava com os nossos governos
por conta da precisão, da especificidade que talvez não tivesse – na opinião
dele –, do impacto financeiro de alguma iniciativa. Uma iniciativa como essa,
que não é nada mais do que criar uma nova empresa, tem impacto financeiro
importante. As empresas que temos no Município de Porto Alegre são
deficitárias, Ver. Reginaldo Pujol. A Procempa vive de grande mesadas das
secretarias municipais, do dinheiro do orçamento público, e a Procempa é prova
de que a frouxidão, autonomia, flexibilização, simplificação de processo de
licitação, de contratação de pessoal causa desvirtuamento que é possível
acontecer por meio de empresas com estruturas como essa. Não sei em que pé os
processos estão, até agora não vi responsabilização do Executivo, dos gestores,
pela perda de recursos importantíssimos, que foi desde o convênio com o jogador
Ronaldinho Gaúcho – uma vergonha aquele convênio, com o rio de dinheiro que tem
o jogador, nós termos comprado, via Procempa, mesas de cabeleireiro, chapinha,
escova, máquina fotográfica... Tudo isso desapareceu. Tivemos uma CPI, e não
sabemos mais o destino de tudo o que foi comprado pela Prefeitura, recursos
públicos, via Procempa. Este é o exemplo desastroso de uma das empresas.
A outra empresa é a Carris, que vem recebendo
mesadas, que tem auditoria do Tribunal de Contas, que tem multa recebida pelo
Presidente da Carris, pelo diretor administrativo, por má gestão da empresa
Carris. E os funcionários, demitidos de forma arbitrária, injusta,
persecutória. Vários deles estão agora sendo readmitidos na Justiça.
Então, a nossa experiência com empresa não é boa. O
Ver. Kopittke e vários Vereadores já disseram exaustivamente que nós estamos
comprometendo um patrimônio importante da Prefeitura para especulação, porque é
uma empresa para especular – é o que eu entendi – no mercado financeiro. Para
especular, para usar recursos, bens, Solo Criado, solo por criar, índices
construtivos, no mercado financeiro. Uma empresa para especulação. Está assim,
porque li aqui, inclusive o direito...
(Som cortado automaticamente por limitação de
tempo.)
(O Presidente concede tempo para o término do
pronunciamento.)
A SRA. SOFIA
CAVEDON: ...dizendo que, de fato, faço coro com todos os que pediram um debate
mais amplo, Ver. Kevin Krieger, porque nós podemos estar gastando dinheiro,
comprometendo gestores, gastando dinheiro com recursos com pessoal, com Funções
Gratificadas, com estrutura, comprometendo gestores, afrouxando o controle
sobre recursos públicos, patrimônio público e com um debate tão sumário como
está proposto aqui. Não consigo entender o tamanho da priorização e da urgência,
da emergência de votar algo tão temerário.
(Não revisado pela oradora.)
O SR.
PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): O Ver. Marcelo Sgarbossa está com a palavra para
discutir o PLE nº 026/15.
O SR. MARCELO SGARBOSSA: Pois bem,
iniciada a discussão do projeto, o que se espera, no mínimo, é que se discuta o
projeto. E até o momento achei que havia Vereadores da base do Governo
inscritos para falar aqui e fazer a defesa do projeto. Não sei se foi a fala do
Ver. Villela, que fez uma fala aqui muito antes sobre o mérito do projeto –
estávamos em outro contexto, não estávamos discutindo o projeto, agora estamos
discutindo-o. Então, eu convidaria os Vereadores da base do Governo e o Líder
do Governo para falarem do mérito do projeto, por que ele é tão bom. Senão, realmente
fica muito pobre a nossa discussão aqui. Não conseguimos adiá-lo, e uma das
justificativas é que o projeto está aqui desde setembro. Mas nós sabemos, pela
dinâmica da Casa, que o projeto pode ter entrado aqui, pode estar previsto para
a Ordem do Dia e ser retirado. Nós não conseguimos ter atenção sobre as
centenas e dezenas de projetos que tramitam na Casa ao mesmo tempo. Então, a
dinâmica real da Casa Legislativa é que o projeto toma a nossa energia quando
efetivamente tem à disposição do seu autor – no caso o Governo – em
efetivamente abrir a discussão e votá-lo, que é o que tivemos na data de hoje.
Já foram levantados
inúmeros temas aqui. A Ver.ª Sofia Cavedon acaba de falar em especulação. Eu
mesmo fiz a leitura desse fiscal do Estado aposentado que nos trouxe essa
preocupação com relação à estrutura que vai se criar para dar conta de todas
essas novas tarefas que a Prefeitura pretende ao se lançar no mercado. E isso
implicará, segundo o próprio economista na carta dirigida a todos os Vereadores,
que li aqui da tribuna, numa série de questões: contratação de consultorias,
prêmio pelo rendimento desse Investe POA.
A Ver.ª Sofia veio à
tribuna colocar a questão das funções gratificadas. Então, estamos falando na
criação de uma estrutura, no mínimo com dois aspectos bem objetivos: criação de
estruturas para dar conta dessas novas atividades; e o segundo ponto: o Município se
lança às intempéries do mercado. Só esses dois pontos já gerariam uma grande
discussão e uma necessidade de defesa do Governo, não só do Líder do Governo,
que espero que tenha feito a sua inscrição e venha à tribuna falar, mas também
dos demais Vereadores. Não precisam ser todos, mas que os Vereadores que
concordam com essa proposta venham à tribuna e defendam. Caso contrário, Ver.
Dr. Goulart – que sempre me ouve atentamente –, não temos como entender
diferente de que simplesmente se trata de uma orientação do Governo. O Governo
orientou, e eu, sendo da base do Governo, automaticamente, estou alinhado. Não
quero dizer que um Vereador da base do Governo, em todo projeto, tenha que
levantar dúvidas, problematizar e vir para a tribuna. Ficariam inviáveis as
nossas Sessões se todos ocupassem a tribuna. Mas nesse caso, sim; neste
projeto, especificamente, sim, que trata da entrada no mercado, nas suas
intempéries, nas suas dificuldades na venda de 49,9% das nossas empresas
públicas, do nosso capital público – eu diria assim –, eu acho que merecem,
sim, um aprofundamento.
Então, vamos continuar, temos emendas ainda para
discutir, as emendas estão todas destacadas, eu acho que ainda cabe... Falei a
expressão cabo de guerra, quem segura mais tempo. Nós estamos aqui
problematizando e esperando que venham fazer a defesa, talvez alguns de nós, os
próprios Vereadores da base do Governo ainda se convençam pelo “sim” e pelo
“não”. Acho que ainda há margem para inclusive querer mais debate. A Ver.ª
Jussara Cony falou em audiência pública; eu acho que caberia muito bem uma
audiência pública. Não precisaríamos votar na última sessão do ano, tarde da noite,
como é o caso.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. KEVIN
KRIEGER (Requerimento): Sr. Presidente quero fazer uma solicitação e um
requerimento. A primeira, como o Ver. Marcelo Sgarbossa cumpriu os cinco
minutos regimentais, que os Vereadores que forem à tribuna também cumpram os
cinco minutos – não precisamos de mais um minuto, levando em conta o adiantado
da hora e que estamos trabalhando desde às 9h30min. Requeiro a continuidade da
Sessão, prorrogando por mais duas horas, se não me engano.
O SR. PRESIDENTE
(Mauro Pinheiro): Quanto ao tempo, o Presidente acolhe o seu pedido,
seremos rigorosos com os cinco minutos, cumprindo o Regimento. Quanto à
prorrogação, não é mais possível. Agora é Sessão Extraordinária.
O SR. KEVIN
KRIEGER (Requerimento): Requeiro então que seja chamada uma Sessão
Extraordinária, quando encerrar esta Sessão.
O SR.
PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): Ver. Kevin, conforme nós
já tínhamos acordado de que faríamos todo o possível para votarmos todos os
projetos, eu convoco uma Sessão Extraordinária de ofício. Assim que acabar a
prorrogação, entraremos na Sessão Extraordinária.
A Ver.ª Fernanda
Melchionna está com a palavra para discutir o PLE nº 026/15.
A SRA. FERNANDA MELCHIONNA: Eu tenho
esperado, Presidente, que os Vereadores da base do Governo venham falar sobre o
projeto. Eu estava sentada esperando que alguém pudesse responder aos
questionamentos de um projeto extremamente temerário. Todos os que falaram,
inclusive a Ver.ª Lourdes, fizeram ponderações extremamente importantes com relação
ao risco que é a votação açodada desse projeto. A Ver.ª Lourdes usou a palavra
“arrojada”; eu usaria a palavra “escandalosa” para a votação desse projeto. E
eu gostaria de perguntar ao Líder do Governo o que ele tem a dizer sobre a Lei
Complementar nº 148/2014, que veda aos Estados, ao Distrito Federal e aos
Municípios a emissão de títulos da dívida pública mobiliária. Qual vai ser a
linha de defesa do Governo no Tribunal de Contas do Estado, quando existe uma
legislação clara vedando a possibilidade de os Municípios entrarem numa lógica
de comercialização de valores mobiliários, que é uma das coisas que o projeto
coloca? Eu estou aqui com a carta do fiscal do Tesouro do Estado, que mandou
aos Vereadores essas reflexões, colocando temas extremamente pertinentes, como
a possibilidade de a Administração estar criando um verdadeiro elefante branco
“que, além de consumir recursos públicos mediante famigerados aumentos de
capital, também propiciará prováveis futuros processos judiciais, questionando
a invasão de prerrogativas funcionais e a quebra de sigilo fiscal, já que
também será transferido para pessoas naturais acionistas da empresa”. Coloco,
ainda, como questionamento, como a Prefeitura de Porto Alegre coloca o Fundo de
Participação dos Municípios, Ver.ª Sofia, como parte das possibilidades de
utilização em caso de quebra de uma empresa mista? O Fundo de Participação dos
Municípios é determinante para o financiamento de muitas atribuições
municipais. Nós estávamos na votação do Orçamento, cobrando, Ver. Casartelli,
os recursos que não vieram para a saúde. Foram R$ 80 milhões a menos no
Orçamento Municipal de 2016, porque o Governo do Estado deve R$ 40 milhões,
porque diminuiu a arrecadação do Município por conta da crise econômica que o
Brasil está vivendo, porque o Fundo de Participação dos Municípios teve o valor
diminuído, nos últimos anos, dos repasses municipais e que esses valores tão
importantes estão sendo usados como garantia. Se a empresa falir, vai pegar
dinheiro do Fundo de Participação dos Municípios! E aí vai fazer o quê? Vai
cortar dinheiro da saúde para financiar uma lógica financeira, para financiar
os títulos e as ações, porque o Governo vai se meter no mercado!
Em segundo lugar, o
tema dos riscos, mesmo que, por princípio, eu tenha claro que Prefeitura não é
banco, quero deixar claro isso para Governo, isso aqui é uma lógica financeira.
A Prefeitura, na opinião do PSOL, não é banco! Mas, tirando essa lógica nossa,
do PSOL, que não concordaria com esse projeto, nesse momento de crise econômica,
de riscos, de especulação na bolsa, de queda dos valores das ações é mais
grave, ainda, um projeto nesse sentido.
Em terceiro, para
concluir, eu concordo muito com a definição da terceirização como porta aberta
da corrupção. Foi justamente nas terceirizações que nós vimos dinheiro voando
pela janela, literalmente. No caso da Procempa, por exemplo, foram R$ 50
milhões nos ralos da corrupção, dos quais alguns milhares foram pela janela da
casa do André Imar, ex-Presidente da Procempa, do PTB, que teve uma CPI aqui,
Ver. Mauro Pinheiro, presidida por V. Exa., para investigar. No caso da Sollus,
na saúde, a mesma coisa, a terceirização. E nós estamos vendo a criação de uma
empresa mista, sem nenhum controle social, porque boa parte das atribuições vai
ser regulamentada, depois, pelo Executivo. Eu faço, mais uma vez, esse alerta,
como eu disse anteriormente, conversei com vários Vereadores da base, e
desculpem, não sabem o que estão votando. Eu gostaria de pedir que vocês lessem
esse projeto, isso é escandaloso! É escandaloso a Câmara votar isso na sua
última Sessão Legislativa.
(Não revisado pela
oradora.)
O SR. PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): O Ver. Clàudio
Janta está com a palavra para discutir o PLE nº 026/15.
O SR. CLÀUDIO JANTA: Sr. Presidente, Srs. Vereadores
e Sras. Vereadoras, tenho assumido como Vereador independente nesta Casa, e o
que é bom para a cidade de Porto Alegre, eu tenho votado junto com o Governo e
junto com a oposição. Agora, cada vez que eu leio esse projeto, mais eu me
convenço de que ele não é bom para a cidade de Porto Alegre mesmo. Eu vou pegar
só uma parte do art. 4º aqui, no parágrafo 2º: “Fica o Poder Executivo
autorizado a subscrever e integralizar o capital do Investe POA em moeda
corrente nacional ou os seguintes bens e direitos: I– imóveis de sua
propriedade...” Então, além de botar lá o dinheiro, ele pode pegar os imóveis
de sua propriedade. Então, a Prefeitura pode pegar os seus imóveis e integrar
no Investe Poá, que ninguém sabe quais são, pode ser o Mercado Público, o prédio
da Prefeitura, áreas de Porto Alegre. E aí tem alguns projetos que entraram
aqui e a gente vai fazendo os links dos
projetos com o Investe POA depois. Então, pode integrar porque é uma companhia
aberta. E depois diz também que o conselho de administração vai ser por pessoas
ilibadas, dentre brasileiros. Então, qualquer brasileiro poderá estar dentro,
além dos bens imóveis, ações ordinárias ou preferenciais de titularidade do
Município e entidades da Administração Direta do Município, no capital de sociedade
anônima. Então, o Município, além de vender o Mercado Público, botar o prédio
da Prefeitura, botar propriedades do Município, também pode pegar as empresas
públicas; pode pegar o DMAE, por exemplo, e botar dentro desse fundo. O § 2º
diz isso.
Títulos da dívida
pública. O Município pode pegar os títulos da dívida pública e botar dentro do
Investe POA. O Município pode simplesmente decretar a sua falência. Isso está
lá no art. 4º, § 2º. E no inc. IV diz “certificados de potencial adicional de
construção”. Os índices construtivos a Prefeitura também pode entregar para
esse fundo, que nós não sabemos quem vai administrar. Não está claro no projeto
quem vai administrar, não vem a composição da diretoria, só diz que são três
pessoas brasileiras que vão administrar esse fundo. Daqui a pouco está o Dantas
administrando esse fundo. Quem vai administrar? Não está clara a composição do
conselho do fundo. E ainda diz que o Investe POA poderá associar-se
majoritariamente ou, pior ainda, minoritariamente. Ele pode pegar o patrimônio
do povo de Porto Alegre – o Mercado Público, o DMAE, os prédios, o dinheiro do
povo de Porto Alegre – e se associar minoritariamente a um outro fundo.
O papel da Prefeitura
é se associar a outro fundo? Ou papel da Prefeitura é melhorar as condições e a
qualidade de vida do seu povo na saúde, na educação, na segurança, na
mobilidade? Esse é o papel da Prefeitura. Eu acho, volto a afirmar, que nós
tínhamos que estudar mais. Acho que isso aqui não pode se transformar na
licitação do transporte coletivo. Esta Casa pagar um vale de aprovar esse
projeto, e, daqui a dois, três meses, nós vermos esse projeto derrubado na
Justiça.
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): O Ver. Idenir
Cecchim está com a palavra para discutir o PLE nº 026/15.
O SR. IDENIR CECCHIM: Sr. Presidente, Sras.
Vereadoras e Srs. Vereadores, depois dos totosinhos e algumas outras guloseimas
que desfrutamos na copa, com provocações para que se discuta aqui o projeto e
as emendas, cheguei a uma conclusão, Ver. Kevin Krieger, nosso Líder do
Governo. Primeiro, o que quase todos da oposição querem aqui é começar a vender
as empresas do Município. Primeiro, a Carris que dá R$ 4 milhões por mês de
prejuízo – é um dos argumentos que eles estão dando aqui para não ter uma nova
empresa. Seguindo a lógica da oposição, Ver. Villela, nós teríamos que entregar
a Carris, porque ela dá prejuízo e porque esse prejuízo sai do Tesouro do
Município. Ou a oposição quer acabar com a segunda passagem que causa o
prejuízo à Carris? É isso que a oposição quer? Pelo menos é isso que o pessoal
ali fora está entendendo, eu só vim aqui porque escutei umas pessoas do povo
perguntando: “O que o PT quer fazer? Quer acabar com a segunda passagem para
não dar prejuízo à Carris?” Porque, se der prejuízo, sai do Tesouro.
O PT quer
fechar a Procempa. A oposição quer fechar a Procempa porque custa muito para o
Município. É isso que o PT quer? O PT quer fechar ou vender o DMAE porque o PT
pode dar lucro, o PT acha que o DMAE pode dar lucro, então fecha. Essa nova
empresa, que o Secretário da Fazenda está sendo timoneiro, é para que se faça
os bens do Município trabalharem... Para que deixar terrenos? Hoje mesmo aqui,
eu reclamei de manhã cedo que a Prefeitura não é uma imobiliária, mas é dona de
muitos terrenos e de muitos bens. Que faça esses terrenos e esses bens
renderem, renderem! O que não é justo é deixar terrenos em locais
privilegiados, nesgas de terrenos que parecem nesgas, mas completam terrenos
lindos nas avenidas, em locais muito valorizados da Cidade. Então, o que se faz
com essa empresa? É pegar os ativos do Município, que são muitos, são muitos
ativos. Que esses ativos sirvam, pelo menos, para garantir empréstimo, se for
possível; para garantir, como garantias, a redundância é essa mesmo, para que
sirvam como garantias de futuros empréstimos em organismos diversos. Esses
organismos olham o que a Prefeitura tem. Esse negócio do Fundo dos Municípios
não assusta, não. Isso não assusta. Eu entendo o PT, principalmente, porque
está assustado, que a maior empresa do Brasil faliu por uma administração, mas
eu posso garantir que esta não vai falir, porque não tem aqui em Porto Alegre
uma máfia...
(Som cortado
automaticamente por limitação de tempo.)
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): O Ver. Engº
Comassetto está com a palavra para discutir o PLE nº 026/15.
O SR. ENGº COMASSETTO: Sr. Presidente, meus
colegas Vereadores e Vereadoras, primeiro inicio cumprimentando o Ver. Cecchim,
que é o único Vereador da base do Governo que teve a coragem de vir à tribuna
para tentar fazer o debate, porque os demais não sei se querem ir embora logo
ou não têm conteúdo para debater aqui. É uma ou outra opção. Ver.ª Mônica,
nesse período do debate do conteúdo, o Ver. Villela veio, sim, antes, para
discutir o Requerimento. Nós queremos o conteúdo aqui, porque tem um conjunto
de perguntas que não foram respondidas. E o Ver. Cecchim vem atravessado aqui.
Ver. Cecchim, a
Carris dá R$ 4 milhões de prejuízo por mês, porque estão roubando! Essa é a
questão! E é o PMDB que está lá. Essa é a questão! Então vamos pegar o que a
auditoria está fazendo lá internamente e discutir. Por isso que está
acontecendo isso com a Carris, e querem agora trazer aqui para os ativos para
vender a Carris. A Carris, no tempo em que nós administramos, nunca trabalhou
no vermelho, porque o Partido dos Trabalhadores, junto com os seus aliados, na
chamada Frente Popular, não trabalhou no vermelho; ela tinha lucro. E aqui se
faz justiça, a Carris começou lá com o Ver. João Antônio Dib, quando foi
Prefeito, que reestruturou a Carris. Depois o Prefeito Collares deu uma
redimensionada na Carris, e a Administração Popular colocou a Carris como uma
das melhores empresas públicas de transporte do Brasil, ganhou prêmio no Brasil
e no Exterior. Por que a Carris, no ano passado, deu mais de quarenta milhões
de prejuízo, Ver. Cecchim? Porque o PMDB lá colocou mais de cinquenta CCs lá
dentro! Deu mais de noventa FGs de milhares e milhares para cada um durante o
ano. É claro que vai quebrar! Esta é a política do chupim: pega uma empresa
pública com a qualidade que tem, suga a empresa e depois vende a empresa. Aí,
Ver. Cecchim, o senhor tinha que vir aqui dizer também por que a Prefeitura não
administra bem os recursos que tem e quer criar mais uma empresa, Kevin
Krieger. Quero que venham aqui dizer, porque nós aprovamos, neste ano, 2015, R$
910 milhões para investimento, para aplicação. Sabe quanto foi realizado? Foram
R$ 211 milhões; 23% somente foi realizado! Nos BRTs, que têm R$ 77 milhões em
caixa, foram aplicados somente R$ 7 milhões, menos de 10%, e a Cidade está
nesse caos. É a Protásio, que constrói e quebra; é a Bento, que constrói e
quebra; são os corredores... Aplicou menos de 10%. Dos R$ 77 milhões, só
aplicou R$ 7 milhões, e entra ano e sai ano; entra ano e sai ano! E as obras da
Copa? E a obra do Aeroporto? Por que está há cinco anos aquela obra trancando o
trânsito da entrada da Cidade? Isso é competência ou incompetência? Aí
apresentam um projeto aqui para criar uma empresa de gestão de ativos do
Município de Porto Alegre. E volto a dizer: vem aqui com a roupagem de
modernidade, mas o projeto apresentado é uma pérola de incompetência – uma
pérola de incompetência. Não tem uma justificativa financeira esse projeto e diz
que, dos fundos dos recursos que vão integralizar o capital, estão os imóveis
de sua propriedade. Eu quero questionar, e o Ver. Janta trouxe aqui: o Mercado
Público vai ser colocado aqui? É um imóvel de propriedade do Município. Vão
jogar no mercado 49% das ações do valor do Mercado Público? Quero saber? O
Goulart diz que não. Onde está dito isso? Quem é do Governo que vem justificar
isso? Ninguém não tem coragem de vir fazer este debate. Isto aqui é uma
temeridade para a cidade de Porto Alegre...
(Som cortado
automaticamente por limitação de tempo.)
(Não revidado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): Está encerrada a Ordem do Dia e os trabalhos da presente Sessão.
(Encerra-se a
Sessão às 20h58min.)
* * * * *